CONGRESSO DE COMUNICAÇÃO MOVIMENTA JUAZEIRO E PETROLINA

O Intercom Nordeste 2018,  cujo tema é "Desigualdades, Gênero e Comunicação", acontece entre os dias 5 e 7 deste mês, em Juazeiro – BA. Com 1.435 inscritos e cerca de 650 trabalhos nas modalidades Expocom, DT's e Intercom Jr, o evento conta com a participação de estudantes, profissionais e professores das áreas de publicidade e propaganda, jornalismo, relações públicas, rádio e Tv, e impulsiona o turismo e a economia nas cidades de Juazeiro – BA e a vizinha Petrolina – PE.

As ilhas banhadas pelo Rio São Francisco, museus, restaurantes com comidas típicas, bares com música ao vivo nas orlas das duas cidades, feiras de artesanatos e vinícolas são atrativos de ambas as cidades. Uma diversa rede de hotéis e pousadas recepcionam turistas durante o ano inteiro.

De acordo com Paulo Gil, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro, Bares e Restaurantes de Juazeiro e Região da Bahia (SECHBRJUBA), a cidade possui cerca de 10 hotéis e 8 pousadas em funcionamento, com uma média de  20 leitos por estabelecimento.

Juazeiro e Petrolina são cidades de médio porte, situadas no sertão nordestino. Também conhecidas como cidades-irmãs dispõem de fácil acesso por via terrestre, ou aérea, através do Aeroporto Senador Nilo Coelho, que fica na cidade pernambucana.

Para saber mais informações sobre o congresso, acesse o site www.intercomnordeste2018.com.br ou visite as redes sociai​s @intercomne2018 e IntercomNE2018.

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TRIBUNAL INTERNACIONAL CONDENA BRASIL POR NÃO INVESTIGAR MORTE DE VLADIMIR HERZOG

Mais de quatro décadas depois da morte de Vladimir Herzog, em 24 de outubro de 1975, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH) condenou hoje (4) o Estado brasileiro pela falta de investigação, julgamento e sanção dos responsáveis pela tortura e assassinato do jornalista. O Brasil terá de seguir uma série de determinações do tribunal.

Para a Corte, o Estado é responsável pela violação ao direito de “conhecer a verdade e a integridade pessoal” em prejuízo dos parentes de Herzog. O documento menciona a mãe, Zora; a mulher, Clarice; e os filhos, André e Ivo Herzog.

A Corte ordenou o Estado a reiniciar, com a devida diligência, a investigação e o processo penal cabíveis pelos fatos ocorridos em 1975 para identificar, processar e, se necessário, punir os responsáveis pela tortura e morte de Herzog.

Também determinou reconhecer, sem exceção, que não haverá prescrição, por se tratar de crimes contra a humanidade e internacionais.

A Corte exige ainda que se promova um ato público de reconhecimento de responsabilidade internacional em desagravo à memória de Herzog, que se publique a sentença e que sejam pagas as despesas do processo.

O tribunal internacional concluiu ainda que o “descumprimento do direito de conhecer a verdade” foi causado pela versão falsa da morte de Herzog, da negativa, por parte do Estado, de entregar documentos militares e da ausência de identificação dos responsáveis.

"A CorteIDH determinou que os fatos ocorridos contra Vladimir Herzog devem ser considerados como um crime contra a humanidade, como é definido pelo direito internacional", diz a sentença de cinco páginas.

O tribunal informou ainda que, devido à falta de investigação, o Estado brasileiro também violou os direitos às garantias judiciais e à proteção judicial dos familiares da vítima, identificados como Zora, Clarice, André e Ivo Herzog.

Em outro trecho, o documento destaca a tensão vivida no Brasil no período em que Herzog morreu, principalmente os atos das forças policiais “cometidos em um contexto sistemático e generalizado de ataques à população civil”.

Aos 38 anos, Vladimir Herzog apresentou-se de forma voluntária para depor perante autoridades militares do DOI/Codi de São Paulo. Ele foi preso, interrogado, torturado e morto. Herzog foi declarado morto em consequência de “suicídio”, versão contestada pela família do jornalista e também  no processo.

O processo ressalta que, na época, o Brasil vivia em plena ditatura e havia ataques contra a população civil considerada "opositora" à ditadura brasileira, e, em particular, contra jornalistas e membros do Partido Comunista Brasileiro.

Parentes do jornalista apresentaram, em 1976, uma ação civil na Justiça Federal que desmentiu a versão do suicídio e, em 1992, o Ministério Público do Estado de São Paulo pediu a abertura de uma investigação policial, mas o Tribunal de Justiça considerou que a Lei de Anistia era um obstáculo para investigar.

Após uma nova tentativa de investigação, em 2008, o caso foi arquivado por prescrição, segundo o processo.

Durante o processo, o Brasil admitiu que houve prisão arbitrária, tortura e morte de Herzog, causando “severa dor” à família e reconhecendo responsabilidade.

Em nota, o  Ministério dos Direitos Humanos informou que "dará cumprimento integral à sentença".  

"Este ministério reafirma o seu compromisso com as políticas públicas de direito à memória, à verdade e à reparação, reconhecendo a sua importância para a não repetição, no presente, de violações ocorridas no passado, tais como as práticas de tortura e limitações à liberdade de expressão", diz o texto.

A sentença, "ainda que condenatória ao Estado brasileiro, representa uma oportunidade para reforçar e aprimorar a política nacional de enfrentamento à tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos e degradantes, assim como em relação à investigação, processamento e punição dos responsáveis pelo delito", acrescenta a nota.  
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DISPARADA NO PREÇO DOS SERVIÇOS PRESSIONA A INFLAÇÃO E O ORÇAMENTO FAMILIAR

Os chamados preços administrados — aqueles pré-estabelecidos em contrato ou supervisionados pelo governo, como os de combustíveis, planos de saúde, energia elétrica e botijão de gás — estão impactando fortemente a inflação. O Banco Central (BC), em seu último relatório trimestral sobre o tema, aumentou drasticamente a projeção de aumento médio do conjunto desses preços em 2018, de 4,9% para 7,4%. De acordo com especialistas, como se trata de produtos difíceis de substituir, porque altamente necessários para as famílias, a alta deve limitar o consumo, que já está bastante reprimido.

Economistas destacam que a política monetária, de definição de juros, é estabelecida de acordo com os preços livres, mas ressaltam que o avanço dos administrados pode contaminar os valores de outras mercadorias, principalmente por conta do encarecimento dos combustíveis. 

Os três itens que mais afetaram a inflação nos últimos 12 meses, medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), foram dos preços administrados. Dos 3,7% medidos no período, 1,92 ponto percentual (p.p) foi consequência das altas da gasolina (1,08 p.p), energia elétrica (0,44 p.p) e planos de saúde (0,4 p.p).

Os fortes avanços nos combustíveis são ocasionados pela elevação do dólar e da cotação do petróleo no exterior.  Mauro Rochlin, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), disse que há preocupações bem fundamentadas com o avanço dos preços administrados. “A questão decisiva é o comportamento do câmbio. Se o dólar ficar acima de R$ 4,10, vai ser inevitável que os custos se transfiram para os preços domésticos”, afirmou.

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BONITA MARIA DO CAPITÃO VIRGULINO FERREIRA, O LAMPIÃO

A aventura da menina que saiu de casa aos 19 anos para percorrer o sertão nordestino a pé num bando de cangaceiros até tombar, aos 27, humilhada a ponto de ter a cabeça, decepada quando ainda vivia, exposta à curiosidade popular, tem sido narrada em prosa, verso, imagem e som. O centenário de nascimento de Maria Bonita, mulher de Lampião, motivou o lançamento de um livro que celebra sua vida e seu mito, .

Nascida e criada na Malhada da Caiçara, no sertão baiano, Maria de Déa foi destinada ao casamento, celebrado em plena adolescência, e a uma vida pacata. Aos 16 anos, casaram-na com o sapateiro Zé de Nenê, mas o lar do casal, que foi morar no povoado de Santa Brígida. No fim de 1929, cruzou a soleira dos pais dela, Zé Filipe e Dona Déa, o temível Rei do Cangaço no sertão, Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião aos 32 anos.

O chefe de bando era vingativo, cruel e destemido, mas também tinha lá seus laivos de herói romântico. Dos saques das fazendas dos ricaços do sertão furtava perfumes franceses de boa cepa e o melhor uísque escocês. Ao relento nos acampamentos no zigue-zague das fugas para escapar da perseguição policial, puxava um fole de oito baixos e a ele foi atribuída a autoria de um dos maiores sucessos do cancioneiro sertanejo e nacional, "Muié Rendeira", de cuja autoria se apropriaria, no Rio, Zé do Norte.

Não era de estranhar que fizesse corte à morena e começou por lhe encomendar que bordasse suas iniciais CL (Capitão Lampião) em 15 lenços de seda, o que permitiu a abordagem e, depois, serviu de pretexto a novo encontro, que terminou com a retirada da morena separada do marido da casa dos pais. Foi, então, que a beleza da escolhida do Rei lhe deu a alcunha com que morreu na Grota do Angico, Sergipe, ao lado do amante, e que se fixou na memória do povo: Maria Bonita.

Expedita, filha do casal real da caatinga, criada no Estado em que os pais morreram, Sergipe, sobreviveu à carnificina e gerou, entre outros filhos, Vera Ferreira, que, professora universitária em Aracaju, tem mantido viva a memória dos avós e empreendeu obra de vulto para comemorar o centenário da avó.

 "Bonita Maria do Capitão", livro trazido em 2012, a lume pela Editora da Universidade do Estado da Bahia. O volume de 328 páginas, organizado pela neta, jornalista e escritora, com a cumplicidade da desenhista paraibana Germana Gonçalves de Araújo reproduz o legado da personagem lembrada pelos caprichos e vontades, mas também pelo bom humor e descontração quase infantil, com esmero e bom gosto.

O casal, evidentemente, foi tema de muitos romances de cordel. Num deles, Saboia, chamado de Marechal de Cordel do Cangaço, registrou: "Cupido fez passatempo /com Maria e Lampião/ ela Rainha ele Rei /governou nosso sertão /cangaço e amor viveu /não foi uma ilustração". Rouxinol do Rinaré e Antônio Klévisson Viana versejaram: "Maria Gomes de Oliveira /amou muito a Lampião /decidiu ser a primeira /cangaceira do sertão /ignorando o destino /acompanhou Virgolino /pela força da paixão". O livro reproduziu a capa de um cordel de Sávio Pinheiro sob título "O Arranca-rabo de Yoko Ono com Maria Bonita ou A Desaventura de John Lennon e Lampião", editado em 2008.

A beleza de Maria, mostrada em foto e cinema por Benjamin Abrahão, fascinou artistas plásticos como Mino e virou tema obrigatório de xilogravadores como J. Borges, Mestre Noza, J. Miguel e Marcelo Soares. Suas peças de vestuário e as joias que usava foram reproduzidas no livro, que também se refere à peça de Rachel de Queiroz sobre ela e a filmes do gênero dito nordestern, que a adotaram como personagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Bonita Maria do Capitão - Livraria da Vila (Rua Fradique Coutinho, 915). Tel. (011) 3814-5811. Terça-feira, 18h30.
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DO SERTÃO AO NORTÃO, ESCRITORA MARIA DA PAZ DESBRAVA TERRITÓRIOS E A IMAGINAÇÃO

*Texto: Mayla Miranda
mayla.miranda@olivre.com.br

“Maria, Maria, é um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta, uma mulher que, merece viver e amar, como outra qualquer do planeta”, A música eternizada por Milton Nascimento, exalta a força das “marias” e pode ser utilizada para traduzir a história de uma vencedora: Maria da Paz.

Com um nome que é pura inspiração e uma história grandiosa – tímida, meio calada e com um certo desconforto em abrir sua intimidade – a jornalista e escritora tem muito a contar. As dificuldades da juventude moldaram uma mulher forte que, com otimismo e um sorriso no rosto, transformou a batalha contra uma doença implacável em apenas mais um desafio.

A propósito, desafios fazem parte da rotina da mulher “arretada” [o sotaque logo de cara revela sua origem nordestina]. Nascida no interior da Paraíba, com brilhos nos olhos vai revelando uma infância humilde, mas inspiradora.

Bonecas de espiga de milho, roupinhas confeccionadas à mão, pedras que se transformam em qualquer coisa, um grande rio que contorna sua cidade natal, Ingá (próxima a Juarez Távora Paraíba) e muitas árvores, são elementos que compõem o cenário das melhores lembranças que traz no coração.

De uma família numerosa – ela é quarta de dez irmãos – fala com carinho de uma das irmãs mais velhas que perdeu para uma febre. Sobre os pais, Maria conta que mesmo humildes, eram perspicazes e astutos. Segundo ela, sua mãe era extremamente sábia, mesmo sem ter sido alfabetizada. Seu pai, um homem muito carinhoso, pragmático e provedor também ensinou muito, principalmente pelo exemplo de luta e superação.

Mesmo com as dificuldades do dia-a-dia, na lida na roça e na falta de água que marcava o sertão, ela não vê traumas, nem mesmo tristeza. Detalha tudo com um certo sorriso nos lábios e um saudosismo dos melhores tempos.

Na juventude não tinha como ser diferente. O desejo de desbravar o mundo à levou a Universidade Federal da Paraíba. Foi lá que, bem aos poucos, foi se apaixonando pela profissão de jornalismo. Ela conta que no começo, não sabia ao certo o que era um jornalista, o que fazia e muito menos como, mas sabia que queria escrever, mover o mundo com seus pensamentos, histórias e relatos, já que para ela as letras eram muito mais mágicas, amplas e reveladoras que as palavras ditas.

“Mas é preciso ter manhã, é preciso ter graça, é preciso ter sonho sempre. Quem traz na pele essa marca, possui a estranha mania de ter fé na vida”, e nessa sequência, Milton segue desvendando nossa Maria.

Tempos depois de formada e empregada em um grande jornal da capital, nasceu mais um desejo de ousadia, “Como seria ir para um lugar onde ninguém me conhecesse?”, pensava ela, almejando ainda mais o anonimato e as aventuras que a saída do ninho lhe permitiria.

E foi aí, a partir de um ímpeto de coragem que Maria seguiu com o afrontamento da realidade e buscou o novo. Primeira parada, Fortaleza-CE. Mas não revelou à mãe seus planos de voo. “Faltou coragem para tanto, não sou rebelde, sempre fomos muito unidos”, pondera.

Lá não era tão longe assim, não tão anônimo quanto esperado. Foi quando se lembrou de uma amiga que disse qualquer coisa sobre Roraima, “Será? Vou tentar”, pensou ela.

Na segunda saída, descobriu que o destino era mesmo Cuiabá, Mato Grosso.

“Mas é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter gana sempre. Quem traz no corpo a marca, Maria, Maria, mistura a dor e a alegria”, Milton segue costurando a descrição dessa história.

Com apenas uma mala com poucas roupas e grandes sonhos, Mato Grosso abraçou Maria, que finalmente se sentiu acolhida e aquecida. “Mas espera um pouco, acho que ainda não é aqui”, pensou novamente. Foi quando uma conhecida de poucos dias falou qualquer coisa sobre uma cidade chamada Sinop, “Agora está fazendo sentido para mim”, e lá se foi ela, seguindo seu forte instinto.

Não que é Maria tinha razão? Era, sim, nessa nova cidade, em um novo jornal em que construiria sua marca em uma carreira premiada e com muito reconhecimento. Como disse antes, Maria não larga o sotaque, mas é oficialmente cidadã sinopense. Fala com um orgulho e com tremendo brilho nos olhos, “mereci esse título e sou muito feliz em tê-lo”, garante.

Seguindo suas diferentes facetas, foi em Sinop que ela – junto com grandes personalidades –  fundaram a Academia Sinopense de Letras. Mas não foi ainda neste ano que se tornou imortal. Maria foi freada pelo destino ao descobrir um sério câncer de mama.

Sim, freada, não parada. Isso porque Maria não é mulher de se deixar abater, não sem luta. E ela venceu mais essa etapa que foi transformadora em sua vida, “é difícil dar de cara com a morte, a gente repensa nas nossas prioridades”, revela.

“Maria, Maria, é o som, é a cor, é o suor, é a dose mais forte e lenta, de uma gente que ri quando deve chorar, e não vive, apenas aguenta” e nessa sequência Milton segue nos contando sobre Maria.

Ainda sem deixar de surpreender, em dado momento revela um gosto pela vida noturna, algo difícil de se esperar por quem vê pela primeira vez a figura de óculos, pequenina e bastante quietinha.

Em seus assuntos de domínio, aí sim, são muitas palavras, muitas discrições. Maria é autora de livros que contam a história de mulheres e homens pioneiros, além das ficções educativas, como a saga da formiga Zaroia e agora a doce história de Juquinha, um menino que ensina a amar.

“Ele mostra que, mesmo com a deficiência física que possui, não é isso que o define”, decreta.

Na tentativa de entramos um pouco mais em sua vida pessoal, desconversando, ela revela apenas seu amor por Santinha, uma cachorrinha vira-lata e faceira. Santinha retira muitos risos nas redes sociais, onde aparecem suas aventuras narradas por Maria. A mais marcante foi mesmo na viagem ao nordeste quando, em uma discrição hilária, que revela mais uma vez o talento de Maria para narrativa, Santinha fez seu diário de viagem, com direito a confusões e mordidas na coleguinha.

Sobre as redes sociais? “Não sou tão interessante para isso, mas meu trabalho é”, fala sorrindo.

Fonte: **Mayla Miranda mayla.miranda@olivre.com.br
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MORRE ORLANDO TEJO, AUTOR DO LIVRO ZÉ LIMEIRA, O POETA DO ABSURSO

O jornalista, advogado, ensaísta e poeta, Orlando Tejo, autor do famoso livro “Zé Limeira: o poeta do Absurdo” faleceu  ontem domingo (1º). Aos 83 anos, natural de Campina Grande, na Paraíba, ele é autor do livro Zé Limeira, Poeta do Absurdo, editado no início dos anos 80, que conta a história do cordelista, cantador bom de viola, mais mitológico do Brasil. 

Tejo testemunhou ainda jovem muitos dos desafios do qual Limeira participou. Chegou a registrar algumas gravações de voz, que não existem mais. O que conseguiu memorizar colocou no papel e editou o livro. Na obra, ele relata como conheceu Zé Limeira, em 1940, e conta alguns causos, entre eles a história de que o governador de Pernambuco, Agamenon Magalhães, promovera no palácio um encontro de repentistas com a participação de Zé Limeira. Muitos acham que Zé Limeira não existiu, que era uma lenda criada por Orlando Tejo. 

O governador Paulo Câmara, por meio de sua assessoria de Comunicação, lamentou a morte do jornalista e escritor Orlando Tejo. "Quero apresentar meus sinceros sentimentos de pesar pela morte do jornalista, ensaísta e poeta Orlando Tejo. Sua longa produção intelectual expressa a importância para a cultura de Pernambuco e do Nordeste, especialmente por sua obra seminal "Zé Limeira – Poeta do Absurdo". Minha solidariedade ao seus familiares, amigos e admiradores".
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ARARINHAS AZUIS ESTÃO VOLTANDO PARA JUAZEIRO E CURAÇA, BAHIA

As ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) estão voltando para o Brasil e levando com elas, inclusive, novidades para compartilhar com as comunidades da região de Curaçá, no sertão baiano. Na inauguração do Centro da Associação para Conservação de Papagaios (ACTP, na sigla em inglês), em Berlim, Alemanha, o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, recebeu a notícia de que o centro disponibilizará, inicialmente, 300 mil euros para implementação de Unidades de Recuperação de Áreas Degradadas (Urad) na região.

"A Caatinga, região da ararinha-azul, passa por uma situação econômica muito difícil. E a sobrevivência da ararinha passa, também, pela melhoria da qualidade de vida das pessoas que ali estão. As URADs são ações muito simples, mas que têm uma efetividade enorme. Elas recuperam a capacidade produtiva das famílias e serão a garantia de vida longa para a ararinha-azul e para todos que moram na região", destacou Edson Duarte.

Visivelmente emocionado durante o ato na ACTP, Edson Duarte contou que nasceu no único lugar do mundo onde viveu a ararinha-azul e que, na juventude, fez uma opção em defesa da Caatinga. "Quando comecei a trabalhar com a ararinha só havia um único exemplar na natureza e um dia ela sumiu. O que eu nunca imaginaria era que eu viraria ministro do Meio Ambiente para vir a Berlim assinar um acordo e fazer com que ela volte a tornar o céu azul do sertão do Brasil, mais azul", disse.

A ararinha-azul é uma espécie endêmica da Caatinga e considerada uma das aves mais ameaçadas do mundo. O declínio da espécie foi atribuído a dois fatores principais: a destruição em larga escala do seu habitat e a captura para comércio ilegal nas últimas décadas. Atualmente, existem 11 ararinhas em território brasileiro. Elas estão no criadouro Fazenda Cachoeira, em Minas Gerais.

Para que os animais sejam recebidos no país, será construído um centro de reintrodução da espécie no município de Curaçá (BA), também com apoio da ACTP e da Fundação Pairi Daiza, da Bélgica.

Esses esforços já possibilitaram que a população de ararinhas passasse de 79 indivíduos, em 2012, para 158 em 2018.

Para garantir a reintrodução e preservação da espécie, no Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano, 5 de junho, o governo brasileiro criou o Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-azul, no município de Curaçá, e a Área de Proteção Ambiental da Ararinha-azul, em Juazeiro (BA). O objetivo dessa iniciativa, além de proteger o bioma Caatinga, é promover a adoção de práticas agrícolas compatíveis com a reintrodução e a manutenção da espécie na natureza.

O Refúgio da Ararinha-azul tem 29,2 mil hectares; e a Área de Proteção possui 90,6 mil hectares. As unidades vão compor um mosaico de UCs para conciliar a conservação de remanescentes de Caatinga, o único bioma exclusivamente brasileiro, com o Programa de Reintrodução da Ararinha-azul na natureza, que prevê a soltura dos primeiros exemplares a partir de 2021.

Essas unidades também irão incentivar políticas para a melhoria da qualidade de vida da população local, além de estimular atividades que gerem emprego e renda para a comunidade por meio de projetos de produção sustentável, turismo, conservação e pesquisa.

Fonte: Renata Meliga, enviada especial a Berlim (Alemanha)/ Ascom MMA
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