ÓLEO POSSUI CONTAMINANTES SEVEROS Á VIDA E AO MEIO AMBIENTE, DIZ ESPECIALISTA

Após a contaminação das praias do litoral pernambucano pelos resíduos de óleo, a mobilização pela limpeza da costa continua. Na praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, alguns voluntários atuam de forma minuciosa. Usando instrumentos como peneiras, que servem como pequenos filtros, os colaboradores conseguem retirar os resquícios sólidos do óleo que ficaram na areia.

Em todas as localidades afetadas, a ação de voluntários tem sido fundamental, entretanto, as águas ainda estão longe de estarem próprias para o banho. De acordo com Soraya El-Deir, professora do programa de Pós-graduação em: Engenharia Ambiental da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e especialista em Gestão de Resíduos Sólidos, a substância possui resíduos que, com o contato com a pele, podem ser prejudiciais à saúde.

A professora explica que o óleo pode conter substâncias tóxicas e voláteis, como o benzeno, que podem se espalhar pela água com maior facilidade. “Esse material tem componentes voláteis, nele existem produtos de policiclos que são aromáticos e esses são mais persistentes, são contaminantes mais severos à vida e ao meio ambiente. São substâncias que podem até gerar câncer”, afirma El-Deir.

Devido aos riscos que o contato com o óleo pode trazer, indica-se o uso de equipamentos de proteção individual, os EPIs. Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, os equipamentos foram adquiridos de forma emergencial e estão sendo disponibilizados para os voluntários. No entanto, El-Deir alerta que até os equipamentos utilizados pelos funcionários de órgãos governamentais são inadequados.

“O EPI deveria ser a bota, a luva e uma máscara de gás - que não é que está sendo fornecida nas praias. As pessoas estão atuando com máscaras de pó, que, nesse caso, são inteiramente inúteis”, disse a professora. El-Deir ainda afirma que a entrada no mar deveria ser feita com vestes apropriadas, de modo que todo o corpo ficasse protegido.

“Está havendo uma negligência, uma incompetência gerencial e de planejamento. O que a gente vê é uma atraso na resposta que deveria ser dada em uma situação de emergência. Colocar exército aqui a disposição não é o suficiente, porque existe um custo operacional dessas operações que precisa ser bancado pelo Estado Brasileiro, não pelas pessoas”, reclamou a pesquisadora.

Equipada com botas e luvas, a jornalista Damires Patrícia, 21, chegou em Itapuama por volta das 9h e atuou no recolhimento de pequenos fragmentos de óleo na faixa de areia. Para ela, ver o litoral nessa situação é triste e serve como alerta para que o ser humano se preocupe mais com o meio ambiente. "É muito triste ver isso, o litoral é nosso. Eu não sei mais o que tem que acontecer para o ser humano perceber que a gente depende da natureza", conta. Este já é o terceiro dia de atuação da jornalista na limpeza das praias.

"Agora é só trabalho de formiguinha mesmo, de retirar essas partículas da areia, um trabalho que é bem difícil de ser feito”, disse a voluntária.

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ENCONTRO DE SABERES DA CAATINGA ACONTECE ENTRE OS DIAS 17 A 26 DE JANEIRO DE 2020 EM EXU, PERNAMBUCO

Acontecerá nos dias 17 a 26 de janeiro de 2020, a 4ª edição do Encontro Saberes e Práticas da Caatinga: Raizeiro (a)s, Benzedeiro (a)s e parteiras, na Chapada do Araripe, Pernambuco. O encontro será realizado em Exu, Pernambuco. 

O evento tem como objetivo promover a troca de saberes entre os raizeiros(as), benzedeiros(as) e parteiras da região da Chapada do Araripe contribuindo para o fortalecimento cultural da sabedoria tradicional nos processos de cuidado e cura.

Na programação consta diversas oficinas sobre processos de cura, rodas de conversa, feira e exposição de produtos agroecológicos. As vagas são limitadas.

Informações pelo email: saberesdacaatinga@gmail.com


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FESTIVAL NACIONAL DE MÚSICA CANTA GONZAGÃO ESTÁ COM INSCRIÇÕES ABERTAS ATÉ O DIA 15 DE DEZEMBRO

Estão abertas, entre os dias 25 de outubro e 15 de dezembro, as inscrições para o primeiro Festival Canta Gonzagão. O objetivo é abrir espaço aos músicos, compositores e intérpretes da música popular brasileira, no gênero forró e seus derivados.

O evento, que conta com incentivo do Funcultura, Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo do estado de Pernambuco, acontecerá no Parque Aza Branca, em Exu, Pernambuco com programação totalmente gratuita, ações formativas, palestras e trazendo atrações do cenário da música independente nacional. Os artistas devem inscrever seus trabalhos exclusivamente pelo site: www.festivalcantagonzagao.com.

Para o cantor e compositor carioca Daniel Gonzaga, que estará no evento para ser homenageado e acompanhar pessoalmente as homenagens ao seu bisavô, Januário tocador de 8 Baixos,  ao avô Luiz Gonzaga e ao pai, Gonzaguinha.

Outras informações através do e-mail: festivalcantagonzagao@gmail.com ou pelo WhatsApp: (87) 9.9824-9325.
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USINA NUCLEAR: "O BRASIL NÃO ESTÁ SENDO CAPAZ DE LIDAR COM O DESASTRE DO ÓLEO, QUE É CONCRETO, QUANTO MAIS COM UM PERIGO QUE NÃO É VISÍVEL", DIZ PROFESSORA VANIA FIALHO

"O Brasil não está sendo capaz de lidar com o desastre do óleo, que é concreto, quanto mais com um perigo que não é visivel", assim definiu a professora Vania Fialho, da Universidade Federal de Pernambuco diante da possibilidade da instalação de uma usina nuclear às margens do Rio São Francisco, no município de Itacuruba, no Sertão pernambucano.

A Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Assembleia Legislativa de Pernambuco promoveu, na última segunda 21, uma audiência pública a fim de expor os pontos negativos que envolvem a instalação de uma Usina Nuclear em Itacuruba, no Sertão pernambucano. A reunião, presidida pelo deputado Wanderson Florêncio (PSC), trouxe especialistas, professores da UFPE e UPE, representantes do Ministério Público, da OAB e da Prefeitura de Itacuruba.

Na última semana, uma comitiva de deputados pernambucanos esteve em Angra dos Reis, conhecendo detalhes das usinas de Angra 1 e 2, e as obras da Angra 3. O Brasil gasta por ano R$ 30 milhões em manutenção para conservar a estrutura existente da inacabada Angra 3 e estima-se que seriam necessários mais 15 bilhões de dólares para terminar o equipamento.

A professora de Antropologia da Universidade de Pernambuco, Vânia Fialho, destacou as marcas do passado e mostrou que não existe uma área vazia demograficamente no sertão de Itaparica. 

"A Eletrobrás tenta colocar como um vazio, mas, na região de Itacuruba, existe a presença indígena, populações quilombolas e outros que dependem do Rio São Francisco. Os impactos da usina se dariam de formas diferentes na população, porque, quando falamos de energia nuclear, estamos falando de uma cadeia", afirmou.

Na ocasião, o professor e físico Heitor Scalabrini reforçou as possibilidades que envolvem a exposição a alta radiação. "Seria construído um complexo nuclear com seis usinas na beira do Rio São Francisco e sabemos da importância dele para todo o Nordeste. Um acidente afetaria a água, a terra e o ar, só traria malefícios", afirmou.

Durante a reunião, Juninho Cantarelli, vice-prefeito de Itacuruba, afirmou desconhecer o tema e, por isso, é contra a instalação, mas está aberto a esclarecimentos, tanto quanto a população local. 


“Nós não somos a favor desta instalação porque falta informação. Peço que seja feita uma audiência pública sobre o tema lá em Itacuruba, para que a população local seja esclarecida sobre os pontos positivos e os negativos, tirem as dúvidas e tomem uma posição”, afirmou.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI: ABERTA SELEÇÃO PARA MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional Sustentável da Universidade Federal do Cariri (Proder/UFCA) torna público o edital do processo seletivo do curso de Mestrado Acadêmico em Desenvolvimento Regional Sustentável.

O Mestrado possui aulas presenciais e distribuídas nos turnos manhã e tarde, realizadas no Campus Crato, no Centro de Ciências Agrárias e da Biodiversidade (CCAB/UFCA). O Proder tem como área de concentração o Desenvolvimento Regional Sustentável e atua por meio de três linhas de pesquisa: Meio Ambiente; Saúde, Estado e Sociedade e  Tecnologia e Modelagem.

Serão ofertadas 22 vagas, distribuídas pelas três linhas de pesquisa do Programa e de acordo com as sublinhas de pesquisa dos docentes permanentes do Mestrado. Poderão se inscrever brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil, graduados em qualquer área do conhecimento. As inscrições serão efetuadas no período de 21 de outubro  a 4 de novembro de 2019, on-line, pelo sistema Sigaa da UFCA. Após inscrição no Sigaa o candidato deverá preencher o Formulário de Cadastro do processo seletivo na plataforma forms para concluir sua inscrição.

Informações sobre a homologação das inscrições serão publicadas no site do Proder  e no mural localizado na sala 06, bloco I, da  Campus do Crato da UFCA.

Contato; Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional Sustentável (Proder/UFCA)
Telefone: +55 88 3221.9503

Fonte: UFCA
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JUAZEIRO SEDIA DEBATES COM POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS

O município de Juazeiro, no território Sertão do São Francisco, sedia nesta quarta (23) e quinta (24) a reunião ordinária da Comissão Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais (CESPCT), instância vinculada à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (Sepromi). O evento é uma estratégia de interiorização dos debates e políticas públicas que envolvem os segmentos tradicionais da Bahia, de diálogo com as populações locais e construção de ações conjuntas entre Governo do Estado e a sociedade civil.  

O encontro será aberto às 9h desta quarta (23), no Centro de Cultura João Gilberto, pela presidente do colegiado, a secretária da Sepromi, Fabya Reis. Estão previstos relatos de experiências, além de visitas a comunidades dos segmentos de terreiro, fundo de pasto e quilombola da região. Na pauta haverá, ainda, roda de diálogo sobre temas relativos à segurança alimentar e nutricional.

Durante a agenda na região também acontece a adesão do município de Juazeiro à Década Internacional Afrodescendente e a formalização da entrada dos municípios de Canudos, Casa Nova, Sento Sé e Uauá ao Fórum de Gestores de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. O ato está programação para acontecer neste terça-feira (22), às 18h, na Câmara Municipal de Juazeiro.

A Comissão Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais (CESPCT) é uma instância colegiada, de caráter deliberativo, com a finalidade de coordenar a elaboração e implementação da Política e do Plano Estadual de Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia. O grupo é formado por 18 representantes da sociedade civil dos seguintes segmentos: indígenas, terreiros, marisqueiras e pescadores, fundos e fechos de pasto, geraizeiros, quilombolas, ciganos e extrativistas, sendo composto também pelo poder público, em igual número.

 


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NÓS QUE VIVEMOS NO SERTÃO NÃO PRECISAMOS DE UMA USINA NUCLEAR, ISTO NÃO É BOM PARA NENHUM LUGAR DO MUNDO DIZ BISPO DE FLORESTA, PERNAMBUCO

Diante da possibilidade da instalação de uma usina nuclear às margens do Rio São Francisco, no município de Itacuruba, no Sertão pernambucano, movimentos sociais estão se mobilizando em defesa da segurança hídrica e ambiental da região.

A Diocese de Floresta e a Comissão Pastoral da Terra vão realizar no dia 5 e 6 de novembro, o Encontro de Estudos e Reflexões sobre o Rio São Francisco e suas energias: impactos e desafios.

O evento será realizado no Centro de Formação da Diocese de Floresta.

O Bispo diocesano Gabriel Marchesi cita que o Papa Francisco alerta para quando existir desafios que coloquem em duvida o bem estar comum e provoque ameaças ao presente e futuro das comunidades é necessário "confrontar entre riscos e benefícios".

Mais de 100 organizações, incluindo o Conselho Pastoral dos Pescadores,  já assinaram carta em repúdio ao Projeto que prevê a implantação de novas Usinas nucleares no Brasil, em especial no município de Itacuruba, em Pernambuco. 

A criação da fonte atômica de energia foi sinalizada no Plano Nacional de Energia 2050, elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Além de Itacuruba, outras no Nordeste estão sendo estudadas para abrigar usinas, a cidade de Poço Redondo, Sergipe é um dos municipios citados pelo Projeto.

De acordo com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros, a Eletronuclear já concluiu estudos que indicam Itacuruba como a área ideal para a construção do empreendimento que custaria R$ 30 bilhões.

"Nós que vivemos no Sertão vemos as famílias viverem de promessas, que são, na verdade, ilusões. Não queremos que essa história se repita. O que está sendo proposto vão de encontro aos dados técnicos, que apontam que isso não é bom nem para Itaparica e nenhum lugar no mundo. Neste momento nós desejamos muito mais clareza sobre nosso futuro", defende o bispo de Floresta, Don Gabriel Marchesi. 

De acordo o membro da Articulação Antinuclear Brasileira e professor aposentado de engenharia da UFPE, Heitor Scalambrini Costa, a construção da usina representa risco a toda bacia do Rio São Francisco. 

"O Brasil não precisa de usina nuclear para produzir energia. Temos mais de 15 mil megawatts de potência instalada de outras usinas e as duas usinas nucleares de Angra representam apenas 1,1% de tudo isso. Então é irrisório a participação da energia nuclear. Além disso, nossa ação é preventiva. Porque com a instalação próximo ao Rio São Francisco, existe a possibilidade de vazamento de material radioativo em um rio que passa por sete estados e atinge 506 municípios e 200 milhões de pessoas. Uma contaminação seria desastrosa para todos", aponta o engenheiro.

Segundo a professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), socióloga e antropóloga, Vânia Fialho, antes de criar um projeto como este é necessário reconhecer a importância dos povos que vivem nessas regiões, já que seriam diretamente afetados . 

"Estou falando de povos e comunidades tradicionais, povos indígenas e quilombolas que formam um seguimento maior da população dessa região. Esse empreendimento vem em sequência de uma série de outros, como a Barragem Itaparica, a hidroelétrica Luiz Gonzaga, que já vem impactando a população. Então os direitos dessas populações têm sido negados do ponto de vista territorial. Eles deveriam ser formalmente consultados sobre o interesse dessa implantação", pondera.

Foto: Arquivo Comissão Pastoral da Terra
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