SALÃO UNIVERSITÁRIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO SESC SERÁ ABERTO NA QUARTA (4) EM PETROLINA

Será aberta a partir de quarta-feira (4), a décima primeira edição do Salão Universitário de Arte Contemporânea do Sesc – Unico, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Uma vernissage será realizada na quarta-feira (4), às 19h, na Galeria de Artes Ana das Carrancas, no Sesc Petrolina. A mostra, cujo tema é “Estratégias para o contorno”, exibe dez trabalhos de estudantes de graduação de instituições públicas e privadas do estado.

Os trabalhos do salão são de autoria de Ana Flávia Mendonça, Caetano Costa, Coletivo Saída de Emergência, Felipe Correia, Humberto Botão, Luiz Marcelo Gomes, Mangueio Coletivo, Marcos Haas, Narciso Mendes e Rayellen Carolina.

A visitação é gratuita e segue até o dia 9 de maio, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, e aos sábados, das 16h às 20h, na Galeria de Artes Ana das Carrancas, no Sesc Petrolina. (Fonte: Fabiano Barros)

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JORNAL THE GUARDIAN QUESTIONA PARCERIAS DE REINTRODUÇÃO DA ARARINHA AZUL Á CAATINGA

Durante seis meses os jornalistas Lisa Cox, em Melbourne, na Austrália, e Philip Oltermann, em Berlim, na Alemanha, estiveram envolvidos em uma reportagem investigativa para o jornal britânico The Guardian, um dos mais respeitados do mundo.

A redação da redeGN/Blog Geraldo José teve acesso ao Jornal Inglês. O texto assinado pela jornalista faz uma denúncia seríssima que envolve o Brasil: a Association for the Conservation of Threatened Parrots, uma das responsáveis pela repatriação de 50 ararinhas-azuis que serão trazidas ao Brasil e reintroduzidas na natureza.

Com o título de “A legitimate zoo? How an obscure German group cornered global trade in endangered parrots ” (Um zoológico legítimo? Como um obscuro grupo alemão encurralou o comércio mundial de papagaios ameaçados, na tradução para o português), os jornalistas descrevem que a Associação para a Conservação dos Papagaios Ameaçados, possui uma das maiores coleções particulares de psitacídeos em risco de extinção do mundo. Estão nas mãos de Guth, nada menos do que 90% da população de ararinhas-azuis ainda existentes no planeta. A associação afirma ter como missão “a reprodução em cativeiro de espécies ameaçadas para a segurança de suas populações”.

A apuração realizada pelos jornalistas do The Guardian revela que Guth ficou cinco anos na prisão por sequestro e extorsão e passou outros 20 meses na cadeia, por extorsão, novamente, em 2009. A associação administrada por ele tem uma licença do governo alemão para operar como um zoológico, todavia, não é aberta ao público. 

Os jornalistas afirmam que o trabalho da associação já foi questionado por cientistas, conservacionistas e outros criadores e que, o governo da Alemanha tem conhecimento disso e também, de mensagens nas redes sociais que indicariam que aves australianas, supostamente importadas por Guth, estariam sendo vendidas por milhares de dólares.

A equipe do The Guardian ressalta, entretanto, que em momento nenhum questiona a maneira como os animais são tratados no local. E que a ONG tem a permissão da Agência Federal de Conservação da Natureza para importar aves.

Não é só o governo brasileiro que fez uma parceria com a associação, mas também Austrália e as ilhas caribenhas de Dominica, Santa Lúcia e São Vicente. Estes últimos exportaram papagaios e araras para a instituição de “conservação”.

De uma coleção particular do Qatar, pertencente a um sheik da família real, a ONG alemã adquiriu ararinhas-azuis. Da Austrália, saíram mais de 200 aves raras e ameaçadas de extinção com destino a Tasdorf. A concessão dos animais foi feita para que eles fossem expostos, mas como dito mais acima, a associação não é aberta ao público.

A organização alemã afirma que tem outras cinco sedes. Uma delas, na Holanda, é administrada por um colecionador de aves, que em 2015, foi considerado culpado pela compra de aves silvestes ilegais.

Procurado pelo jornal britânico, Martin Guth negou todas as acusações. Alegou que os jornalistas estão inventando histórias e perseguindo a associação, além de que, garantiu que “é extremamente cuidadoso ao seguir todas as regras e legislações determinadas tanto pelas autoridades alemãs, quanto àquelas de outros países com que lida”.

O Conexão Planeta, em reportagem assinada pela jornalista Suzana Camargo entrou em contato, por e-mail e telefone, com a assessoria de imprensa do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade,  ICMBio, órgão do ministério do Meio Ambiente responsável pelo programa de conservação da ararinha-azul, para ter uma posição sobre a denúncia. Também perguntamos ao ICMBio se o governo brasileiro pagou pela vinda das aves e qual teria sido esse valor.

Nota da assessoria de Comunicação Social do ministério do Meio Ambiente:

“A matéria não trata do programa da ararinha-azul e portanto não temos elementos para nos manifestarmos. O governo do Brasil a partir de consultas e reuniões com as autoridades alemãs e autoridades de outros países tem trabalhado em parceria com os mantenedores de ararinha-azul para sua reintrodução. No que se refere à instituição ACTP, a Autoridade Administrativa CITES da Alemanha foi consultada à época e deu seu aval. O ministério também respondeu sobre a questão do pagamento ou não do Brasil à associação alemã. Segundo a assessoria de comunicação, o governo não está pagando nada pela vinda das ararinhas-azuis ao país.(FonteThe Guardian)
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RIO SÃO FRANCISCO: VOLUME ÚTIL DA BARRAGEM DE SOBRADINHO DEVE ULTRAPASSAR 50% NESTA TERÇA 3

As comportas da Usina Hidrelétrica de Três Marias, localizada em Minas Gerais, foram abertas. Atualmente, o reservatório apresenta um armazenamento de quase 90%, porém segundo a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a represa tem capacidade de “segurar” vazões muito superiores às que está liberando. Evitando assim, eventos críticos para as populações do Rio São Francisco.

As chuvas que caíram durante janeiro e fevereiro beneficiam o Rio São Francisco, de Minas à Bahia e já permitem uma segurança hídrica para os próximos meses. A redação da redeGN/Blog Geraldo José teve acesso ao relatório onde consta que a barragem de Sobradinho tem a expectativa de nesta terça-feira 3, superar 50% do volume útil.
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MONITOR DE SECAS APONTA REDUÇÃO DAS ÁREAS COM SECA EM FUNÇÃO DAS ÚLTIMAS CHUVAS

Em janeiro deste ano aconteceram chuvas acima da média histórica em Minas Gerais, Espírito Santo, Tocantins, Maranhão, leste e sul do Piauí, centro-oeste da Bahia e extremo norte do Ceará com precipitações acumuladas entre 250mm e 300mm. No centro-sul de Minas e no nordeste do Maranhão, as chuvas ultrapassaram os 400mm em janeiro. Com isso, o Monitor de Secas registrou uma redução das áreas com seca sobretudo no Nordeste, Espírito Santo e Minas Gerais. 

No histórico de janeiro as chuvas acumuladas atingem mais de 250mm, enquanto em Minas Gerais os acumulados podem passar de 300mm em algumas áreas e menos do que isso na divisa com a Bahia. Historicamente a chuva de janeiro no Espírito Santo não ultrapassa os 200mm. Já para os estados do Nordeste, os acumulados de chuva esperados para o mês são inferiores a 100mm em sua maioria, exceto para todo o Maranhão e o extremo oeste dos estados do Piauí e Bahia.  Já o litoral norte e o Cariri no Ceará, juntamente com o sertão da Paraíba, apresentam médias históricas superiores a 100mm em janeiro. 

Disponível em monitordesecas.ana.gov.br, o Monitor de Secas tem uma presença cada vez mais nacional, abrangendo os nove estados do Nordeste, Espírito Santo, Minas Gerais e Tocantins. Os próximos estados a se juntarem ao Monitor serão Goiás e Rio de Janeiro, que já estão em fase de testes e treinamento de pessoal. Esta ferramenta realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores de seca e nos impactos causados pelo fenômeno em curto e/ou longo prazos. O Monitor vem sendo utilizado para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca. 

A Bahia apresentou um nítido padrão de ocorrência das chuvas, com os maiores volumes precipitados na metade oeste, variando entre 150 e 400mm. Os menores valores foram registrados na metade leste, predominantemente inferiores a 150mm. De uma forma geral, as chuvas foram mais volumosas que o esperado historicamente. Anomalias negativas foram observadas em parte do leste baiano. Com base na análise dos indicadores de curto e longo prazo, aumentaram-se as áreas de seca moderada no extremo sul. 

Por outro lado, diminuíram as áreas sob seca grave no alto São Francisco (próximo à divisa com Minas Gerais) e sob seca extrema no norte da Bahia. Com as chuvas acima da média em janeiro, a área sem seca aumentou em parte do Recôncavo baiano. Continuam presentes no estado os impactos de curto, longo e curto e longo prazos. 

Pernambuco apresentou uma grande variabilidade pluviométrica em janeiro, com variação de aproximadamente 20mm no litoral a 250mm no sertão pernambucano. Os maiores desvios negativos da média histórica foram observados no litoral. Assim como ocorreu na Paraíba, de acordo com os indicadores de curto prazo, houve um avanço das áreas sob seca grave e moderada no leste do estado, sobrepondo a área de seca fraca existente em dezembro de 2019. No sertão pernambucano, com o período chuvoso, houve um recuo da seca grave que abrange o Sertão do Araripe, Central e Pajeú, além da redução da seca extrema no Sertão de São Francisco. Os impactos continuam de curto prazo no extremo leste, e de curto e longo prazos no restante de Pernambuco. (Fonte: Agência Nacional de Aguas)

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MORADORES DE CURAÇÁ REVELAM O SENTIMENTO DE IDENTIDADE CULTURAL E VALORIZAÇÃO DA ARARINHA AZUL

As ararinhas-azuis são consideradas quase extintas na natureza desde o ano 2000, devido às ações de caçadores e traficantes de animais. “Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia". 

A reflexão do escritor Guimarães Rosa provoca o sentimento dos moradores de Curaçá, Bahia. Explica-se: a Ararinha Azul nesta terça-feira 3 de março de 2020, retorna à caatinga. O repatriamento das aves identifica uma longa travessia e faz parte de um acordo de Cooperação Técnica entre o Insituito Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP). 

São cinquenta aves vindas da Alemanha. Rara, a espécie vai viver temporariamente em duas unidades de conservação: o Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-Azul (com 29,2 mil hectares) e a Área de Proteção Ambiental da Ararinha-azul (com 90,6 mil hectares), destinadas à reintrodução e proteção da espécie, e conservação do bioma da caatinga.

O sentimento de identidade e pertencimento ganha as ruas  e esquinas, teatro e salas de aula, margem do Rio São Francisco e bares, em Curaçá. O artista conhecido por Pardal mostra o seu talento retratando nas paredes a pintura da Ararinha Azul.  Um carro de som entoa os versos da canção Esperança Azul, dos poetas e compositores Fernadinho Ferreira, Demis Santana e Januário Ferreira.

"O meu desejo é te ver voando/O meu desejo é te ver voltar/Minha esperança é te ver voando/Da Serra da Borracha até a Serra do Juá... O semiárido está por ti em festa/O xique-xique sorri pro mandacaru/A sua volta é cada vez mais perto/seja bem-vinda ararinha-azul”.

Fernandinho Ferreira e Demis Santana, sempre juntos, durante toda esta travessia, desde que a última Ararinha Azul desapareceu dos sertões, são um dos principais responsáveis pela valorização e identidade da ave, para que ela não fosse esquecida, principalmente pelas novas gerações. 

Para os dois mestres a expectativa agora com o retorno da Ararinha Azul é provocar a união de todos e desenvolver políticas públicas associadas ao projeto Ararinha na Natureza que impactem de forma positiva no habitat das aves e contribua para a inclusão social e econômica das comunidades locais.

A estudante Ana Clara, 9 anos diz que assistiu filmes, palestras e agora vai viver um novo desafio. "Importante agora é manter viva as Ararinhas Azuis e continuar valorizando mais ainda. Para eu amar a Ararinha Azul foi essencial as amostras na sala de aula.", avalia Ana Clara.

O Professor Demis Santana confirma a reportagem do Blog Ney Vital redeGN/Blog Geraldo José essa disposição. “O retorno da Ararinha Azul representa o renascimento ambiental e cultural. Não é só os mais velhos, os adultos. Os jovens e adolescentes, que nunca viram uma ararinha-azul na vida, também começam a adquirir essa consciência do renascimento de nossa identidade".

Nos últimos anos, Demis Santana e Fernadinho viraram uma das vozes comunitárias mais ativas em defesa dos projetos que levam teatro, música e dança nas salas de aula, praças e ruas de Curaçá e região.

“Acreditamos no envolvimento de toda a comunidade. Há muita gente envolvida neste tema. Governos, empresas, ONGs, pesquisadores. Mas, depois que as aves forem soltas, os maiores parceiros serão os moradores. São eles que vão se tornar os guardiães das ararinhas”, ensina o professor.

Fernandinho Ferreira usa as linguagens e violão para unir os bons sentimentos, palavras e ações em torno da Ararinha Azul. Nascido em Barbalha, Ceará, vive há 25 anos no sertão. Ele é um dos criadores de oficinas de educação ambiental, leitura, dança e teatro com o objetivo de compartilhar conhecimento com as crianças e adolescentes.

O comerciante Ananias Mendes, 80 anos, afirma que "eles, Fernandinho e Demis são a força que movimenta a cultura de Curaçá e que o retorno da Ararinha Azul vai incrementar um novo paradigma ao município".

O músico, geólogo e empresário Luiz do Humaytá, gaúcho e que possui o título de Cidadão de Curaçá, aponta também que o retorno da Ararinha Azul representa uma nova chance que a natureza dá ao homem, para aprender a valorizar e respeitar o patrimônio cultural que vai ajudar a Curaçá criar novas oportunidade de emprego e geração de renda.

Pesquisadores apontam que atualmente, existem em torno de 150 exemplares da Ararinha Azul espécie em cativeiros no Brasil e exterior. Daí a importância do retorno da Ararinha Azul, aos céus de Curaçá.

Com sotaque carregado, o vaqueiro Adonário Martins Leite, 72 anos, ano passado assistiu a um evento no Sítio Melancia. Adonário é um dos moradores da região que conviveram com a ararinha-azul voando livre nos céus e entre as matas secas da Caatinga.

“Elas voavam em bando. Eram uma beleza só. Naquela época, não sabíamos o valor que elas tinham. Aos poucos, foram sumindo, por causa dos caçadores, até desaparecerem". Apaixonado pela Caatinga o vaqueiro com voz firme e gestos expressivos, ele garante que, com o retorno da ararinha à natureza, a história será outra. “Não vai ter caçador nenhum nessas matas. Se aparecer, a gente vai botar pra correr”, avisa Adonário, expressando um sentimento que invade corações e mentes de moradores da região.

“Sinto um sentimento que vem da nossa alma. Vivi e agora vou assistir o retorno da Ararinha Azul para Curaçá". A frase é da professora Maria Berenice, 56 anos. Ela conta que seus parentes na maioria vivem na Fazenda Melancia. "Tudo que é bonito emociona. E quando se trata da Ararinha Azul é vai voar na nossa caatinga, seu lugar natural e isto é maior ainda, emociona a alma"., finalizou 

Depois de um período de adaptação em viveiro, as Ararinhas Azuis serão, enfim, soltas na natureza, concretizando um sonho acalentado há anos pelos integrantes do Projeto de Reintrodução da Ararinha-Azul, coordenado pelo ICMBio e executado com a ajuda de parceiros do Brasil e do exterior.

“O retorno da Ararinha Azul é um feito inédito e importante para biodiversidade brasileira. Natureza e homens ganham. Temos todos que cuidar da melhor forma”. Destaca Roberto Aquino, engenheiro agrônomo, consultor e especialista em qualidade e segurança alimentar do Sebrae.

ARARINHA AZUL: Descoberta no início do século 19 pelo naturalista alemão Johann Baptist von Spix, e exclusiva da Caatinga brasileira, a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) teve sua população dizimada pela captura e tráfico de animais silvestres. O último exemplar conhecido na natureza desapareceu em outubro de 2000, e até hoje não se sabe se morreu ou foi capturado por alguém. 

Desde então, os poucos exemplares que restaram em coleções particulares vêm sendo usados para reproduzir a espécie em cativeiro. Quase todos no exterior. A ararinha é endêmica da Caatinga e considerada uma das espécies de aves mais ameaçadas do mundo. Em 2000, a espécie é classificada como Criticamente em Perigo (CR) possivelmente Extinta na Natureza (EW), restando apenas indivíduos em cativeiro.

O ICMBio publicou em 2012 o Plano de Ação Nacional a Conservação da Ararinha-azul (PAN Ararinha-azul), cujos objetivos são o aumento da população manejada em cativeiro e a recuperação do habitat de ocorrência histórica da espécie, visando à sua reintrodução na natureza. 

Coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave/ICMBio), o PAN Ararinha-azul teve como desdobramento a criação do Projeto Ararinha na Natureza, iniciativa que conta com a parceria da Vale e de organizações da sociedade civil sem fins lucrativos, como o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil), além de mantenedores da ararinha-azul dentro e fora do país, que trabalham para viabilizar a reprodução da espécie: a Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP), na Alemanha; a Al-Wabra Wildlife Preservation, no Catar; os criadouros Fazenda Cachoeira, Nest e a Fundação Lymington, no Brasil.
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FAKE NEWS: GOVERNO DÁ LARGADA DE CAMPANHA PARA ACABAR COM MITOS SOBRE O CORONAVÍRUS

O Ministério da Saúde deu início nesta sexta-feira (28/2) à Campanha de Prevenção ao Coronavírus com o objetivo de evitar a disseminação do pânico, causada pela desinformação, e de medidas insensatas — como o de estocar em casa máscaras e álcool em gel, cujas compras dispararam depois da confirmação do primeiro caso no Brasil. Para esclarecer sobre a forma de transmissão do agente infeccioso, vídeos estão sendo veiculados na internet, no rádio e na televisão em todo o país.

O Brasil tem 182 casos sob investigação eram 132 — e 71 foram descartados. O Ministério anunciou que não atualizará o número de casos no Brasil, excepcionalmente, neste final de semana, devido ao aumento do número de notificações. O balanço só será oficialmente atualizado na próxima segunda-feira. Na nova campanha de esclarecimento, a pasta investiu R$10 milhões.

A Organização Mundial da Saúde elevou esta sexta-feira (28/2) o risco da epidemia para “muito alto”, o maior da escala. Mesmo assim, a OMS não considerou a situação com o novo vírus como uma pandemia. De acordo com o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, 46 países tiveram confirmações.

De acordo com infectologistas, uma pandemia só pode ser declarada quando há o aparecimento de surtos simultâneos em diversas regiões do mundo. Para Wanderson de Oliveira, o novo vírus deveria ser tratado pela definição de pandemia, que, segundo ele, ajudaria no controle da doença.

“O ministro (da Saúde, Luiz Henrique Mandetta) tem reiterado a necessidade de uma revisão do critério de epidemia e pandemia. Vai nos permitir focar principalmente nos grupos etários mais vulneráveis, que são adultos acima de 60 anos”, explicou.

A disseminação de fake news sobre o coronavírus tem preocupado as autoridades. Evitar a Covid-19 por meio de chás, remédios caseiros e injeções de vitamina D, ou se afastar de pessoas de origem asiática, têm sido algumas das desinformações propagadas — sobretudo pelas redes sociais — que podem tirar o foco das reais formas de prevenção e incitar a xenofobia.

É principalmente em chats de conversas que as mentiras são divulgadas. De acordo com o Ministério da Saúde, 85% dos questionamentos trazidos pela população no canal de dúvidas a respeito da Covid-19 são falsos. Desde que os casos explodiram na China, a pasta calcula que das 6,5 mil mensagens recebidas para tirar dúvidas, pelo menos 5,8 mil têm como tema o novo vírus.

Para auxiliar a população, o Ministério também prepara um aplicativo para android e IOS. Nele, o interessado poderá tirar dúvidas, acompanhar os dados sobre o coronavírus no Brasil e no mundo, saber o que fazer para se prevenir e os sintomas. O sistema também fará uma avaliação prévia caso a pessoa acredite que possa estar infectada. Se for enquadrada entre as possibilidades, será indicada uma unidade de saúde mais próxima e capaz de receber o caso.

Além disso, a pasta enviará mensagens para o celular das pessoas que estiverem perto de aeroportos que recebem voos internacionais. “Se você esteve em um país com transmissão do vírus em até 14 dias e apresentar febre, tosse ou falta de ar, ligue para o 136 ou procure uma unidade de saúde”, dirá o post, que deve começar a ser veiculado segunda-feira.

A maioria dessas informações, bem como uma indicação do que é verdadeiro e do que é falso pode ser acessada pelo site do Ministério da Saúde, na aba “tire suas dúvidas”. A plataforma da Organização Mundial de Saúde (OMS) também faz atualizações diárias sobre os casos e presta esclarecimentos à população. A página em português está disponível pelo link www.paho.org/bra.

A apreensão pelo desconhecido também tem provocado uma corrida às farmácias à procura de insumos de proteção como álcool em gel e máscaras. O aumento chegou ao ponto de se esgotarem nas farmácias de Brasília. Gerente de uma drogaria, Eliane Francelina disse que a loja costuma receber cerca de 10 caixas de máscaras por dia e vende as caixas com 50 por R$ 15. A carência dos produtos atrapalha, inclusive, a aquisição do próprio Ministério.
Não caia nessa
»  Uso de chás, remédios caseiros e vitaminas para curar a doença. É FAKE!
»  Teorias de que o vírus é uma arma biológica criada em laboratório. CONVERSA FIADA!
»  Denúncias de omissões de casos e mortes confirmadas no Brasil. MENTIRA!
»  Vídeos de pessoas convalescendo em vias públicas na China. CASCATA!
»  China cancelou todos os embarques de produtos por navio até março. ISSO NÃO EXISTE!
»  Médicos tailandeses curam coronavírus em 48h. PAPO FURADO!
»  Quando se estoura o plástico bolha, se libera o novo coronavírus. SÉRIO?!
»  Existem semelhança entre o vírus HIV e o coronavírus. AH!, PARA COM ISSO!
»  Novo coronavírus causa pneumonia de imediato. NÃO É POSSÍVEL!
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ÁLCOOL EM GEL É EFICAZ NA PREVENÇÃO AO CORONAVÍRUS, AFIRMA CONSELHO FEDERAL DE QUÍMICA

O uso de álcool gel para higiene das mãos como prevenção ao coronavírus é eficaz. Em nota, o Conselho Federal de Química (CFQ) criticou a disseminação de fake news por meio de um vídeo, com informações equivocadas e incorretas a respeito do emprego do álcool gel, divulgado por um “químico autodidata”.

Assinada pelo presidente da entidade, José de Ribamar Oliveira Filho, a nota do conselho esclarece que o álcool etílico (etanol) é um eficiente desinfetante de superfícies/objetos e antisséptico de pele. “Para este propósito, o grau alcoólico recomendado é 70%, condição que propicia a desnaturação de proteínas e de estruturas lipídicas da membrana celular, e a consequente destruição do microrganismo.”

egundo a entidade, o etanol age rapidamente sobre bactérias vegetativas (inclusive microbactérias), vírus e fungos, sendo a higienização equivalente e até superior à lavagem de mãos com sabão comum ou alguns tipos de antissépticos.

O conselho lembra que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tornou obrigatória a disponibilização de preparação alcoólica (ou sua versão em gel) para fricção antisséptica das mãos pelos serviços de saúde do país.

A entidade lembra que a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu uma orientação sobre a eficácia da utilização de álcool gel como medida preventiva e mitigatória ao Covid-19, tanto nos setores da saúde quanto para a comunidade em geral.

“Tão importante quanto proteger a população no que diz respeito ao contágio do novo vírus é evitar o alarmismo e a viralização de conteúdos sem a devida verificação”, afirmou o presidente do CFQ, apelando para que a sociedade busque informações válidas e de fontes confiáveis, em especial as emitidas pelas autoridades de Saúde.

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