VENDEDORES DE DISCOS RESISTEM A ERA DIGITAL E COMERCIALIZAM RARIDADES MUSICAIS

Em um mundo cada vez mais digital, os discos de vinil, que marcaram época continuam teimando em resistir e em alguns casos até retornam ao mercado e também impulsionam a venda de toca discos e agulhas. Os discos de vinil, LPs, ou simplesmente “bolachões” estão na moda. São quase 20 anos que anunciaram a "morte", dos LPs, quando o mercado ficou dominado pelos CDs.

Em Petrolina a resistência em vender disco vinil cabe a Geraldo José Marcolino e José Lisboa dos Santos. Geraldo nasceu em Ipanema de Santana, Alagoas. Aos 65 anos revela que sua profissão foi sempre vendedor de disco vinil, confessa que pela "força do mercado também vende cd". Contudo afirma que a paixão está mesmo é pelo LP.

Geraldo conta que trabalhou na maior feira do mundo, que segundo ele é a feira de Caruaru, Pernambuco. Também vendeu discos em Juazeiro do Ceará e em São Paulo. "Houve uma época que vender disco vinil dava pra ganhar o pão de cada dia. Hoje as vendas caíram, mas ainda tem comprador. Meu sonho sempre foi montar uma loja de venda de discos vinil", revela Geraldo.

Já o vendedor José Lisboa, ex-pedreiro avalia que ainda existe a procura porque os jovens enxergaram no disco os encartes, a história da música. "Os discos mais procurados são de rock, Luiz Gonzaga, Roberto Carlos, Caetano Veloso e Elvis Presley. E isto se dá devido o conhecimento das pessoas mais jovens que começam a adquirir música de boa qualidade e música boa está é no vinil", diz José.  

Ele explica ainda que a procura de disco antigo existe porque não havia aparelhos para tocar. Nos últimos quatro anos, os modelos novos, todos importados, inundaram o mercado e as vendas cresceram muito, perto dos 80%.

A explicação do comprador Albertino dos Santos é que compra o vinil por saudosismo. "Não pulo para o digital. Acho até que o som dos discos vinis são melhores que o digital. Não troco meu vinil pelo digital de ninguém", finalizou Albertino.

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LULA ESCREVE CARTA AO CANTOR E COMPOSITOR MACIEL MELO

O cantor, compositor e escritor Maciel Melo divulgou para alguns amigos  nas redes sociais o teor da carta que recebeu por portador, feita a punho pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso na sede da PF em Curitiba, no último dia 6 de junho.

Maciel Melo não escondeu a felicidade e também compartilhou com este jornalista.

Também não nega que é admirador do ex-presidente. Quando no poder, Lula e Eduardo Campos por algumas vezes convidaram Maciel Melo e Petrucio Amorim para apresentar suas canções, no que sempre eram prontamente atendidos. “Quis apenas compartilhar com alguns amigos. Isso é histórico, amigo”, disse  emocionado. Leia a carta de Lula para Maciel:

Querido Maciel Melo ou Neguinho,

Hoje, quarta-feira estou com seu amigo Dr Rocha falando sobre o seu livro que acabei de ler A Poeira e A Estrada, e fiquei orgulhoso de ver mais um nordestino fazendo sucesso como escritor poeta e sobretudo como músico.

Querido, jamais imaginei que estando numa solitária na Polícia Federal em Curitiba pudesse ganhar o seu livro de presente do Dr Rocha que é seu amigo.

Maciel, ontem, dia 5/6 recebi de uma amiga um pen drive com músicas suas e ouvi até meia noite. Na verdade é um show…

O primeiro disco seu eu ganhei do pernambucano José Múcio e agora espero ganhar das suas mãos. Depois quando eu sair da Polícia Federal e tiver em liberdade te pagarei.

Continue porque nordestino não pode parar.

Sucesso amigo,

Lula
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POÇO REDONDO, SERGIPE-CARIRI CANGAÇO MAIS QUE UM SENTIMENTO

O  professor sociólogo Stuart Hall, pesquisador da área de estudos sociais apontou  que a questão da identidade está sendo extensamente discutida na teoria social. Em essência os argumentos são os mais diversos e complexos. Novas identidades vem fragmentando o indivíduo moderno.

 Discute-se assim a chamada  "crise de identidade". Crise vista como parte de um processo mais amplo de mudança, que está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social.

Stuart Hall dialoga também que a identidade cultural surge a partir da noção de pertecimento, associada a memória, etnias, raciais, linguísticas, religiosas e acima de tudo nacionais. Já Habermas diz que "saber do que se fala sempre ajuda; de resto, se se trata do problema de legitimidade, é preciso sabê-lo de modo particularmente exato".

A lembrança dessas frases e dos estudiosos da comunicação e da cultura, frases sábias me veio a cabeça quando da participação do evento Cariri Cangaço 2017, realizado em Exu e Serrita, Pernambuco, entre os dias 20 a 23 de julho. 

Notícias chegam de Poço Redondo Sergipe. Entre os dias 14 a 18, o Cariri Cangaço 2018, ocorre nas terras de Alcino Alves da Costa (em memória). Rangel Alves, o seu filho é um dos mais entusiasmado com a história. Conferências, visitas técnicas, debates, o diálogo com referência a vida e obra de Lampião, cangaceiros e volantes.

Parabenizo Manoel Severo, curador do evento. Severo um defensor da cultura com capacidade de liderar uma equipe de valentes e valiosos cangaceiros da cultura. Cangaceiros culturais do bom combate. Na condição de convidado (serei sempre muito grato) impressionou-me a tarefa dos membros do Cariri Cangaço a missão de serem ousados. Ousadia de enfrentar a crise cultural e mostrar a riqueza de valores da cultura brasileira/universal.

Escutar e olhar a Cecília do Acordeon e Pedro Lucas Feitosa é saber do significado da esperança de um mundo melhor. Cecilia e Pedro Lucas são crianças que tem a identidade de sanfona.  Possuem o sentimento da terra, região. Corações tão puros e um futuro que deve ter como base os estudos e a educação para quando chegarem a maturidade e tempo adulto estarem prontos e preparados para enfrentar novos desafios em defesa da cultura. 

Manoel Severo, Conselheiros e membros do Cariri Cangaço clamam o mais alto possível pela valorização da cultura e exigem respeito ao legado histórico cultural. 

No Cariri Cangaço existe a ousadia da resistência aos valores mais nobres da cultura: o talento, o abraço e o sorriso.

O cidadão que participa do Cariri Cangaço não sai impune. Conviver com os cangaceiros da cultura é ganhar mais inteligência, engenho e arte. Eles tem a magia da valorização da memória e da cultura na alma.


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VIRGILIO SIQUEIRA: QUEM FEZ DA LUZ O BAIÃO FOI UM REI ENLUARADO CHAMADO LUIZ

Quem fez da luz o baião
Foi um rei enluarado chamado Luiz
Quem deu à luz o baião
Foi um rei ensolarado chamado Luiz
Quem com acordes candentes
Colhidos dos raios do sol
Harmonizou sua música
Com mãos reluzentes
Suaves gorjeios e encantos de algum rouxinol
Foi um rei chamado Luiz
Quem fez da luz o baião



Era um rei revestido
Com raios de prata e de ouro

Quem deu à luz o baião
Tinha o corpo incandescido
E alma de couro

Quem fez mais rubro o sangue nordestino
Tingindo-o com a luz do mais vermelho arrebol
Era feito com fibras de lua e de sol
Foi um sanfoneiro/vaqueiro feliz

O que acendeu o sertão não foi o fogo do sol
Foi a voz do rei Luiz

Que partiu, mas ficou reluzindo
No chão da esperança, florindo
Num verde que quando explodindo
Acende a fé, num clarão

No sertanejo plantou seus anseios
No peito, a vertente de um veio
Que brota do fundo, do seio
Da terra, do amor, do sertão

Era feito de couro e de luz
O vaqueiro chamado Luiz
Sertanejo de couro de luz
Sanfoneiro chamado Luiz
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NOVENA DOS 150 ANOS DA IGREJA SÃO JOÃO BATISTA DO ARARIPE EM EXU, TERRA DE LUIZ GONZAGA TEM INÍCIO HOJE

Este ano a igreja de São João Batista do Araripe comemora 150 anos. Para celebrar a data nesta quinta-feira 14, tem início as Novenas na Fazenda Araripe.

A Budega Cultural Vale do Ançu, realiza o concurso “Sarau poético, com o tema "a promessa do Barão de Exu, 150 anos de história". A divulgação do resultado e a cerimônia de premiação acontecerá em um evento público a ser realizado no dia 21 de junho de 2018, a partir das 21 horas, nos festejos da igreja de São João Batista, no povoado do Araripe no municipio de Exu.

Poderão participar do concurso todos os exuenses residentes ou não no município, os interessados em participar poderão se inscrever na Budega Cultural Vale do Ançu, que fica localizada na rua Eufrásio Alencar (Calçadão Ioiô Ulisses) no centro da cidade, no horário das 10 ás 17 horas de segunda a sexta.

O Concurso tem o objetivo de comemorar o aniversário de 130 anos de Fernando Pessoa e os 150 anos da igreja São João Batista do Araripe, que foi construída por Gualter Martiniano de Alencar Araripe (O Barão de Exu), como pagamento a uma promessa feita a São João Batista por salvar seu povo de uma epidemia de cólera que invadiu principalmente o nordeste brasileiro, tendo atacado o Crato, Ceará de 1862 a 1864.

No dia 23 de junho a professora Thereza Oldam de Alencar lançará o livro Igreja São João Batista do Araripe-150 anos. O evento encerra as noites do novenário.

Serão premiadas com um certificado comemorativo todas as poesias selecionadas, e mais premiação em dinheiro para as três poesias finalistas do concurso. Outras informações podem ser obtidas através dos telefones: (87) 9.9816 6096 - Alvenir Peixoto, (87) 9.9936 2258 - Carlina Alencar, (63) 9.9253 9797 - Antonio Rubens e (87) 9.9635 2594 - Ana Vartan.
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LUIZ GONZAGA: O SORRISO DAS FESTAS DE SANTO ANTONIO, SÃO PEDRO E SÃO JOÃO

Luiz Gonzaga plantou a sanfona entre nós, estampou a zabumba em nossos corpos, trancafiou-nos dentro de um triângulo e imortalizou-nos no registro de sua voz.

Dentro do seu matulão convivemos, bichos e coisas, aves e paisagens. Pela manhã, do seu chapéu, saltaram galos anunciando o dia, sabiás acalentando as horas, acauãs premeditando as tristezas, assuns-pretos assobiando as dores, vens-vens prenunciando amores.

O seu peito abrigava o canto dolente e retorno dos vaqueiros mortos e a pabulagem dos boiadeiros vivos. As ladainhas e os benditos aninhavam-se por ali buscando eternidade. 

Fonte: Aderaldo Luciano-professor. Doutor em Ciencia da Literarura
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FESTIVAL DE VIOLEIROS RECEBE REPENTISTAS DO NORDETE NESTA QUARTA 13 EM PETROLINA

A Concha Acústica de Petrolina irá receber nesta quarta-feira (13), a partir das 19h, o '34º Festival de Violeiros'. Ao lado de um dos principais pontos turísticos da cidade, a Catedral do Sagrado Coração de Jesus, 10 cantadores devem subir ao palco para disputar o título de melhor dupla de repente. 

Abrindo o festival, a dupla Antônio Severo, de Exu (PE), e Paulo Maia, de  São José do Belmonte (PE), farão um show de abertura para os violeiros e público presente.  Em seguida, será dado início à disputa, onde serão premiados com troféus às cinco duplas participantes. 

A apresentação, deste ano, ficará a cargo de Felizardo Moura, da cidade de Prata (PB), considerado como um dos melhores declamadores e apresentadores de festivais de repente do país. 

O 34º Festival de Violeiros é de realização da Associação dos Cantadores e Poetas do Vale do São Francisco, com o apoio da Prefeitura de Petrolina.  

Confira as duplas que irão se apresentar:  
Ivanildo Vilanova - Recife (PE) e Moacir Laurentino - Campina Grande (PB).
 Zé Viola - Picos (PI) e Raulino Silva - Caruaru (PE).
Francinaldo Oliveira - São José Belmonte (PE) e Maxinino Bezerra - Venturosa (PE)
Rinaldo Aleixo - Tupanatinga (PE) e Dimas Fernandes de Buíque (PE)
Damião Enésio - Serra Talhada (PE) e Dê Caboclo - Conceição (PB)
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