POETA ZÉ MARCOLINO COMPLETARIA 90 ANOS NESTE DOMINGO (28)

Zé Marcolino, autor de Numa Sala de Reboco, faria 90 anos neste domingo 28.

Zé Marcolino era poeta, contador de causos e compositor. No matulão carregava uma penca de músicas, na cabeça um sonho: que seus xotes e baiões fossem um dia gravados por Luiz Gonzaga. Ele enviou dezenas de cartas a Gonzagão, sem nunca obter resposta. Um dia, o poeta Zé Marcolino encontrava-se em Sumé, Paraíba, para receber o dinheiro de um boi que havia vendido, quando soube que o cantor estava na cidade. Imediatamente, correu até o hotel onde o artista estava hospedado. Ficou esperando sua saída.

Poucos minutos depois, Luiz Gonzaga apareceu, com aquele seu jeitão carrancudo, que servia para desencorajar assédios de fãs. O poeta Zé Marcolino aproximou-se do seu ídolo e perguntou: – O Senhor é que é Seu Luiz Gonzaga?
– Sou sim, por que?
– O Senhor nunca recebeu cartas de José Marcolino Alves, não?

– Sei não, recebo muitas. O que era que diziam estas cartas?
– É porque eu tenho umas músicas de minha autoria que eu acho que dão certo pro senhor.

– É... o Sertão é composto de homens inteligentes. Mas.. mas quem sabe se essas músicas prestam?

Zé Marcolino ficou meio sem jeito, quase diz que suas músicas não prestavam. Luiz Gonzaga deu a conversa por encerrada com um vago: “Depois eu posso lhe atender” e seguiu em frente. Mais tarde, o Lua não apenas atendeu, como acabou gravando seis músicas daquele matuto no seu próximo LP, e mais, contratou ele como músico de seu conjunto.

José Marcolino, um dos grandes autores da música nordestina fez a ultima viagem no dia 20 de setembro de 1987. Morreu num acidente de carro.  Nascido em 28 de junho de 1930, no sítio Várzea, do Major Napoleão Bezerra Santa Cruz, mais tarde município de Sumé, na Paraíba. José Marcolino poderia ter sido mais um entre as dezenas de poetas sertanejos, que vivem e morrem no anonimato, não fosse a ousadia naquele encontro com Luiz Gonzaga, que realmente tomou gosto por aquele sertanejo.

Metade do repertório do LP Ô Véio Macho, de 1962, tem Gonzagão interpretando as composições que José Marcolino lhe mostrou em Sumé: Sertão de aço, Serrote agudo, Pássaro carão, Matuto aperriado, A Dança do Nicodemo e No Piancó. Esta seria a primeira leva de forrós de Marcolino gravada pelo Rei do Baião. Ele interpretaria várias outras, entre as quais as antológicas Sala de reboco e Quero chá.

A história conta que depolis daquele encontro Zé  Marcolino integrou-se ao grupo de Luiz Gonzaga e participou, como músico, das gravações de Ô Véio Macho, no estúdio da RCA, no Rio de janeiro. No seu livro Cantadores, Prosa Sertaneja e Outras Conversas (UFRPE, 1987) José Marcolino, impagável contador de causos revela o seu amor aos amigos que sempre chamava de poeta...

José Marcolino participou da turnê de divulgação do LP, viajou de Sul a Norte do País com Luiz Gonzaga, no entanto, a saudade da família e suas raízes sertanejas foram mais fortes. Depois de um show no Crato, Ceará,  ele tomou um ônibus até Campina Grande e de lá foi para Sumé, de onde fretou um táxi para a Prata, onde morava.

Com o sucesso de suas canções cantadas por vários artistas (Quinteto Violado, Assisão, Genival Lacerda, Ivan Ferraz, entre outros), José Marcolino montou um conjunto e passou a fazer shows pelo Sertão, contando suas muitas estórias e composições.

Somente em 1983, produzido pelos integrantes do Quinteto Violado, ele lançou seu primeiro e único, hoje fora de catálogo, LP Sala de Reboco (pela Chantecler). Um disco que está merecendo uma reedição em CD, assim como também seu único livro, necessita uma reedição mais bem cuidada.

José Marcolino faleceu em 20 de setembro de 1987, nas imediações de Afogados da Ingazeira, Sertão pernambucano, num acidente que o que tem de trágico tem de prosaico. Ele vinha, em companhia do filho Ubirajara, quando o automóvel que dirigia capotou, depois de uma manobra brusca para desviar de uma vaca que atravessava a pista. O filho sobreviveu, mas Marcolino sofreu uma grave fratura no crânio, que lhe foi fatal.

Fonte: Livro Vida e Obra de José Marcolino-UFRPE e Jornal do Commercio/Jose Teles
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"FUI APRESENTADO AO REI DO BAIÃO HÁ 53 ANOS POR ZÉ MARCOLINO, O POETA", REVELA EMPRESÁRIO JUAZEIRENSE

O empresário João Luiz, 65 anos, participou na manhã deste domingo (28) do Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos. O programa é transmitido na Rádio Cidade am 870.

O programa de hoje foi uma homenagem aos 90 anos de nascimento do poeta José Marcolino.

"Há 53 anos eu tive o prazer de ser apresentado a Luiz Gonzaga pelo poeta José Marcolino que na época tinha uma loja no centro de Juazeiro, Bahia. Zé Marcolino era muito amigos dos colegas de Serra Talhada que anos depois ele foi morar lá em Serra Telhada. Eu tinha 12 anos de idade e a imagem de Luiz Gonzaga e Zé Marcolino nunca saiu da memória", conta João Luiz.

Pela sua importância na história da música brasileira, o Poeta Zé Marcolino,  merecia mais de atenção das entidades culturais do Estado. Um disco-tributo, com suas principais composições, um Memorial, um Seminário...

O jornalista e pesquisador José Teles conta que o caboclo Marcolino alimentava o sonho de ver composições que fazia gravadas por Luiz Gonzaga. Morando no sertão da Paraíba, na divisa com Pernambuco, seu talento não muito além da região, dificilmente conseguiria chegar ao Rei do Baião, um mito nordestino, independente da moda do baião de ter passado no Sudeste, naquele começo da década de 1960. 

Zé Marcolino conseguiu ser gravado por Luiz Gonzaga. Mais que isso, fez turnê com ele, e chegou a morar em sua casa, no Rio de Janeiro. Uma história bonita, cujo personagem principal está cada vez mais esquecido. José Marcolino Alves, natural de Sumé, na Paraíba, completaria 90 anos nesse domingo, véspera de Dia de São Pedro. Nos festejos contidos do período junino de 2020, pelo menos uma composição de Zé Marcolino ficou entre as mais tocadas, como acontece todos os anos, desde que foi lançada por Luiz Gonzaga: Numa Sala de Reboco.

Quem escrevia as cartas para Luiz Gonzaga era um amigo de Zé Marcolino. O compositor encaixava no impossível a possibilidade de ser gravado por seu ídolo. No seu livro Vida, Versos e Viola (Fundarpe, 1990), Marcolino conta em detalhes como aconteceu o encontro com Luiz Gonzaga, e tudo começando com um sonho:

"(...) Eu sonhei que atirava num bicho e matava dois. Ao amanhecer eu disse para minha mulher: hoje eu vou à procura de um negócio e vou realizar dois". Naquele dia ele ia a Sumé receber o dinheiro de um boi que tinha vendido. Encontrou um irmão dele, Antonio Marcolino, que lhe contou que Luiz Gonzaga encontrava-se na cidade. Zé Marcolino foi imediatamente ao hotel em que Lua estava hospedado. Na frente do hotel reconheceu Xaxado, o anão, que substituiu Catamilho, igualmente anão. O baiano Osvaldo Nunes Pereira, que Lua deu o apelido de Xaxado, e que também ficou conhecido como Salário Mínimo.
Xaxado lhe disse que era só espera que Luiz Gonzaga estava já descendo. Aconteceu um diálogo em que se debatem a ingenuidade de Zé Marcolino, com a casmurrice de Luiz Gonzaga. Seu Lua era de luas. Naquela manhã, ele não estava em boa lua. Marcolino se aproximou dele e falou:
- O senhor é que é seu Luiz Gonzaga?
- Sou, por quê?
- O senhor nunca recebeu cartas de José Marcolino Alves não?
- Sei não. Recebo muitas. O que era que diziam estas cartas?
- É que tenho eu tenho umas músicas de minha autoria que eu acho que dão certo pro senhor
- É ... O sertão é composto por homens inteligentes, mas quem sabe se estas músicas prestam?

Dizendo, um "Depois posso lhe atender", Luiz Gonzaga pediu licença e saiu. Zé Marcolino sentiu-se intimidado e inseguro com o tratamento recebido de seu Luiz. Mas insistiu. Foi falar com o prefeito para que ele o apresentasse a Gonzaga, mas o prefeito desconversou. Procurou um chefe político local, seu amigo, Viton Leite, que prometeu fazer a apresentação ao meio-dia. Na hora aprazada Marcolino foi ao hotel. Luiz Gonzaga ia chegando, com o juiz da cidade. A lua de Lua já mudara. Antes de Zé Marcolino falar, Gonzaga que falou. Disse que queria escutar as músicas. Sentaram-se os dois no saguão do hotel. Logo curiosos aglomeravam-se ao redor. Luiz pediu que Zé mostrasse as músicas. A primeira que cantou foi Sertão do Piancó (resposta a uma música gravada por Jackson do Pandeiro sobre o Sertão do Moxotó). Quando a música terminou, Luiz Gonzaga perguntou quantas ele lhe daria pra levar. Marcolino mostrou ainda Pássaro carão, e Serrote Agudo. 

Luiz Gonzaga levou para o Rio não apenas as composições, mas também o caboclo Marcolino.

Gonzaga disse-lhe que ia fazer uns shows, e que dentro de dois meses passaria para apanhá-lo. O Rei era de rompantes. Nem esperou que Zé Marcolino fizesse as malas e se despedisse da família direito (o que fez às lágrimas). No dia 18 de janeiro de 1962, no estúdio da RCA, Com Zé Marcolino no gonguê, Xaxado no triângulo, Aloísio (irmão de Gonzaga), no zabumba, Luiz Gonzaga gravaria o repertório Véio Macho. Metade das 12 faixas era de Zé Marcolino.

Ele participou da turnê de divulgação do disco, começando pelo Sul do país. Quando se dirigiram ao Nordeste, Zé Marcolino já estava decidido: não voltaria ao Rio. No xote Matuto Aperreado, gravado por Luiz Gonzaga, ele descreve bem como se sentiu na cidade grande: "Fico doido com tanta fala de gente/e a zuada de automóvel a me assustar/se na rua vou fazer um cruzamento/tenho medo, eu num posso atravessar/desse jeito, eu sou franco em dizer/mas um dia eu aqui não posso mais ficar".

No final da demorada turnê, no Crato, Ceará. Ele pegou um ônibus para Campina Grande, e lá foi de táxi para a Prata, e logo estaria com a família.

Por ironia do destino, o matuto que temia atravessar as movimentadas ruas do Rio de Janeiro, morreu, em 20 de setembro de 1987, ao tentar desviar seu carro, de uma vaca que atravessava a rodovia, passava por Afogados da Ingazeira. Vinha com um filho, Ubirajara Marcolino, que foi hospitalizado, mas sem gravidade. Zé Marcolino, sofreu fratura na crânio, foi levado para o Recife, mas faleceu à altura de Vitória de Santo Antão, estava com 57 anos.

Entre as grandes e importantes contribuições do Quinteto Violado para a cultura pernambucana, e brasileira, está o LP Sala de Reboco, em que cumpriu o papel de acompanhantes para Zé Marcolino no que seria seu disco de estreia e o único que gravaria. Marcolino gravou com o acompanhamento de luxo do Quinteto Violado, com Toinho Alves na direção musical. 

As gravações foram realizadas no estúdio da Rozenblit, na Estrada do Remédio:

"Zé Marcolino era sempre muito disciplinado, já chegava ao estúdio com os arranjos já definidos. Toinho era muito exigente no aspecto. Então, acredito que trabalhamos duas semanas em estúdio. Montando as bases e mais uma semana para concluir, mixagem e edição final. Não lembro, mas acho que foi masterizado em São Paulo. Daí tivemos uma aproximação amigável e afetuosa com o poeta. Incluímos ele nos nossos shows daquele ano. Fizemos juntos o programa Som Brasil, com o Rolando Boldrin que ficou encantado com os causos matutos do Zé Marcolino", quem relembra a gravação do disco é Marcelo Melo, do Quinteto Violado, que dedicou, em 2010, um disco inteiro à obra do compositor.

 "Nosso trabalho com a obra do Zé Marcolino foi tão importante, que resolvemos colocar na nossa série: Quinteto Canta", diz Marcelo Melo.

Confira produção LP disco José Marcolino:
Produção artística do Quinteto violado, direção musical de Toinho Alves, gravado nos estúdios Rozemblit em Recife – PE e sanfonas de Pinto do acordeon e Arlindo. Destaque para “Santo fingido” e “Morena feiticeira”.

01 Numa sala de reboco (José Marcolino – Luiz Gonzaga)
02 Santo fingido (José Marcolino)
03 Flor de camarú (José Marcolino)
04 Rainha do Moxotó (José Marcolino)
05 Morena feitiçeira (José Marcolino – Maria Rita)
06 Baiana cheirosa a côco (José Marcolino)
07 Eu e ela na fogueira (José Marcolino)
08 Pássaro fura barreira (José Marcolino – Dero)
09 Louvação ao inverno (José Marcolino)
10 Côco paraibano (José Marcolino)

11 Pássaro carão (José Marcolino – Luiz Gonzaga)



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VERÔNICA SANFONEIRA FAZ HOMENAGEM NESTE DOMINGO AO POETA ZÉ MARCOLINO QUE COMPLETARIA 90 ANOS

De tempos em tempos nossa história
Nos resguarda alguns gênios ao destino
Que até mesmo o mais cético se debruça
Observando o capricho do divino
Como a música cantada com emoção
Se debruça também hoje o sertão
Pra saudar o seu gênio Marcolino. (Alberto Batista) 

A sanfoneira, compositora cantora e professora e pós graduada em música, pedagogia do instrumento pela Universidade Federal de Pernambuco, Verônica Sedrez, mais conhecida como Verônica Sanfoneira, apresenta neste domingo, 28 de junho, uma live para homenagear os 90 anos de nascimento do poeta Zé Marcolino.

A Live de Verônica Sanfoneira, neste domingo 28 de junho será apresentada no instagram @vsmusica, às 17hs. Na ocasião, a artista cantar e vai mostrar seu repertório e compartilhará também histórias da vida de Zé Marcolino.

Verônica é música por formação e integra a primeira banda de forró pé-de-serra composta só por mulheres da cidade de Caruaru, Pernambuco, o grupo “As Fulô”. Ela também já integrou o Sexteto Pernambucano de Acordeom do Mestre Camarão, que foi seu mentor. Seu primeiro CD solo foi lançado em 2014 e contou com a participação de artistas como Dominguinhos, Maciel Melo e Nádia Maia.

José Marcolino Alves, é um dos mais talentosos nomes da música brasileira. Em Sumé, na Paraíba, veio à luz no dia 28 de junho de 1930. Venceu os obstáculos da vida simples e quando teve oportunidade deixou o Rei do Baião...digamos "bestim com tamanha genialidade".

O talento é mostrado no repertório do LP Ô Véio Macho, de 1962, tem Luiz Gonzaga interpretando as composições que José Marcolino lhe mostrou em Sumé: Sertão de aço, Serrote agudo, Pássaro carão, Matuto aperriado, A Dança do Nicodemos e No Piancó. Estes seriam os  forrós de Zé Marcolino gravados  pelo Rei do Baião. Ele interpretaria várias outras, entre as quais as antológicas Numa Sala de reboco e Quero chá.

Zé Marcolino participou da turnê de divulgação do LP Veio Macho, viajando de Sul a Norte do País com Luiz Gonzaga, no entanto, a saudade da família e suas raízes sertanejas foram mais fortes. Depois de um show no Crato, Ceará,  ele tomou um ônibus até Campina Grande e de lá foi para Sumé, de onde fretou um táxi para a Prata, onde morava.

Com o sucesso de suas canções cantadas por vários artistas (Quinteto Violado, Assisão, Genival Lacerda, Ivan Ferraz, Dominguinhos, Fagner, Jorge de Altinho, Elba Ramalho, Mastruz com Leite e tantos outros nomes da música brasileira), é atualmente Zé Marcolino um dos mais talentosos compositores da música brasileira de todos os tempos.

Em 1983, produzido pelos integrantes do Quinteto Violado, Zé Marcolino lançou seu primeiro e único, hoje fora de catálogo, LP Sala de Reboco (pela Chantecler). Um disco que está merecendo uma reedição em CD, assim como também seu livro (Zé Marcolino, Vida Versos e Viola), necessita uma reedição.

No citado disco Véio Macho, com seis músicas de Marcolino, ele toca gongue. No LP A Triste Partida, Luiz Gonzaga gravou Cacimba Nova, Maribondo, Numa Sala de Reboco e Cantiga de Vem-vem.

Zé Marcolino morou em Juazeiro da Bahia e ficou até 1976, quando foi para Serra Talhada, Pernambuco. Inteligente, bem-humorado, observador,  Zé Marcolino tinha os versos nas veias como a caatinga do Sertão.

Zé Marcolino casou com Maria do Carmo Alves no dia 30 de janeiro de 1951 com quem teve os filhos Maria de Fátima, José Anastácio, Maria Lúcia, José Ubirajara, José Walter, José Paulo e José Itagiba.

É José Marcolino, um dos nomes mais valiosos da música brasileira. Tenho dito.  

A lira de Zé Marcolino se calou, precocemente, aos 57 anos de idade, em 20 de setembro de 1987, quando a trajetória do poeta foi cortada por um acidente de carro. Para muitos dos seus admiradores, foi uma forma irônica de morrer para aquele que em sua obra escreveu um poema para estrada. Como diz na poesia: “A estrada matou quem escreveu/ o mais belo poema da estrada” e são estas letras em homenagem a José Marcolino que estão lá encravadas no pé da sua cruz. 
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NEY VITAL SACODE O FORRÓ COM BOM JORNALISMO AUDIÊNCIA RÁDIO AUMENTA NAS PLATAFORMAS DIGITAIS

O Ibope realizou um levantamento sobre o meio Rádio em todo o Brasil. O rádio é conteúdo que informa e emociona, eterniza momentos e vira referência na vida das pessoas.

Para passar uma lupa nas características dos ouvintes e entender com profundidade como se dá o consumo e o comportamento nesse meio, a Kantar IBOPE Media apresenta o Inside Radio.

De acordo com o estudo, o meio alcança 83% dos brasileiros e o consumo de horas por dia é de 4h33 em média. Para Melissa Vogel, CEO da Kantar IBOPE Media no Brasil, o estudo reforça a relevância do rádio enquanto mídia, assim como o impacto do meio na vida das pessoas.

“O áudio é uma das primeiras coisas que experimentamos na vida, quando ainda estamos no ventre de nossas mães. Em um mundo cada vez mais tecnológico e influenciado por algoritmos, o áudio mantém a capacidade de nos humanizar e é importante entender isso para explorá-lo e valorizá-lo. E é no áudio que o rádio vive e se recria todos os dias”, comenta a executiva.

O principal termômetro da audiência da sua rádio é a quantidade total de horas que os ouvintes escutam a programação.

Mesmo com mudanças na rotina, o tempo médio de audiência segue estável, apontou o levantamento. Se comparado com o mesmo período do ano passado, há registro significativo de crescimento. O número de pessoas que ouvem rádio e mantêm o hábito com o distanciamento social aumentou para 74%.

A integração entre o rádio e as plataformas digitais é uma realidade que vem ganhando corpo nos últimos anos no Brasil. Se no início da ascensão digital se falava em ouvir rádio pelo site das emissoras, hoje muitas delas já contam com aplicativos e uma série de conteúdos e promoções exclusivas para os meios digitais. Para se ter uma ideia, segundo estudo recente do Kantar Ibope Media, 89% das pessoas escutam Rádio via mobile, pelo computador, enquanto 56% seguem nos receptores convencionais, em casa ou no carro.

A audiência ainda está ligada ao aparelho receptor comum, mas o ouvinte também está no computador e, principalmente, no celular.

O rádio continua sendo o principal veículo de comunicação do Brasil. Aliado a rede de computadores está cada vez mais forte e líder. Na rádio Cidade AM 870, Petrolina/Juazeiro, Bahia, o jornalista Ney Vital apresenta o Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e Amigos. O programa é transmitido todos os domingos,  a partir das 9hs da manhã, www.radiocidadeam870.com.br, também no instagram, YouTube.

A direção da emissora apostou na reinvenção, no projeto especial e aposta no conteúdo cultural e os resultados aparecem. 

O Programa NAS ASAS DA ASA BRANCA VIVA LUIZ GONZAGA e SEUS AMIGOS segue uma trilogia amparada na cultura, cidadania e informação. "É o roteiro usado para contar a história da música brasileira a partir da voz e sanfona de Luiz Gonzaga, seus amigos e seguidores", explica Ney Vital. 

O programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga é um projeto que teve início em 1990, numa rádio localizada em Araruna, Paraíba. "Em agosto de 1989 Luiz Gonzaga, o  Rei do Baião fez a passagem, partiu para o sertão da eternidade e então, naquela oportunidade, o hoje professor doutor em Ciência da literatura, Aderaldo Luciano fez o convite para participar de um programa de rádio. E até hoje continuo neste bom combate". 

O programa é o encontro da família brasileira. Ney Vital não promove rituais regionalistas, a mesquinhez saudosista dos que não se encontram com a arte e cultural, a não ser na lembrança. Ao contrário, o programa evoluiu para a forma de espaço reservado à cultura mais brasileira, universal, autêntica, descortinando um mar e sertões  de ritmos variados e escancarando a infinita capacidade criadora dos que fazem arte no Brasil. 

É o conteúdo dessa autêntica expressão nacional que faz romper as barreiras regionais, esmagando as falsificações e deturpações do que costuma se fazer passar como patrimônio cultural brasileiro.

Também por este motivo no programa o sucesso pré-fabricado não toca e o modismo de mau gosto passa longe."Existe uma desordem , inversão de valores no jornalismo e na qualidade das músicas apresentadas no rádio", avalia Ney Vital que recebeu o titulo Amigo Gonzagueano Orgulho de Caruaru, e Troféu Luiz Gonzaga 2014 Exu,  recentemente em evento realizado no Espaço Cultural Asa Branca, foi um dos agraciados com o Troféu Viva Dominguinhos em Garanhuns.

Ney Vital usa a credibilidade e experiência de 30 anos atuando no rádio e tv. Nas filiadas do Globo TV Grande Rio e São Francisco foi um dos produtores do Globo Rural, onde exibiu reportagens sobre Missa do Vaqueiro de Serrita e festa aniversário de Luiz Gonzaga e dos 500 anos do Rio São Francisco, além de dezenas de reportagens pautadas no meio ambiente do semiárido e ecologia.

Formado em Jornalismo na Paraíba e com Pós-Graduação em Ensino de Comunicação Social pela UNEB/Universidade Federal do Rio Grande do Norte faz do programa um dos primeiros colocados na audiência do Vale do São Francisco, segundo as pesquisas. 

O Programa Nas Asas da Asa Branca, ao abrir as portas à mais genuína música brasileira, cria um ambiente de amor e orgulho pela nossa gente, uma disseminação de admiração e confiança em nosso povo — experimentada por quem o sintoniza, dos confins do Nordeste aos nossos pampas, do Atlântico capixaba ao noroeste mato-grossense.

Ney Vital usa a memória ativa e a improvisação feita de informalidade marcando o estilo dos diálogos e entrevistas do programa. Tudo é profundo. Puro sentimento.O programa Flui como uma inteligência relâmpago, certeira e  hospitaleira.

"O programa incentiva o ouvinte a buscar qualidade de vida. É um diálogo danado de arretado. As novas ferramentas da comunicação permitem ficarmos cada vez mais próximo das pessoas, através desse mundo mágico e transformador que é a sintonia via rádio", finalizou Ney Vital.
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FILME O MENINO QUE TINHA MEDO DO RIO SERÁ EXIBIDO EM FESTIVAL NA FRANÇA

O filme "O menino que tinha medo do rio", produzido por ribeirinhos da cidade de Petrolândia, foi selecionado para o Festival Internacional de Cinema de Contis, na França. O evento ocorrerá virtualmente entre os dias 02 a 06 de julho e apresenta uma programação diversificada com exibição de filmes de vários países, exposições, debates e competição europeia de curta metragens.

A produção ribeirinha selecionada compõe a modalidade "Éducation à l'image" (Cinema pela Educação), que é uma mostra não competitiva e será exibida no primeiro dia do Festival (02), a partir das 13h (horário de Brasília). 

O Filme "O menino que tinha medo do Rio" é uma realização do projeto "Cinema no Interior - Edição Especial Velho Chico" e tem alcançado reconhecimentos do público e da crítica através de premiações em outros festivais. No XXI Festival de Curtas de Pernambuco na categoria Ficção Formação, recebeu o prêmio de melhor filme. Já no XIII Festival Internacional Curta Taquary, na Mostra Dália da Serra, conquistou o prêmio de melhor ator pela atuação de Jerzeel Messias, como Inácio, o menino que tinha medo do rio.

A professora Natalia Maia, que interpreta a personagem Maria, a avó do menino que tinha medo do rio, pontua que o "Cinema no Interior" a transformou em uma atriz mais potente. "A Natália que foi à primeira reunião desse projeto, definitivamente não é a mesma que se vê na tela dos festivais hoje. Essa experiência ofereceu às pessoas comuns o mundo mágico das artes, e ser artista requer muito trabalho com o nosso interior. Toda aprendizagem, melhoramento intelectual e espiritual eu agradeço de coração a oportunidade oferecida pelo Projeto Cinema no Interior", elucida Maia.

O curta-metragem ficará disponível durante todo o evento e nesse encontro franco-brasileiro, terá a exibição de outro filme do projeto "Cinema no Interior", "Cine Liberdade", que retrata uma experiência audiovisual iniciada nos Centros Socioeducativos no estado do Ceará. Ocorrerá ainda a apresentação do filme francês, "LETTRES CONFINÉES" ('Cartas Confinadas'), realizado pela Douze Films, com legenda em português.

O projeto Cinema no Interior, tem como objetivo contribuir com o desenvolvimento sociocultural de comunidades do Nordeste brasileiro por meio de ferramentas cinematográficas. O projeto foi selecionado no XI Edital de Fomento ao Audiovisual do Estado do Pernambuco e no Edital SAV/Minc/2018, já a edição especial Cine Liberdade foi realizada em parceria com a SEAS (Superintendência Estadual de Atendimento Socioeducativo do Ceará).

O idealizador e diretor geral do "Cinema no Interior", Marcos Carvalho, explica que, "É muito enriquecedor contribuir com o desenvolvimento da arte nos sertões através do víeis formativo, trabalhando em conjunto com as comunidades ribeirinhas e as prefeituras municipais locais, possibilitando a geração de sementes e frutos comprometidos com a exaltação da nossa cultura dentro e fora do país, de cuidado com o meio ambiente e respeito com os povos originários do Brasil", elucida Marcos.

Os interessados em apreciar e participar desse encontro franco-brasileiro na modalidade "Cinema pela Educação" e, prestigiar aos demais eventos do Festival Internacional de Cinema de Contis, devem acessar o site <http://www.cinema-contis.fr/education-a-limage/>, todo o conteúdo audiovisual estará disponibilizado gratuitamente a partir das 13h (horário de Brasília) da próxima quinta (02).

Serviço: O que?  Exibição do Curta metragem sobre o rio São Francisco "O Menino que tinha medo do rio"
Onde? Festival Internacional de Cinema de Contis, na França (Virtual) <http://www.cinema-contis.fr/education-a-limage/>
Quando? Próxima quinta-feira (02/07), a partir das 13hs. O filme ficará disponível durante todo o evento;
Duração do evento? De 02 a 06 de julho.

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PESQUISADOR REVELA QUE JÁ TEM PROJETO PARA OS 110 ANOS DE NASCIMENTO DE LUIZ GONZAGA

Paulo Vanderley, pesquisador, criador e mantenedor do mais completo site de Luiz Gonzaga no Brasil www.luizluagonzaga.com.br

O despertar de Paulo Vanderley pela valorização dos costumes da cultura brasileira e especial o Nordeste e sua música começou na infância. Em 1989, na cidade de Exu, Pernambuco, o paraibano de Piancó, de apenas 9 anos, filmou o cortejo de sepultamento de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Na época a família de Paulo Vanderley morava em Exu. Paulo tem o privilégio de ter fotos ainda criança ao lado de Luiz Gonzaga.

Adolescente Paulo Vanderley passou a colecionar tudo relacionado à cultura gonzagueana e o melhor da música ao ritmo da sanfona, zabumba e triângulo. Paulo reúne coleção, a exemplo de Jackson do Pandeiro, Marinês, Dominguinhos. O cantor e compositor Gonzaguinha é um capítulo valioso na vida de Paulo.

“Sou da Paraíba, fui criado no sertão. Meu pai era funcionário do Banco do Brasil e, pelas andanças pelo banco, fomos parar em Exu, no Pernambuco, terra do seu Luiz Gonzaga. Ele era cliente do banco e foi assim que ele e meu pai se conheceram e ficaram amigos”, contou Paulo.

Durante a Live Gonzaguear, promovida pelo pesquisador e escritor Rafael Lima, autor do livro, “O Rei do Baião e a Princesa do cariri”, onde relata sobre os momentos mais marcantes vividos por Luiz Gonzaga na cidade do Crato, Ceará, Paulo Vanderley contou que o apartamento onde mora em Fortaleza com a esposa Susana e os filhos Ana Paula e Paulinho é um acervo de objetos confeccionados em couro, madeira, barro, xilogravura e pinturas. Sem falar das coleções de chapéus, livros, cordéis, poemas e centenas de discos.

Durante a live Paulo revelou que ainda este ano o site, um dos mais completos sobre a vida e obra de Luiz Gonzaga, www.luizluagonzaga.com.br "vai voltar".

"Já estamos envolvidos no projeto 110 anos anos do nascimento de Luiz Gonzaga, em 2022. Muitas novidades virão", disse Paulo. 

Paulo ainda se emociona ao lembrar que foi amigo do “seu Dominguinhos” a ponto de viajar em turnês junto com a família. Recordou que no final de 2012, Dominguinhos, dona Joana e Eurides (pais do cantor Waldonys)  passaram uma tarde juntos em Exu, pouco antes da apresentação que ele faria em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga. "E este show foi um dos mais emocionantes e a última vez que todos nós escutamos a voz de Dominguinhos no palco. Depois ele adoeceu e partiu".

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BARRAGEM DE SOBRADINHO RECEBERÁ INVESTIMENTO PARA MELHORIAS E MODERNIZAÇÃO

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) prepara pacote de melhorias e modernizações de suas Usinas, cujos valores a serem contratados, apenas em 2020, devem levar aproximadamente R$ 1 bilhão de investimentos.

Para este ano, além de diversas melhorias pontuais nas usinas, três grandes projetos estão em foco. O primeiro deles se trata da modernização e digitalização da Usina Hidrelétrica de Sobradinho, que receberá investimentos na ordem de R$ 258 milhões para obras que vão desde a tomada d’água até a sucção, com revisão das comportas e seus sistemas de acionamento, substituição dos sistemas auxiliares mecânicos e elétricos, revisão no rotor da turbina, além de digitalização dos sistemas de medição, proteção, controle, supervisão e regulação da usina e o aumento no número de grandezas monitoradas. O contrato foi assinado em abril e os trabalhos, com duração total de sete anos, se iniciam na primeira quinzena de julho.

O segundo processo, em fase de contratação, é para a modernização de 40 sistemas e equipamentos de elevação de carga nas usinas, com investimentos de cerca de R$ 88 milhões. E o terceiro e maior dos projetos, também já em fase de contratação, é a modernização e digitalização da Usina de Paulo Afonso IV, que receberá investimentos que superam os R$ 600 milhões.

À exceção de Sobradinho, o Programa de Modernização será executado com recursos da “GAG Melhoria”, verba específica destinada para esse tipo de benfeitoria.

Esses projetos trazem modernidade, confiabilidade e segurança operacional às instalações, trazendo avanço nas condições de operação e na disponibilidade das usinas, explicou Douglas Balduíno, Superintendente da Engenharia de Geração da Chesf. (Fonte: Chesf)

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