PANDEMIA E SUAS CONSEQUÊNCIAS ESTIMULAM VIOLÊNCIA E DESESPERANÇA EM COMUNIDADES CARENTES

A covid-19 ampliou a fome nas comunidades vulneráveis. É o que revela a primeira onda de pesquisas do Painel de monitoramento com lideranças comunitárias sobre os impactos do avanço da pandemia da Covid-19, realizado pela Rede de Pesquisa Solidária. 
O estudo contou com o levantamento de informações junto a lideranças de mais de 70 comunidades, bairros, territórios e localidades de alta vulnerabilidade social em seis regiões metropolitanas do País. O Painel pretende registrar regularmente informações objetivas sobre os principais problemas enfrentados por essas populações com o avanço da pandemia.
A identificação e acompanhamento desses problemas permitem a antecipação de crises e gerenciamento de risco, tanto pelo poder público quanto pelas próprias comunidades. Entre os dias 5 e 10 de maio foram realizadas perguntas rápidas padronizadas, a partir de aplicativos de celular, a 99 lideranças comunitárias, com retorno de 72 delas. 
As lideranças e representantes comunitários são fontes estratégicas de informação, pois estão cotidianamente mobilizados no enfrentamento dos problemas mais graves que atingem suas localidades. Em diálogo constante com a população, recebem demandas, gerenciam conflitos e possuem olhar mais integrado dos territórios em que atuam. 

O coordenador geral do Conselho Popular de Petrolina, Rosalvo Antonio, em contato com a reportagem do BLOG NEY VITAL, avaliou que a pandemia "ao que tudo indica foi importada pela elite brasileira". 

"Chegou de forma avassaladora na classe pobre do nosso País, Petrolina não foge a regra em que pese os esforços aparentemente feitos pelas autoridades, ele bate de frente com  com a periferia que está vulnerável a todo tipo de violência, inclusive a que eu considero a maior delas, que é a negação dos direitos sociais, responsável pela geração de vários outros tipos de violência, inclusive a doméstica e o desespero pela sobrevivência.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) ressalta a importância do engajamento comunitário para a efetiva comunicação dos riscos e do controle da epidemia em contextos locais, principalmente nas comunidades mais vulneráveis. Por seu conhecimento do território, por sua experiência e pela capilaridade de suas redes pessoais, as lideranças comunitárias exercem papel estratégico na disseminação de medidas de prevenção ao vírus e na construção de soluções alternativas aos danos sociais da pandemia.
As respostas expressaram um quadro de desalento generalizado. Em 68% das comunidades a fome já é um dos principais problemas vividos. Trabalho e renda são problemas graves mencionados por mais de 60% dos entrevistados. 
Quase metade das lideranças apontou falta de renda e o desemprego como uns dos principais problemas intensificados pela pandemia. Até mesmo o auxílio emergencial proposto pelo governo federal para amenizar a falta de renda e emprego se tornou uma questão grave na vida das pessoas: mais de 30% dos entrevistados relataram que as dificuldades para acessar o benefício estão entre os problemas mais intensos vividos pelas populações residentes nessas comunidades.
A fome e a falta de renda para aquisição de alimentos constituem as dificuldades mais recorrentes e críticas que a população desses territórios enfrenta nesse momento. Há percepção generalizada de que a fome causada pela privação de recursos atinge muitas famílias. O risco à segurança alimentar se intensifica à medida que a epidemia se prolonga e recursos emergenciais se mostram insuficientes. 

Apesar da multiplicação de iniciativas de distribuição de cestas de alimentos nas comunidades, provenientes de políticas assistenciais, da sociedade civil organizada e de filantropia, as associações locais e lideranças estão fortemente mobilizadas em busca de recursos e soluções comunitárias. Porém, esses esforços são insuficientes para suprir as necessidades crescentes, como se pode ver pelos relatos.
Desemprego, redução do salário e ausência de renda estão entre os efeitos da pandemia mais citados pelas lideranças. Prevalece a percepção de que parcelas consideráveis de trabalhadores dessas localidades perderam seu emprego, enquanto outras sofreram redução de salário. Pequenos comerciantes e prestadores de serviços também enfrentam queda acentuada de rendimentos.
Há menções recorrentes à situação crítica de profissionais autônomos e informais que foram temporariamente dispensados sem garantia de remuneração nem previsão de retomada de suas atividades. É o caso das faxineiras diaristas, das cuidadoras e dos profissionais de manutenção e construção civil, como pedreiros e marceneiros, pois as famílias e estabelecimentos para quem prestavam serviços não mantiveram o pagamento de suas diárias.
Diante do agravamento das necessidades e da insuficiência das respostas governamentais, as lideranças relataram crescimento das pressões pela retomada de atividades de geração de renda, o que muitas vezes implica o não cumprimento das recomendações de isolamento social e, por consequência, o aumento do risco de contágio.
O estudo é descrito em uma nota técnica coordenada por Graziela Castello, Priscila Vieira e Monise Picanço, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), e teve a participação de Gabriela Palhares, do Observatório da Inovação da USP, Jaciane Milanezi, do Cebrap, e Jonatas Mendonça dos Santos, Laura Simões e Rodrigo Brandão, da USP. (Fonte: Jornal da USP)
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ROBERTO JEFFERSON E DEPUTADOS DO PSL SÃO ALVOS DA POLÍCIA FEDERAL SOBRE ATAQUES AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, a Polícia Federal (PF) cumpre mandados de buscas e apreensões, nesta quarta-feira (27/5), no âmbito do inquérito que apura fake news e ofensas contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Estão sendo cumpridas 29 ordens judiciais no Distrito Federal, no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Mato Grosso, no Paraná e em Santa Catarina. A corporação não passou mais detalhes da operação. Não há mandados de prisões. 

Mas o Correio apurou que entre os alvos das ações da Polícia Federal estão o blogueiro Allan dos Santos, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL/SP) e o empresário Luciano Hang. Todos são aliados do presidente Jair Bolsonaro.
Deputados federais do PSL, partido que o presidente foi eleito e deixou no ano passado, também são alvos da operação. Os parlamentares Carla Zambelli (SP), Bia Kicis (DF) e Daniel Silveira (RJ) devem prestar depoimento por determinação de Moraes.

A investigação busca identificar quem são os articuladores, financiadores e apoiadores do esquema montado para propagar ataques contra políticos e instituições. Moraes determinou que os parlamentares federais sejam ouvidos para esclarecer eventuais participações no caso.

Informações obtidas pelo Correio apontam que as investigações desta quarta-feira estão relacionadas com o inquérito que investiga manifestações antidemocráticas, que pediram intervenção militar nos últimos meses. (Fonte: Correio Braziliense)
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CÂMARA FEDERAL APROVA AUXÍLIO EMERGENCIAL DE R$600 A ARTISTAS

A Câmara Federal aprovou, nesta terça-feira (26), um pacote de R$ 3 bilhões para auxiliar o setor cultural em virtude da pandemia do novo coronavírus. O texto prevê o pagamento de um benefício emergencial de R$ 600, durante três meses, aos trabalhadores do setor. Os recursos serão repassados aos estados para subsidiar, ainda, micro e pequenas empresas da área e espaços destinados às apresentações artísticas. Editais também são contemplados pelo projeto.

A ajuda de R$ 600 poderá ser prorrogada enquanto durar o auxílio emergencial aos trabalhadores informais. Para receber os recursos, os profissionais da cultura precisarão ter renda de até meio salário mínimo por pessoa — ou de até três salários, contando todo o núcleo familiar — e comprovar atuação no setor durante os últimos dois anos. É preciso, também, ter inscrição em algum cadastro público da área cultural. Além disso, não podem ter recebido, em 2018, até R$ 28.559,70 em rendimentos tributáveis.

Os beneficiários da renda básica emergencial do governo federal não terão acesso ao novo programa. O mesmo vale para usuários de mecanismos de transferência de renda, como o Bolsa Família, ou previdenciários, como o seguro-desemprego.

O recebimento do auxílio está limitado a duas pessoas por família. O Projeto de Lei (PL) 1.075/2019 foi proposto pela deputada Benedita da Silva (PT-RJ). Os parlamentares aprovaram uma versão substitutiva do texto, apresentado pela relatora Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Agora, a matéria segue para análise do Senado Federal.

Segundo o líder do governo no Parlamento, Major Vitor Hugo (PSL-GO), o PL será sancionado quando chegar à mesa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A proposta prevê, também, a liberação de subsídios mensais — entre R$ 3 mil e R$ 10 mil — para amparar espaços culturais e pequenos empreendimentos do setor. Linhas de crédito para a compra de equipamentos e renegociação de dívidas também estão autorizadas.

Ao comemorar a aprovação do projeto, a relatora Jandira Feghali sugeriu que a futura lei seja chamada de Aldir Blanc. O objetivo é homenagear o compositor, vítima da COVID-19. A autora Benedita da Silva, por sua vez, lembrou que muitos profissionais do setor cultural têm sofrido as consequências da interrupção das atividades. 

“Temos que agradecer o sacrifício de muitos artistas que, neste momento, sofrem de fome, já que suas atividades foram as primeiras a parar. Não estamos falando dos que ainda têm algo para colocar na mesa. Falamos dos artistas que nos encantam e amenizam este momento”, salientou.

O texto estabelece 15 dias, contados a partir da sanção, como prazo para o repasse dos recursos. Metade dos R$ 3 bilhões irá para os estados e o Distrito Federal. Desse montante, 80% será dividido conforme o tamanho da população, enquanto 20% terá o Fundo de Participação dos Estados (FPE) como norteador.

A outra metade dos recursos será entregue às cidades, levando em conta o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) — 20% — e, também, o número de habitantes (80%). 
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CANTOR TARGINO GONDIM SOFRE ACIDENTE DE CARRO. "GRAÇAS A DEUS E IRMÂ DULCE ESTOU BEM. UM GRANDE SUSTO", REVELA O SANFONEIRO

O cantor e compositor Targino Gondim, sofreu um acidente de carro nesta terça-feira (26). Em contato com a reportagem do BLOG NEY VITAL, o sanfoneiro disse que "graças a Deus está bem e se recuperando do grande susto". O carro em que ele estava capotou. O acidente aconteceu  no Km 169 da BA-099, sentido Conde, Bahia. "Muita chuva. O carro capotou duas vezes. Tudo muito rápido. Fiquei sem estabilidade e não deu para evitar o acidente. Agora estou bem. Um grande susto", disse o sanfoneiro. 

Targino Gondim realizou no último sábado (23), sua live musical ‘Show Sem Limites’, no YouTube e atingiu a marca que superou 110 mil visualizações.

"Graças a Deus foi um susto. Hoje dia de Santa Dulce e data nascimento do mestre Sivuca, eu aproveito para agradecer a preocupação dos amigos, fãs, pela preocupação. Estou bem", declarou Targino.

Com a suspensão do São João devido a pandemia do novo coronavírus, o artista irá transformar a apresentação em um verdadeiro São João virtual, com um repertório recheado de sucessos da carreira.

No Projeto Targino sem Limites, Targino Gondim apresenta uma parceira com um grande nome da música do Brasil. Desta vez, a baiana Ivete Sangalo divide com o sanfoneiro a canção Culpa do meu Coração. Nesta temporada já foram gravadas musicas com Zeca Baleiro, Mariene de Castro, Bel Marques e Carlinhos Brown, e também com Fagner, Gilberto Gil, Xandy Aviões e Baiana System.

Targino tem a chancela de grandes nomes do ritmo, a exemplo de Gilberto Gil, Fagner, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Alceu Valença e Dominguinhos, o artista não se limitou apenas a fazer show.


Empreendedor tem tocado eventos como Festival Internacional da Sanfona (Juazeiro-BA), que já é o maior evento de acordeon da América Latina, Festival de Forró da Chapada (Mucugê-BA), Conecta Chapada (Andaraí-BA), e Festival de Forró de Itacaré (Itacaré-BA).

Nas canções que o público confere em suas apresentações estão, ‘Esperando na Janela’ que lhe rendeu um Grammy Latino e tem uma versão na voz de Gilberto Gil, ‘Pra Se Aninhar’, ‘Dance Forró Mais Eu’, e ‘Na Sombra Do Juazeiro’.
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PREFEITO DE EXU, PERNAMBUCO, RAIMUNDO SARAIVA, DESTACA MEDIDAS PREVENTIVAS ADOTADAS CONTRA O COVID-19

O prefeito de Exu, Raimundo Saraiva, concedeu entrevista para TV Grande Rio/afiliada Globo, nesta terça-feira (26) para falar sobre as medidas de prevenção ao coronavírus no município. Exu tem sido um exemplo de medidas de prevenção ao Covid 19.

De acordo com os boletins divulgados até a manhã desta terça-feira (26), apenas dois municípios não registraram casos do novo coronavírus. Enquanto as outras cidades, juntas, somam mais 450 casos, com 28 mortes.

Em Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga os números seguem zerados e a cidade se destaca no combate a prevenção do Coronavírus.


Para que o município siga sem nenhum caso, o prefeito pede que a população mantenha o distanciamento social. "Eu solicito a nossa população que continue em casa, nos ajudando que só assim, nós juntos vamos conseguir vencer esse momento de dificuldade e logo em breve voltar a normalidade sem maiores problemas".

Em Exu, até a estátua de Luiz Gonzaga está usando máscara. No município, que segundo o IBGE tem 31.825 habitantes, o uso do equipamento de proteção contra o novo coronavírus é obrigatório.

Além do decreto que obriga o uso da máscara, publicado no dia 5 de maio, a prefeitura de Exu publicou outros oito decretos. Entre as medidas assinadas pelo prefeito Raimundo Saraiva, está a instalação de barreiras sanitárias no município.

A equipe da vigilância sanitária de Exu, tem trabalhado atualmente com a implantação de uma barreira sanitária como uma das medidas de contenção da transmissão da covid-19. "Ficar em casa ainda é a medida mais eficiente, Exerça o amor ao coletivo", diz Marlla Teixeira.

Um eficiente trabalho de comunicação (Lello Santana) é usado para evitar a disseminação de casos de Coronavírus em Exu. 

Para isso, é importante que a população entenda como funciona o isolamento social e a importância de evitar aglomerações. A permanência das pessoas em casa protege não só quem pode aderir à medida, mas também evita a proliferação de vírus entre aqueles que precisam sair durante a pandemia de COVID-19, colocando em risco a vida de pessoas com baixa imunidade, como idosos e doentes crônicos.

"Ao ficar em casa, você colabora para que o vírus causador do COVID-19 não passe para pessoas saudáveis. Isso porque o contágio acontece por gotículas, espalhadas ao falar, ao tossir ou espirrar. Neste momento, é importante a compreensão e apoio de toda a população. Quem pode, deve permanecer em casa, no isolamento social para proteger sua saúde e de toda a comunidade", diz um dos textos postados no facebook.

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CANTOR GENIVAL LACERDA SOFRE AVC E ESTÁ INTERNADO EM HOSPITAL DO RECIFE EM OBSERVAÇÃO

O cantor e compositor paraibano Genival Lacerda, de 89 anos, sofreu um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVC) na madrugada desta terça-feira (26) e está internado no Hospital D'Ávila, na Zona Norte do Recife. Segundo o filho, João Lacerda, ele dormiu bem, fez exames e ficará cinco dias em observação.

Genival Lacerda estava em sua casa, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul da capital pernambucana, quando passou mal. Foi socorrido a princípio para o hospital particular, mas por conta do risco de contrair Covid-19, foi transferido para o D'Ávila, ainda de acordo com o filho.

"Ele fez todos os [exames de] check up, tomografia e exames. Estava com taxas alteradas. Ele dormiu bem e vai ficar em observação nesses cinco dias para ver se o quadro não se agrava", afirmou João Lacerda.

Natural de Campina Grande, Genival Lacerda reside no Recife há mais de 25 anos. Ele é o interprete de músicas de João Gonçalves como "De quem é esse jegue?" e "Severina Xique-Xique".

Genival Lacerda sofre AVC e está internado em hospital do Recife em observação

O cantor e compositor paraibano Genival Lacerda, de 89 anos, sofreu um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVC) na madrugada desta terça-feira (26) e está internado no Hospital D'Ávila, na Zona Norte do Recife. Segundo o filho, João Lacerda, ele dormiu bem, fez exames e ficará cinco dias em observação.

Genival Lacerda estava em sua casa, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul da capital pernambucana, quando passou mal. Foi socorrido a princípio para o hospital da Unimed, mas por conta do risco de contrair Covid-19, foi transferido para o D'Ávila, ainda de acordo com o filho.

"Ele fez todos os [exames de] check up, tomografia e exames. Estava com taxas alteradas. Ele dormiu bem e vai ficar em observação nesses cinco dias para ver se o quadro não se agrava", afirmou João Lacerda.

Natural de Campina Grande, Genival Lacerda reside no Recife há mais de 25 anos. Ele é o interprete de músicas de João Gonçalves como "De quem é esse jegue?" e "Severina Xique-Xique".

Recentemente amigo Cezar Durando me enviou fotos das comemorações de um dos nossos maiores patrimônios da cultura: Genival Lacerda que completou 89 anos de vida. Cesár Durando é um dos defensores das causas da cultura mais brasileira.

Sempre fui apaixonado por rádio e lá em Campina Grande, Paraíba, escutava a Rádio Cariri, Rádio Borborema e Caturité e nestas sintonias ouvia a animação do Genival Lacerda. O Senador do Rojão, Seu Vavá, O Rei da Munganga ­ são todos heterônimos de Genival Lacerda.

No programa ele designava um papel na sua obra. Seu Cazuza, por exemplo, foi personagem de programa humorístico de TV, que fez em dupla com o ator Lúcio Mauro (o Seu Barbalho), e com Luiz Gonzaga.

Quando interpretou Severina Xique Xique, composto por João Gonçalves, obteve o reconhecimento e ganhou sucesso.

"João Gonçalves chegou lá em casa, num domingo de manhã, me dizendo que trazia uma música que era a minha cara. Contou que tinha oferecido a Jackson e a Messias Holanda, mas eles não quiseram. Como é a história? Se estes cobrões não quiseram, sou eu que vou querer?", rememora Genival. 

"A música que ele recebeu naquela manhã de domingo foi Severina Xique Xique. O autor, João Gonçalves, assim com ele, havia nascido em Campina Grande. Disse a ele que ia ficar com a música, mas antes ia dar uma arrumada, botar uma meia sola nela," conta.

"Fui ao programa de Adelzon Alves, na Rádio Globo, todo mundo estava lá: Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Marinês, Abdias, Ary Lobo, Os Três do Nordeste. Cantei Severina. Depois, Adelzon olhou pra mim e falou: Caboco, este vai ser o seu maior sucesso."

Tem mais: "Ozeás Lopes me levou pra gravadora Copacabana, mas o pessoal de lá não acreditou muito na música. Em 15 dias, vendeu 35 mil discos. Em dois meses, 600 mil. E desembestou", ele revela. "Fui na gravadora pedir um adiantamento.Era muito dinheiro. Comprei uma casa em Campina Grande".

Hoje aos 86 anos, completados no dia 5 de abril, Genival Lacerda estava com 25 de carreira quando gravou Severina Xique Xique. Lá se vão mais de 70 anos de profissão, se contarmos o tempo em que disputava com Marinês prêmios em programa de calouros, em Campina Grande.

Com Marinês e Abdias, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos e Zito Borborema, Genival Lacerda fez parte da segunda geração do forró, surgida logo depois ­ e por influência ­ de Luiz Gonzaga.

É dos últimos desta geração, a história viva da música do povo Nordestino: "Um dia, em 1948, Rosil Cavalcanti sentou lá na sala de casa, com um violão, e ensinou a Jackson do Pandeiro umas músicas que tinha feito: Sebastiana, Compadre João".

Genival Lacerda é cantor da escola de Jackson do Pandeiro, das divisões impecáveis e imprevisíveis. Foram contraparentes. Severina, irmã de Jackson, foi casada com um irmão dele. Em 1950, Genival Lacerda foi contratado pela Rádio Borborema, de Campina Grande: "Em 1953, vim cantar no Recife, no aniversário da Rádio Tamandaré. Ganhava 700 cruzeiros lá, aqui me ofereceram 5 mil", diz Genival.

"Eu estava em Campina Grande, quando encontrei Ary Barroso, que foi se apresentar lá, e me aconselhou a ir para o Rio de Janeiro. Fui embora. Chego lá no dia 1º de abril de 1964, no dia da revolução (sic). Jackson e Almira foram me apanhar no Santos Dumont e perguntei se a gente estava em guerra. Pra todo canto era homem fardado de verde, tanques", conta.

Recentemente o cantor Genival Lacerda resolveu apostar em uma canção "cheia de modernidades". O cantor gravou o clipe de Me dê seu wifi. Genival contracena com quatro mulheres que representam as redes sociais: Twitter, Instagram, WhatsApp e Facebook.


"Nessa música, falo dessas modernidades de Facebook e Instagram, mas não sei nem para onde vai", confessa o artista, conhecido por canções satíricas como Severina Xique Xique, De quem é esse jegue? e Radinho de pilha. "O meu público já está seguro, mas preciso conversar com os jovens e essa música vai ajudar", afirma paraibano batizado de "rei da munganga".
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EXPORTAÇÃO DE FRUTAS GANHA IMPULSO NESTE SEGUNDO SEMESTRE, AFIRMA ASSOCIAÇÃO

Mesmo em meio à pandemia do coronavírus, as exportações brasileiras de frutas devem acelerar no segundo semestre. O novo presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, entende que o Brasil pode ser favorecido pela maior procura por alimentos saudáveis e ricos em vitaminas em nações desenvolvidas e pela entressafra com o fim do verão nos países de clima temperado.

De acordo com a entidade, o abacate da variedade avocado, assim como o limão, a laranja e a maçã estão entre os mais exportados no início deste ano. Em 2019, a comercialização de frutas foi de 980,5 mil toneladas (alta de 16%) e US$ 858 milhões em receita (aumento de 8,5%). A meta da associação para 2020 é alcançar a marca de US$ 1 bilhão.

“Pelas nossas conversas com os importadores, eles acreditam que no pós-pandemia as pessoas devem se voltar para alimentos saudáveis. Já havia essa necessidade e isso deve ser reforçado. A nossa atividade não está sofrendo parada nos embarques (com a pandemia do coronavírus) e o forte da safra no Brasil será no segundo semestre”, afirma.

Segundo Guilherme Coelho, em muitos países onde a incidência da pandemia é maior – como Itália, França e Inglaterra – trabalhadores qualificados de nações vizinhas estavam acostumados a residir nas áreas produtivas entre a primavera e o verão. Esse movimento foi afetado pelo fechamento das fronteiras. “Com a pandemia, essa logística está complicada. Eles estão chamando estudantes e quem está desempregado para o trabalho. Não é uma mão de obra especializada”, diz.

Fruticultor na fazenda Santa Felicidade, em Petrolina (PE), cidade próxima ao Rio São Francisco, Coelho produz cerca de 5 mil toneladas de uvas e 2,4 mil toneladas de mangas. Desse montante, 70% vão para a exportação. São cerca de 5,2 mil toneladas, a maior parte para a Europa e os Estados Unidos.

Ele conta que a demanda aumentou em 50% nos primeiros quatro meses do ano e que a desvalorização do real também ajudou a dar mais competitividade aos embarques externos. “A gente produz manga e uva o ano inteiro. No Brasil, temos duas safras, enquanto os demais países de clima temperado não conseguem produzir fora da primavera e do verão”, analisa.

Das 997 mil toneladas exportadas pelo Brasil no último ano, 739,4 mil toneladas foram para a Europa, com uma receita de US$ 677 milhões. Do que é embarcado para o velho continente, 353,1 mil toneladas (47,7%) são enviadas para o Porto de Rotterdam, na Holanda, que funciona como uma espécie de entreposto, reenviando as frutas para os demais países.

Um dos países que recebem as frutas brasileiras é a Alemanha. Gérman Ponce, economista pernambucano residente na cidade de Brémen, no norte do país, trabalha com o comércio de frutas desde 2002. Atualmente, ele é o responsável pela importação de uvas de fora do continente para a Greenyard, uma das maiores companhias de frutas e vegetais da Europa. A empresa também importa abacate, maçã, pêra e cítricos, como limão e laranja. “Nós sentimos que houve um certo aquecimento na demanda e tivemos a preocupação de fazer preços acessíveis para manter as vendas”, diz.

No caso das uvas, são 13 mil toneladas importadas pela Greenyard anualmente, das quais 1,9 mil toneladas saem do Brasil. Países como Peru, Namíbia, Índia, Chile, Egito e Marrocos também são fornecedores, de acordo com a evolução das safras. Com o lockdown decretado no final de março na Índia por causa do coronavírus, foi preciso buscar um outro centro para o fornecimento da fruta.

“Foi fundamental ter o Brasil e os produtores do Vale do Rio São Francisco como parceiros. Entre o momento em que a gente faz o pedido e a entrega para o cliente, são três semanas. Não há logística que atenda a Europa de maneira tão rápida.”, avalia o economista.

Para os agricultores brasileiros, o câmbio tem ajudado em diversos setores da cadeia de alimentos.

Com o euro operando acima de R$ 6, a exportação de frutas para a Europa também entra nesse panorama de maior rentabilidade. “O produtor acaba recebendo mais em um momento como esse, o que faz com que a fruta brasileira se torne mais competitiva”, afirma.

Segundo Ponce, produtos que estão fora dos segmentos alimentício e farmacêutico ficaram em segundo plano para a população alemã com a pandemia. Por conta da necessidade de fortalecer o sistema imunológico com a ingestão de vitaminas, as pessoas passaram a buscar mais os hortifrutigranjeiros entre os alimentos, como verduras e frutas, principalmente as cítricas, como limão, laranja e tangerina.

Com a reabertura gradativa das atividades no país entre maio e junho, o food service (bares e restaurantes) deve impulsionar ainda mais a demanda por frutas. (Fonte: Globo Rural)
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