SÁBADOS E DOMINGOS: Restaurante e Pizzaria o Berimbau serve café da manhã e almoço com receitas sertanejas

Juazeiro ganha uma novidade no setor da gastronomia regional que garante para você ter o café da manhã sertanejo. É o Restaurante e Pizzaria O Berimbau, localizado na Avenida Flaviano Guimaraes, número 163, aberto aos sábados e domingos, para o café sertanejo.

O estabelecimento apresenta um ambiente rústico e uma decoração tipicamente nordestina. No cardápio bode cozido, buchada, sarapatel, galinha caipira, caldo de mocotó.

No local de fácil acesso, Na terra de João Gilberto, acontece o encontro da cozinha sertaneja com a inovação e a experiência do bem servir para todos, num restaurante que acolhe os mais diferentes paladares, níveis sociais e culturais. Uma cozinha que, como define o proprietário Charles Berimbau é feita com os o sentimento e culinária firmados no sertão.

Restaurante e Pizzaria o Berimbau aberto a partir das 7hs da manhã sabado e domingo para o Café Sertanejo. Contatos: 74 98824 2980 e whatSapp 74 98802 4266
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Laudo mostra que agrotóxicos causaram morte de milhões de abelhas

Do chão, abelhas mortas eram retiradas aos montes. As operárias caíam sem vida das caixas onde a colmeia antes trabalhava em sintonia com a rainha para produzir mel. O apicultor Maicon Folgerini, 25, estranhou a morte em massa em meados de outubro passado, em plena primavera, o auge do trabalho dos enxames.

O produtor telefonou para outros apicultores das redondezas de Mata, cidade de 5.141 habitantes a 316 km de Porto Alegre, na região central do Rio Grande do Sul. "Avisei para o pessoal olhar as caixas e todo mundo foi olhando. Ligavam de volta contando 'aqui morreram quarenta colmeias, aqui morreram dez'. Fizemos boletim de ocorrência para ter uma prova e chamamos a patrulha ambiental", conta Folgerini.

O caso foi um dos mais graves registrados no estado, onde morreram ao menos 500 milhões de abelhas melíferas entre outubro de 2018 e março de 2019 em decorrência de agrotóxicos. Cada colmeia tem até 60 mil abelhas. Além de Mata, mortandades ocorrem no mesmo período em cidades como Santiago, Jaguari, São José das Missões, Campo Novo e Cruz Alta.

O número de mortes pode ser muito maior porque os casos nem sempre se tornam públicos e não há uma base de dados oficial. Tampouco existem dados nacionais. Além disso, não há controle do impacto dos pesticidas sobre as abelhas nativas do Brasil -as melíferas foram trazidas ao país com os imigrantes no século XIX. 

Os apicultores de Mata reagiram e conseguiram mais do que um caso de polícia. Laudo técnico do Laboratório Nacional Agropecuário do Rio Grande do Sul (Lanagro-RS ), o laboratório do Ministério da Agricultura, realizado na sequência do evento encontrou cinco tipos de agrotóxicos nas abelhas mortas, no mel, nas crias e nos favos. A variedade indica que foi pulverizado um "coquetel" de agrotóxicos. Entre os produtos encontrados pelo laboratório está o fipronil, utilizado nas lavouras de soja que predominam na área.

"Quando compra os produtos, existem procedimentos que na teoria são muito bonitos. É como uma receita médica sobre quantidade e uso, deveria ter a fiscalização da pulverização no avião. Mas estão misturando vários tipos de produtos e jogando do avião", diz Antônio Philomena, professor aposentado da Universidade Federal de Rio Grande (FURG), que realizou uma perícia em Mata. Ele já trabalhou em Mariana e Brumadinho após os crimes ambientais que mataram centenas de pessoas.

O caso de Mata é simbólico porque é comum que as indústrias do setor de agrotóxicos apontem a ausência do nexo causal entre a aplicação de defensivos e as mortes das abelhas para evitar que os produtos sejam banidos, como já acontece na Europa, e para que os casos não avancem na Justiça. 

"Não é mais suposição, há provas robustas da contaminação por agrotóxico. Se isso não for coibido, as mortes podem se repetir quando chegar a época em que os fazendeiros aplicam agrotóxico. O medo de perder as abelhas, o investimento feito e a renda da venda do mel gera angústia nos apicultores", diz José Renato de Oliveira Barcelos, advogado e integrante da Articulação pela Preservação da Integridade dos Seres e da Biodiversidade (ApisBio). 

"Antes, nosso o medo era o inverno, quando a gente precisa alimentar as abelhas para elas resistirem. Agora é a primavera, porque chega junto o avião de agrotóxico", diz o apicultor Jaílson Mack Bressan, 27. Ele perdeu 28 colmeias. Mas conseguiu salvar cinco rainhas -cada colmeia tem uma- e agora trata das sobreviventes com homeopatia. 

Três dias antes da mortandade, moradores de Mata avistaram um avião pulverizando lavouras. Pelo menos 50 pessoas foram atendidas no hospital da cidade, incluindo o prefeito, com sintomas como vômito e tontura, típicos de intoxicação por agrotóxico. 

Os testemunhos e perícias constam em uma representação entregue ao Ministério público Federal (MPF) solicitando uma ação civil pública e ação penal. Entre as medidas propostas pelos autores da representação, entre eles a ApisBio e o Movimento Justiça e Direitos Humanos (MJDH), está a proibição das substâncias e a criação "zoinas de exclusão" de plantios de culturas que levem agrotóxico. 

O procurador federal do caso, Nilo Marcelo de Almeida Camargo, coordenador do Núcleo de Meio Ambiente, irá investigar se existe omissão dos órgãos responsáveis pela liberação do comércio dos defensivos e se o uso não respeita as normas. "Em tese, sempre existe a possibilidade de responsabilização do empreendedor, a qual depende da prova do nexo causal entre a conduta e o dano", disse o procurador.

Empresas que produzem agrotóxicos, como Bayer, Basf e Syngenta, e Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal (Sindiveg) criaram o movimento Colmeia Viva cuja missão é "promover o uso correto de defensivos agrícolas" e disponibiliza uma central de atendimento técnico. 

Procurado pela reportagem sobre a mortandade no Rio Grande do Sul, o movimento afirma que "uma das principais causas da mortalidade de abelhas tem sido ainda a falta de comunicação entre agricultores e apicultores" para "definição em conjunto de locais seguros para implantação do apiário". 

Em São Paulo, um estudo do Colmeia Viva em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), detectou as mortes causadas por agrotóxicos, a "maioria era por uso incorreto de uso fora da lavoura, relatos de uso para controle de formigas e carrapatos na pecuária e contaminação intencional das abelhas".

Porém, mesmo com o uso em doses recomendadas pela bula, agrotóxicos podem encurtar a vida das abelhas em até 50% do tempo e modificar seu comportamento. Um estudo com apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) com as mesmas universidades parceiras do Colmeia Viva e a Universidade de São Paulo (USP) foi publicado na revista Scientific Reports.

Por este motivo, outros pesquisadores enxergam na agricultura sem defensivos a saída para a preservação das abelhas. "A saída ideal é a agroecologia, buscando métodos sem agrotóxicos. Nenhuma das diversas técnicas de produção limpa impede o uso em larga escala", explica o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Luis Fernando Wolff. 

Abelhas também funcionam como alerta para a saúde do ambiente. "Abelhas são reconhecidos indicadores ambientais e estão indicando que há algo errado com o uso dos agrotóxicos. Um uso incentivado com a liberação de novos 290 agrotóxicos pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL)", explica Althen Teixeira Filho, médico veterinário e professor do Instituto de Biologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).

Mais do que produzir mel, as abelhas são essenciais para existam alimentos para consumo humano. Elas são necessárias para três entre quatro tipos de alimentos, como as frutas, precisam de algum tipo de polinização, segundo a FAO, braço da ONU para agricultura e alimentação.

"As abelhas nos prestam um serviço inestimável: a polinização. É o que nos garante alimentação. É o que chamamos de segurança alimentar. Está ligado ao direito fundamental, que é a vida, e por isso também é uma questão de direitos humanos", diz Jair Krischke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), que também assina a representação entregue ao MPF. 

Fonte: Folha Press
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REVISTA ÉPOCA: LOJAS NETOS TINTAS É DESTAQUE MARCA DE CONFIANÇA EM REVISTA DE CIRCULAÇÃO NACIONAL

O empreendedorismo das Lojas Neto Tintas, recebeu destaque 2019 da Revista EPOCA, circulação nacional, no setor grandes nomes e marcas, vendas das Tintas automotivas e industriais. Ano passado as Lojas Neto Tintas, localizadas em Juazeiro e Petrolina já haviam recebido o título de Marca de Confiança e Vendas, pela revista Veja em pesquisa realizada na região.

A revista apontou o desenvolvimento da região de Juazeiro e Petrolina e do Nordeste e revelou o desempenho das Lojas Neto Tintas, responsável pelo atendimento considerado de excelência.

Os empresários e irmãos Italo, Icaro e Abilio Lino avaliam que o destaque na Revista Veja, revela o trabalho do dia a dia, onde a empresa Neto Tintas só trabalha com produtos de qualidade, o que o faz ter representatividade no mercado de pinturas na região em que atua.

"O destaque é fruto, além do amor e paixão, profissionalismo aliado a vontade de trabalhar todo dia, a equipe que  mantêm o ótimo atendimento e o melhor relacionamento com nossos clientes. Estamos sempre atualizados sobre as boas novidades e inovações do setor de pinturas automotivas", ressalta Italo.
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BOLSONARO NOMEIA CORONEL MARCOS CAMPOS PARA COMANDAR O INCRA PERNAMBUCO

O ex candidato a deputado Coronel Marcos Campos de Albuquerque, é o novo superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Regularização Fundiária (Incra) em Recife, Pernambuco, e deve assumir o cargo nos próximos dias.

De acordo com o Diário Oficial da União o Coronel será responsável pelo programa de reforma agrária e ordenamento fundiário de Pernambuco. Ele também foi comandante do 4º Batalhão em Caruaru. Este BLOG NEY VITAL apurou que o Coronel Marcos Campos é uma indicação do deputado federal, Luciano Bivar, presidente estadual do PSL.

A expectativa agora recai de quando será e quem comandará a Superintendência Regional do Incra no Submédio São Francisco, com sede em Petrolina e o responsável pelas ações agrárias do sertão de pernambuco e alguns municípios do norte da Bahia.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) é uma autarquia federal, cuja missão prioritária é executar a reforma agrária e realizar o ordenamento fundiário nacional.


Criado pelo Decreto nº 1.110, de 9 de julho de 1970, atualmente o Incra está implantado em todo o território nacional por meio de 30 superintendências regionais. 

O ano de 2019, o INCRA chega a seu 49º aniversário de criação em paralisia e retrocesso das principais políticas públicas sob sua alçada.

O INCRA é a autarquia federal responsável pelo cadastro de imóveis rurais do Brasil, com 6.574.830 imóveis particulares registrado no Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR), segundo dados de julho de 2018. O ordenamento da estrutura fundiária do país - com 851,6 milhões de hectares, sendo que destes há 388 milhões de hectares de terras agricultáveis férteis e de alta produtividade, dos quais 90 milhões ainda não foram explorados, muitos destes ainda sem destinação, sem documentos nos quais sejam identificados seus proprietários. 

É também a autarquia que tem a missão constitucional de efetivar a reforma agrária, visando a desconcentração fundiária e a democratização do acesso à terra, para que os trabalhadores do campo possam produzir alimentos e viver dignamente, evitando o inchaço das cidades e o aumento da população desempregada e em situação de miséria. O Instituto tem ainda a incumbência de regularizar as terras das comunidades remanescentes de quilombo, que contabilizam, segundo dados do próprio INCRA, 2.648 áreas certificadas pela Fundação Cultural Palmares.

Atualmente são atendidos pelo INCRA aproximadamente 30 milhões de brasileiros. Diretamente, são cerca de 10 milhões entre assentados, acampados, quilombolas, ribeirinhos, moradores de reservas extrativistas, não-índios. 


Outro setor atendido indiretamente pelo INCRA é o dos proprietários rurais - incluindo seus funcionários e prestadores de serviços -, os quais ocupam os 6,5 milhões de imóveis rurais particulares, cuja somatória das suas áreas é de 775.523.405 hectares (cada hectare corresponde a 10 mil metros quadrados ou um campo de futebol).
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UNEB: EXPOSIÇÃO LUIZ GONZAGA 30 ANOS DE SAUDADES PROSSEGUE ATÉ O DIA 02 DE AGOSTO

O artista plástico e memorialista Iranildo de Moura Leal visitou na terça-feira (23), a Biblioteca da Universidade do Estado da Bahia, Campus III, Juazeiro, Bahia. Iranildo é o pintor dos quadros que esta em exposição até o próximo dia 02 de agosto, no horário das 7hs às 22hs. 

A Exposição Luiz Gonzaga 30 anos de Saudades é promovida pela Biblioteca do Campus III e tem como objetivo manter um diálogo com a comunidade acadêmica, alunos e público em geral provocando o interesse pela leitura e saberes.

A EXPOSIÇÃO do artista plástico Iranildo Moura Leal é composta por sete quadros com pinturas sobre tela e retrata Luiz Gonzaga, o Rei do Baião e paisagens tipicamente sertanejas. Para o artista plástico Iranildo Moura a arte não é profissão é sentimento.

“É o desenvolvimento do interior que se torna universal e é como o amor ilimitado. Se a alma é arte então sou artista e agradeço a UNEB a oportunidade de mostrar o meu trabalho”, disse.

O bibliotecário e mestre em Ciência da Informação Regivaldo Silva (Régis) explica que as telas pintadas pelo artista plástico Iranildo Moura podem ser visitadas gratuitamente pelo público em geral.

“Primeiro em nome da diretoria da Uneb agradecemos a sensibilidade do artista Iranildo Moura. A proposta é trazer um pouco de conhecimento, cultura e arte para a UNEB. A Biblioteca produz  atividades além dos livros, da leitura que já oferecemos. Nosso objetivo é trazer histórias positivas do convívio com o sertão para que eles possam passar essas informações sobre os ícones da história a partir do Nordeste para a geração que hoje muitas vezes não conhece. Os filhos podem vir com os pais também. A ideia é conhecer os quadros", disse Regis.

Nascido em Petrolina Iranildo Moura teve a infância vivida na beira do Rio São Francisco.

Quando criança viveu no Povoado de Bem Bom, localizado em Casa Nova, Bahia. Ali entre os 8 anos e 12 anos conta que vivia olhando os barcos, os vapores que navegavam no rio São Francisco. "Entao comecei a pintar e fazer quadros. Expressar a natureza e a vida através da pintura", conta Iranildo.

Iranildo Moura foi homenageado no ano de 2012, durante festividades do Centenário de Luiz Gonzaga pela Assembleia Legislativa de Pernambuco. Um dos quadros de Iranildo faz parte do acervo do cantor e compositor Roberto Carlos.

Através da EXPOSIÇÃO LUIZ GONZAGA 30 ANOS DE SAUDADE é possível uma viagem ao imaginário. Nele Luiz Gonzaga planta a sanfona entre nós, estampa a zabumba em nossos corpos, trancafia dentro de todos um triângulo e é imortalizado no registro de sua voz.

O visitante faz um passeio pela Fazenda Caiçara, local onde Luiz Gonzaga nasceu no dia 13 dezembro de 2012, no Povoado do Araripe, localizado a 12 km de Exu, Pernambuco. 

Dentro do seu matulão convivemos, bichos e coisas, aves e paisagens. Pela manhã, do seu chapéu, saltaram galos anunciando o dia, sabiás acalentando as horas, acauãs premeditando as tristezas, assuns-pretos assobiando as dores, vens-vens prenunciando amores.

Através dos quadros assistimos as cores da Casa onde morou o pai Januário, o tocador de 8 Baixos e Santana, a mãe cantadora das novenas. Já famoso um Luiz Gonzaga homenageando Lampião, seu ídolo. Um Lampião iluminando pela paz e poesia incapaz de cometer violência.

E por fim o Luiz Gonzaga e o Mandacaru, representando o verde e a resistência que sempre esteve estampado em seu peito abriganado o canto dolente e retorno dos vaqueiros mortos e a pabulagem dos boiadeiros vivos. 

Luiz Gonzaga morreu no dia 02 de agosto de 1989.
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MST PROMOVE 5ª FEIRA ESTADUAL DA REFORMA AGRÁRIA EM SALVADOR

Nos dias 25 a 27 acontecerá a 5° Feira Estadual da Reforma Agrária na Praça da Piedade, na cidade de Salvador, Bahia. A feira da Reforma Agrária leva para o centro da capital baiana  os produtos e produtores dos assentamentos e acampamentos do MST em todo o estado.

A diversidade de produção realizada nas áreas da reforma agraria do MST estará presente na feira formando um belo mosaico de produtos direto do campo.

São alimentos naturais e livres de veneno, produzidos pelas mãos de trabalhadoras e trabalhadores Sem Terra que visam a produção sem agrotóxicos na luta à favor da vida. 

Além de alimentos orgânicos e naturais a feira estará permeada de cultura, seja ela do campo com alimentos e produtores rurais ou com a diversidade cultural herdada pelas famílias, ou pela cultura da cidade. 
A ideia é fortalecer ainda mais a união entre campo e cidade e ao mesmo tempo proporcionar um pouquinho da vida da roça para a população de Salvador. 

Nessa data, os soteropolitanos terão a oportunidade de levar pra casa e saborear com sua família mais de 50 tipos de produtos do Extremo Sul, Baixo Sul, Sul, Recôncavo, Sudoeste, Oeste, Chapada Diamantina, Norte, Nordeste e São Francisco.

 A feira contará com espaço de plenária, promovendo diálogos entre campo e cidade, além da mística que estará presente em toda a feira.
Os debates ajudarão a pensar os rumos da produção de alimentos saudáveis , sem veneno e que valorize a vida, até os rumos da politica brasileira, além de discutir o fazer cultural e artístico seja ele no campo ou na cidade. 

Serão três dias de feira, e poderemos desfrutar de excelentes companhias, ótimas atrações, produtos inigualáveis e sentir o calor do povo do campo através da mística que estará envolta no espaço, que com certeza contagiará a todas e todos.

Por fim, apresentações artísticas buscarão resgatar a luta pela terra, com poesias e  atrações musicais que enfatizam o trabalho e a luta pela agroecologia.

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DOMINGUINHOS: SEIS ANOS DE SAUDADES DO DISCÍPULO QUE INOVOU A ARTE DO MESTRE

No dia 23 de julho de 2013 morreu Dominguinhos, nascido em 1941. Sanfoneiro, compositor, cantor, o músico de Garanhuns começou a carreira tocando pandeiro em um trio com os irmãos em feiras. 

Em 1948 tocou na porta do hotel onde estava hospedado Luiz Gonzaga, que o ouviu e ficou impressionado com o talento deles, tanto que deu a eles o endereço no Rio de Janeiro. Num caminhão de pau-de-arara, foi ao Rio de Janeiro e, em Nilópolis, Luiz Gonzaga virou padrinho de Dominguinhos e o presenteou com uma sanfona. 

Assim, Neném do Acordeón (era assim que se apresentava) virou Dominguinhos. O músico teve grandes parcerias ao longo da carreira, entre as quais Anastácia, com quem compôs mais de 200 músicas. Dominguinhos morreu em 2013. Ele tinha câncer no pulmão e morreu de complicações cardiovasculares.

Na mais tenra infância, José Domingos de Morais, o Dominguinhos, já tocava sua sanfona tão bem que, num sábado, sua mãe se aprontou, colocou o instrumento num saco, pegou o menino e ia saindo quando o pai perguntou: “Onde cê vai, Mariinha” e ela respondeu: “Vou ali”. “Ali” era a feira, explicou o músico em 23 de fevereiro de 1973.

-Quando chegamos, ele, Luiz Gonzaga tirou a sanfoninha de dentro do saco e disse: “Agora pode tocar”. Botamos o chapéu no chão e choveu tanta prata de um cruzado (cruzeiro) e quinhentos réis, que encheu o chapéu. — contou o sanfoneiro na ocasião.

O chapéu de couro cru de boiadeiro permaneceu para sempre na vida do menino, que, por mais de 60 anos continuou ganhando a vida da mesma forma: tocando sua sanfona para quem quisesse ouvi-la. Os palcos, entretanto, se tornaram muito maiores.

Nascido em 12 de fevereiro de 1941, logo cedo Dominguinhos começou a experimentar o instrumento do pai, seu Francisco, um dos melhores tocadores e afinadores de sanfona de Garanhuns, no interior de Pernambuco, a 230 quilômetros do Recife. Depois do sucesso na primeira apresentação, ele passou a tocar sempre que podia. Então, Dominguinhos teve um momento de sorte: Luiz Gonzaga, o rei do baião, viu uma apresentação sua em 1949, quando ele se apresentava em frente a um hotel da cidade.

— Tocamos, e no final o Gonzaga nos deu o endereço dele aqui no Rio e também 300 mil réis. Ora, a gente que vivia naquele tempo com quinhentos réis, um cruzado (cruzeiro), dez tostões, quase morremos de alegria com tanto dinheiro. Sabe, nós passamos muito tempo comendo daquele dinheiro. Foi uma coisa louca — afirmou o músico, que, no entanto, não pôde por muito tempo ir atrás do ídolo no Rio.

Em 1954, ele chegou a Nilópolis, na Baixada Fluminense, para morar com o pai e o irmão. O jovem músico lavou roupas, fez entregas em uma tinturaria, até que um dia decidiu ir ao endereço de Luiz Gonzaga e de lá, como o próprio Dominguinhos costumava dizer, não saiu mais. Era o início de uma parceria que iria durar até o fim da vida de Gonzagão, e que fez dele o mentor de Dominguinhos, que seria considerado seu sucessor musical. Gonzaga até sugeriu a mudança do nome artístico de seu protegido, que até então se apresentava como “Neném”:

— Ele me disse: “Rapaz, esse negócio de Neném é apelido que veio de casa, você já está crescido, que tal mudar para Dominguinhos?” — afirmou ao GLOBO em 14 de agosto de 2010.

Aos 16 anos, o recém nomeado Dominguinhos já acompanhava Luiz Gonzaga em shows e gravações. Um pouco depois, ele conseguiu um emprego na Rádio Nacional, onde tocou com nomes como Jackson do Pandeiro, Marinês, Genival Lacerda, Trino Nordestino, Jorge Veiga, Ciro Monteiro e outros. Em 1960, o menino do forró e do baião entraria fundo na MPB, e um pouco mais tarde, em 1965, conheceu Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Chico Buarque.

— Em 1972, compus com Anastácia “Eu só quero um xodó”. Gil ficou maluco pela música. Então, fui tocar na banda da Gal e do Gil, ele aprendeu o “Xodó” e tudo floriu — contou em entrevista de 21 de setembro de 2000, sobre o maior sucesso de sua carreira, composto com a parceira e mulher na época.

No mesmo ano, o empresário dos baianos, Guilherme Araújo, o convidou para fazer parte das apresentações de Gal e Gil no Festival de Midem, em Cannes, na França.

— O povo todo endoidou com o nosso ritmo e nossa espontaneidade. Não foi como os outros artistas que vieram com show montado, como o Isaac Hayes. — afirmou Dominguinhos na época.

O impacto do espetáculo em sua carreira foi imenso e ficou registrado em crítica de Sérgio Cabral, publicada no GLOBO em 25 de junho de 1976: “Se outro mérito não tivesse o chamado grupo baiano, o de ter tornado o sanfoneiro Dominguinhos um nome conhecido nacionalmente já contaria muitos pontos a seu favor”.

Em 2002, ele venceu o Grammy Latino de melhor álbum local, com o CD “Chegando de mansinho”. Em 2007, ganhou o Prêmio TIM na categoria de melhor cantor regional. No ano seguinte, esse mesmo prêmio o homenageou, numa cerimônia que teve convidados como Nana Caymmi, Elba Ramalho, Gilberto Gil, Zezé di Camargo & Luciano, Ivete Sangalo e Vanessa da Mata. Em 2010, Dominguinhos ganhou o Prêmio Shell de Música pelo conjunto da carreira.

Na voz de Elba Ramalho (“De volta pro aconchego”), parceria com Nando Cordel ficou conhecida em todo o Brasil. Em 20 de março de 2005, Elba Ramalho disse sobre o amigo com quem lançara um disco:

— Ele é um dos maiores músicos do mundo, e não sou eu que digo isso, é Gil, Lenine, Chico, toda a música brasileira acha isso. Mas acho que há um descuido em relação à obra dele, que é um grande sanfoneiro, é um grande cantor, mas também é um grande compositor. Talvez seja um preconceito contra a música nordestina, de não reconhecer num sanfoneiro um grande compositor.

Dominguinhos faleceu, aos 72 anos, em 23 de julho de 2013, devido a complicações infecciosas e cardíacas, depois de passar meses internado no Hospital Síro-Libanês, em São Paulo, por complicações decorrentes de um câncer no pulmão, descoberto em 2006, deixando três filhos. 

Alguns dos maiores nomes da música brasileira, como Chico Buarque, Moraes Moreira, Elba Ramalho e Wagner Tiso divulgaram notas lamentando a morte do artista. No dia 25 de julho, O GLOBO publicou um artigo assinado pelo cantor e compositor Chico César chamado “É forró no céu, comandado por Gonzagão”, sobre a vida e a história de Dominguinhos. Na mesma edição, Moraes Moreira, o cantor, escreveu um poema especialmente para O GLOBO, chamado “Outrora foi o Gonzaga, agora vai Dominguinhos”.

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