AGENCIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE DE PETROLINA COMEMORA OS 517 ANOS DO RIO SÃO FRANCISCO COM AÇÕES DE PRESERVAÇÃO

Em comemoração ao aniversário de 517 anos do Rio São Francisco, a Prefeitura de Petrolina irá realizar nesta quinta-feira (4), uma série de atividades de conscientização ambiental junto à população. A ação será realizada através da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA), e vai mobilizar estudantes; instituições parceiras e voluntários em prol da preservação do Velho Chico.
As atividades acontecerão na Orla I, a partir das 8h. Os voluntários realizarão uma limpeza nas margens do Rio, seguida da soltura de 40 mil peixes doados pela CODEVASF. Ao longo da manhã, os participantes terão a oportunidade de conhecer mais detalhes sobre o Projeto Orla Nossa, desenvolvido pela prefeitura.
O diretor de Projetos Ambientais, Victor Flores destaca a importância do projeto para a defesa do Rio. "Essa iniciativa só é possível por conta do projeto Orla Nossa, que desde 2017 vem executando diversos trabalhos para a preservação do maior patrimônio da cidade. As ações incluem a retirada de alguns pontos de esgoto com a metodologia de oxigenação da água na qual é possível inserir no rio novos peixes sem maiores preocupações", pontua.
A atividade será aberta ao público e contará com o apoio da CODEVASF; Instituto Federal (IF-PE); Marinha; Exército Brasileiro; Aeronáutica e instituições privadas.
Fonte: PMP Fotos: Jonas Santos
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HOJE É O DIA NACIONAL DA ABELHA

O Dia da Abelha, nacionalmente celebrado em 3 de Outubro, deve nos lembrar da importância destes animais simpáticos e fundamentais para a nossa própria sobrevivência. No resto do mundo foi estabelecido o 20 de Maio como Dia das Abelhas por ser a data do nascimento de Anton Janša, esloveno nascido no século XVIII que foi pioneiro na criação e uso de técnicas modernas apicultura.

As abelhas são responsáveis pela polinização de mais de 70 das 100 espécies de vegetais que fornecem 90% dos alimentos para um planeta habitado por sete bilhões de pessoas, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), de Junho de 2014.

Nos últimos anos, estudos têm alertado sobre o desaparecimento das abelhas. Em um mundo sem abelhas, o homem não ficará apenas sem o mel e as flores. Ficará sem alimentos! A lista de frutas, vegetais e sementes que dependem das abelhas é longa: uva, limão, maçã, melão, cenoura, amêndoas, castanha-do-pará, entre outras.

Produtores de abelhas em todo o mundo, em especial nos Estados Unidos, relatam perdas entre 30 e 50% em suas populações de abelhas em colmeias. Em algumas regiões da China, elas já não existem mais. No Brasil, segundo o professor Osmar Malaspina, da Universidade Estadual Paulista (Unesp, Rio Claro, SP), responsável pela coordenação de um grupo de pesquisa sobre o comportamento das abelhas, 30 mil colônias de abelhas foram perdidas só no estado de São Paulo de 2008 a 2017. Em Santa Catarina, foram 100 mil apenas em 2011. Estimativas apontam para perdas anuais de 40% de colmeias no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais.

Mas quais são as razões para o desaparecimento delas? A mais reconhecida é o amplo uso de inseticidas “neonicotinoides”, defensivos agrícolas utilizados em todo o mundo, que atingem o sistemas nervoso e digestivo dos insetos, provocando desarranjos em seus sistemas de navegação. As abelhas morrem intoxicadas ou perdem o caminho de volta, deixando a colmeia vazia. Em casos mais graves, elas não conseguem se alimentar e morrem de fome.

Além de pesticidas, outros fatores, como eventos extremos causados por mudanças climáticas, o desmatamento seguido pela ocupação do solo por extensas monoculturas (milho e trigo) e técnicas para aumentar a produção de mel podem ser responsáveis pelo distúrbio do colapso de colônias (fenômeno conhecido como CCD em inglês).

Diante deste cenário dramático, o Parlamento Europeu baniu alguns desses inseticidas.  Chama nossa atenção o fato das produtoras dos neonicotinoides serem as mesmas empresas que dominam hoje o mercado de produção de sementes transgênicas.

Porém, um cálculo essencial precisa ser levado em conta: cientistas estimam que no ano de 2007, por exemplo, o valor dos serviços ecossistêmicos de polinização em todo o mundo era calculado em US$ 212 bilhões. Além disso, é clara que a relação entre a diminuição das abelhas e a redução da produção de alimentos impactará radicalmente na lei da oferta e da procura, logo no aumento do preço dos alimentos.

No Brasil, está em andamento desde 23 de setembro de 2014, a Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES). Um grupo de 75 pesquisadores de diversos países-membros do IPBES está fazendo uma avaliação global sobre polinizadores, polinização e produção de alimentos para identificar estudos necessários na área e, com isso, auxiliar os tomadores de decisão dos países a formular políticas públicas para a preservação da polinização e de outros serviços ecossistêmicos prestados por polinizadores.

Para quem é consumidor, ficam as dicas: mantenha-se informado, participe ativamente em fóruns de discussão sobre agrotóxicos e seus impactos sobre os polinizadores, se posicione quanto aos projetos de lei que vão mexer com nossa saúde e nosso bolso – e nunca se esqueça que somos totalmente dependentes do meio ambiente.

Ah! E no Vale do São Francisco o movimento já começou: em áreas de Caatinga, a Dra. Aline Andrade, vinculada ao Cemafauna/UNIVASF, em pesquisa apoiada pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo), tem demonstrado que abelhas da tribo Euglossini ou abelhas das orquídeas, são capazes de dispersar até 30 km entre fragmentos florestais, demonstrando que a manutenção dos corredores ecológicos (verdes) são fundamentais para conservação e manutenção da variabilidade genética das espécies vegetais distribuídas de forma dispersa na Caatinga.
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ORAÇÃO PARA O RIO VELHO CHICO RIO SÃO FRANCISCO EM TEMPOS DE POUCOS RIOS

Ás 18 horas, sempre guardo na correria da vida e do trabalho, a oração da Hora do Anjo. Estes dias olhando o Rio São Francisco ouvindo as canções de Padre Zezinho lembrei da Oração do Rio São São Francisco em tempos de poucos Rios. Assim escutei do amigo Aderaldo Luciano. Assim reproduzo:

O Rio São Francisco não nasce na Serra da Canastra. Digo isso porque a correria estressante das ruas do Rio de Janeiro me oprime. Os olhos dessas crianças nuas me espetam e essa população de rua dormindo pelas calçadas me joga contra o muro. Esse Cristo economiza abraços e atende a poucos.

Só uma coisa me alenta hoje: a saudade do meu santo rio. O Rio São Francisco, o Velho Chico, Chiquinho. Escuto o murmurar de suas verdes águas: — Deixai vir a mim as criaturas... E assim foi feito. Falar de desrespeito e depredação tornou-se obsoleto. Denunciar matanças e desmatamentos resultou nulo. Orar e orar. Pedir ao santo do seu nome a sua oração.

Lá do Cristo Redentor da cidade de Pão de Açúcar, nas Alagoas, um moleque triste escutou a confissão das águas. Segundo ele, o Velho Chico dizia: “Ó, Senhor, criador das águas, benfeitor dos peixes, escultor de barrancas e protetor de homens fazei de mim bem mais que um instrumento de tua paz. Se paz não mais tenho faz-me levar um pouquinho aos que em mim confiam. Paz para as lavadeiras que, em Própria, choram a sua fome de pão. Que, em Brejo Grande, soltam lágrimas pelos filhos mortos no sul do país. Que, em Penedo, já perderam a fé de serem tratadas como gente sã.

Onde houver o ódio dos poderosos que eu leve o amor dos pequeninos. O amor dos que cavam a terra a plantam o aipim. Dos que cavam a terra e usam-na como cama e lençol para sempre. Dos que querem terra para suas mãos, para os seus grãos, para a sua sede. O amor que não é submisso, mas escravizado. O amor que tem coragem de um dia dizer não. Coragem diante das balas e das emboscadas, das más companhias e da solidão.

Onde houver a ofensa dos governos que eu leve o perdão dos aposentados e servidores públicos. O perdão, nunca a omissão. A luta, porque perdoar não requer calar. Perdoar não quer dizer parar. Como minhas águas, tantas e tantas vezes represadas, mas nunca paradas e que, quando em minha fúria, carregam muralhas, absorvem barreiras e escandalizam Três Marias, Xingó e Paulo Afonso.

Onde houver a discórdia dos que mandam que eu leve a união dos comandados. A suprema união dos que sonham com as mudanças, dos que querem quebrar hegemonias e oligarquias. A discórdia dos reis contra a união dos plebeus. Um povo unido é força de Deus, dizia o velho bendito e sejais bendito, Senhor. A união das águas, a união das lágrimas, a união do sangue e a união dos mesmos ideais.

Onde houver a dúvida dos que fraquejam, que eu leve a fé dos que constroem seu tempo. Na adversidade, meio ao deserto e ao clima árido, a fé dos que colhem uvas e mangas em minhas margens. Dos que colhem arroz em minhas várzeas, dos que criam peixes com minhas águas em açudes feitos. A fé dos xocós lá em Poço Redondo. A fé que cria cabras nos Escuriais. Dos que colhem cajus e criam gado em Barreiras e outros cafundós.

Onde houver o erro dos governantes que eu leve a verdade de Canudos. O bom senso dos conselheiros de encontro à insanidade dos totalitários. Os canhões abrindo fendas na cidade sitiada e a verdade expondo cada vez mais a ferida da loucura na caricatura da História. O confisco da poupança e o rombo na previdência. O fim da inflação e o pão escasso, o emprego rarefeito, a dignidade estuprada em cada lar de nordestinos.

Onde houver o desespero das crianças da Candelária que eu leve a esperança das mães de Acari. E aqui, Senhor, te peço com mais fé. A dor dos deserdados, dos que perderam seus pais, filhos ou irmãos, seja de fome, doença ou assassínio, inundai-os com as águas esmeraldas da justiça. A justiça da terra e dos céus. Pintai de verde o horizonte das famílias daqueles que foram jogados mortos em minhas águas. Eles não foram poucos.

Onde houver a tristeza dos solitários que eu leve a alegria das festas de São João. Solitário eu banho muitas terras e em todas, das Gerais, do Pernambuco, das Alagoas e do Sergipe, não há tristeza ao pé da fogueira, nas núpcias entre a concertina e o repente, entre a catira e o baião.. Das festas do Divino ao Maior São João do Mundo, deixai-me levar, Senhor, o sabor de minhas águas juninas e seus fogos de artifícios.

Onde houver as trevas da ignorância que eu leve a luz do conhecimento e da sabedoria. A escuridão dos homens dementes que teimam em querer ferir-me de morte seja massacrada pela luz de um futuro negro, sem água potável, sem terra e sem ar.. Dai-me esse poder, de entrar nas mentes e nos corações, de espraiar-me pelos mil recantos dos que querem mal à nossa casinha, nossa pequena Terra. O homem sábio seja sempre sábio e contamine os povos com ensinamentos de preservação.

Ó, Senhor, dai-me vocação para consolar os que se lamentam de má sorte. Fazei-me compreender porque tanto mal há nos corações. Sobretudo, Senhor, não autorizeis que eu deixe de ser o Rio São Francisco, que há tantos anos não foge do seu leito, espalha e espelha vida em abundância. Que, embora tenha dado, quase nada recebo, que perdoando sempre, continuo sendo morto enquanto todos pensam que serei eterno.”

Fonte: Aderaldo Luciano professor doutor em Ciencia da Literatura
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IBAMA RESGATA E TRANSFERE PARA O RIO SÃO FRANCISCO 118 MIL PEIXES DE LAGOAS AMEAÇADAS PELA SECA

Foram resgatados e transferidos para o rio São Francisco 118,5 mil peixes de lagoas ameaçadas pela seca que atinge a região de Xique-Xique, no norte da Bahia.
 
O salvamento dos animais, de espécies como cascudo, corvina, curimatã, mandi amarelo, pacu, piaba, traíra e surubim, foi realizado por uma força tarefa interinstitucional, que reuniu representantes do Ibama, do Ministério Público do Estado da Bahia (MP/BA), da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), de universidades, de organizações não governamentais e de prefeituras, além de voluntários. Pelo menos 100 pessoas participaram da iniciativa.
 
Realizada em recipiente apropriado (transfish) cedido pela Codevasf, a transferência dos peixes para o rio São Francisco foi monitorada por analistas do Ibama, que realizaram o controle de salinidade e oxigenação da água. O índice de mortalidade durante o procedimento ficou abaixo de 3%.
 
O Ibama já havia identificado elevada mortandade de peixes no complexo lagunar do Submédio São Francisco. Técnicos estimam que a seca histórica na lagoa de Itaparica, intensificada a partir de agosto de 2017, tenha levado à morte cerca de 50 milhões de peixes nativos e exóticos na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
 
Em 2016, um grupo de pescadores artesanais realizou o salvamento de peixes sem acompanhamento técnico em lagoas marginais do São Francisco, na Ilha do Gado Bravo, a maior do rio. Com baldes, redes improvisadas e materiais reciclados, como latas de tinta e cestas de bicicletas, eles resgataram cerca de 20 mil peixes.
 
O Ibama incluiu em seu planejamento estratégico para 2018 (Portaria nº 2.659/2017) quatro ações de resgate e salvamento de peixes coordenadas pela Superintendência do Ibama na Bahia com apoio de unidades do Instituto em outros quatro estados do Nordeste: Alagoas, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. A primeira havia sido realizada em agosto. As próximas estão previstas para outubro e novembro.
 
O Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF) prepara a contratação de um estudo para diagnóstico da situação do complexo lagunar, com o objetivo de identificar possíveis causas da mortandade de peixes e permitir a adoção de medidas capazes de interromper o dano ambiental. O Ibama realizará a apuração de responsabilidades administrativas.
 
A ação emergencial tem a finalidade de minimizar a mortandade de peixes, além de combater ilícitos ambientais que agravam impactos ambientais na região, como desmatamento, pesca predatória, lançamento inadequado de efluentes na água e ocupação irregular em Áreas de Preservação Permanente (APPs), entre outros.
 
Fonte: Ascom Ibama
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INSTITUTO FEDERAL PROMOVERÁ UMA SÉRIE DE CONCERTOS MÚSICA PARA BRINCAR EM PETROLINA

A partir da terça-feira (9), o Campus Petrolina, do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF sertão-PE) vai promover uma série de concertos em alusão ao Dia da Criança. O projeto ‘Música para Brincar’, realizado pela Orquestra do Sertão, tem como objetivo promover a educação musical de forma interdisciplinar às linguagens artísticas, fomentando a formação de plateia, assim como, a inserção da comunidade nas atividades desenvolvidas pelo instituto.
Os concertos são gratuitos e, além do dia 9, serão realizados nos dias 16, às 15h; 23, às 9h; e 30 de outubro, às 15h, sempre no auditório central do Campus Petrolina, que fica no bairro João de Deus. As apresentações são voltadas para crianças matriculadas em escolas de Juazeiro, na Bahia, Petrolina e cidades circunvizinhas, filhos de servidores e alunos participantes da Escola de Jogos e Robóticas do IF Sertão.
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ADERALDO LUCIANO: O CORDEL, TEXTO, CONTEXTO E POÉTICA REUNIDOS NA CASA DA LINGUAGEM, BELEM, PARÁ

O cordel brasileiro vive momentos decisivos. Vive eventos de grande badalação e de consolidação como forma poética. Estudar suas estratégias de escrita e elaboração é uma prerrogativa de todos aqueles que querem seguir os passos de Leandro Gomes de Barros, o sistematizador de suas engrenagens de escrita.
No próximo dia 5, sexta-feira, a partir das 13h estaremos reunidos na Casa da Linguagem, em Belém do Pará, para uma oficina de leitura e estudo literário do seu arcabouço. Na ocasião também estaremos lançando nosso livro Quero Morrer Na Caatinga. A Academia Paraense de Literatura de Cordel é nossa parceira na empreitada. A casa está aberta, o texto cordelístico também:

1. No final do séc. XIX e início do séc. XX, a cidade do Recife, em Pernambuco era o centro cultural e político do Nordeste Brasileiro. A sua Faculdade de Direito recebia os pensadores e literatas que construiriam a cultura brasileira: Castro Alves, Tobias Barreto, Ireneo Joffily, Sílvio Romero, Augusto dos Anjos entre outros passaram pelos seus corredores e sentaram em suas salas de aula. Paralelamente a isso, um grupo de poetas oriundos do sertão e da Zona da Mata paraibana começou a publicar em rústicos folhetos seus poemas longos e paródias, pensando o dia-a-dia do povo trabalhador da futura metrópole: era o cordel que surgia pelas mãos de Leandro Gomes de Barros, Silvino Pirauá de Lima, Francisco das Chagas Batista e João Martins de Ataíde.
2. O cordel brasileiro é uma forma poética fixa e exige de seu autor o conhecimento de sua engrenagem e funcionamento. O poeta necessita conhecer: a estrofação do poema (sextilhas, septilhas e décimas); o verso fundamental cordelístico: o setessílabo; noções de rima e ritmo (rima toante e soante), acentuação dos versos; o aparecimento do acróstico como assinatura do poeta; elementos extraídos das obras épicas clássicas: invocação, oferecimento e trama; o que é um personagem em cordel (exemplos: João Grilo, Cancão de Fogo, José do Telhado, Donzela Teodora).
3. É muito comum colocar todas as formas de poesia oriundas do Nordeste sob o mesmo nome de cordel, entretanto há diferenças essenciais que a distinguem em vários aspectos. O repente dos cantadores improvisadores e violeiros, o coco de embolada, o “poema matuto”, as rezas e benditos, as canções e os poemas curtos de inspiração bucólica ou de gracejo, todos são confundidos e colocados lado a lado no mesmo leito. 

O cordel difere de todos em sua textura poética, cultural e linguística. O seu produto escrito difere dos seus primos orais. O papel é seu suporte mais legítimo desde sua origem no Recife, impresso em máquinas tipográficas elétricas ou pequenos prelos manuais. Com o aparecimento da xilogravura passou-se com o tempo a confundi-la com o cordel. O próprio folheto terminou por assumir posto de sinônimo do cordel, mesmo quando este tomou para si suportes mais robustos.

Fonte: Aderaldo Luciano- professor doutor em Ciência da Literatura
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ROMARIA DE CANUDOS SERÁ REALIZADA ENTRE OS DIAS 19 A 21 DE OUTUBRO

"Enquanto não houver justiça e democracia Canudos resiste". Se calarem a voz dos profetas, as pedras falarão.  Estes são os principais objetivos da 31ª Romaria de Canudos, que acontece de 19 a 21 de outubro, na cidade de Canudos no interior da Bahia.

O evento religioso consiste em uma ação popular, que visa debater e despertar a população local e visitantes, sobre a importância de Canudos no passado, no presente e suas referências para pensar o futuro.

Entre os destaques da programação o Encontro das Pastorais Sociais do Nordeste, a Celebração ecumênica e analise de conjuntura, Visita ao Parque Estadual de Canudos. Visita a Feira da Agricultura Familiar de Canudos. Mesa Redonda e Noite Cultural.

O encerramento acontece no domingo (21) com uma Alvorada às 5 h. Celebração Eucarística às 6h . Caminhada até o Mirante às 8h.

A programação ainda prevê palestras, eventos de manifestações culturais da região, apresentações de peças teatrais, missas, danças, mesas de debates, oficinas de literatura e moldagem, e de audiovisual e teatro, além de exposição sobre a produção agrícola sertaneja.

O ator e artesão Jose Afonso desdes 1997 faz o papel do Conselheiro. Ele diz que o evento é um dos atos de maior resistência e reflexão da história que não e contada pela elite e pelos livros escolares. "É a verdadeira história do povo que resiste até os dias atuais e grita pela justiça", diz Afonso.

A 31ª Romaria de Canudos é organizada pelo Instituto Popular Memorial de Canudos (IPMC) e pela paróquia local.

Ao falar do movimento de Canudos, logo lembramos de Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido por Antônio Conselheiro. Antônio Conselheiro chega à Bahia num contexto de sofrimento por parte do povo, dos pequenos agricultores e comerciantes locais. O decreto da Princesa Isabel pondo fim a escravidão (1888), sem nenhum tipo de política compensatória e de inclusão social, colocou os negros e negras numa situação de exclusão e indigência. 

Em 1877 a 1900 várias secas provocaram um intenso ciclo de migração interna no Nordeste. Na grande seca de 1877 a 1879 morreram cerca de 300 mil nordestinos e nordestinas. Estima-se que no Ceará em 1878 a migração, pôs em movimento migratório 120 mil pessoas.

O conselheiro chega a Canudos nesse contexto de abandono das populações empobrecidas. O Nordeste não interessava ao poder econômico e político. Antônio Conselheiro falava ao povo, afirmando ter sido chamado por Deus para servi-lo. Conselheiro, leigo, católico, diz-se convertido para anunciar o Evangelho aos mal-aventurados sertanejos/as.
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