Onildo Almeida, autor de dezenas de clássicos na voz de Luiz Gonzaga chega aos 89 anos de idade

Onildo Almeida era chamado de "groove man" pelos tropicalistas, pela grande variedade de gêneros musicais que o artista de Caruaru-Pernambuco trouxe para a sua trajetória, tendo se destacado como um dos principais parceiros de Luiz Gonzaga.

Parte deste caminho trilhado por Onidlo, 89 anos, está registrado no documentário "Onildo Almeida - Groove Man", dirigido por Helder Lopes e Cláudio Bezerra. Onildo escreveu clássicos como "A feira de Caruaru" e "A hora do adeus", e aparece na tela ao lado de outros artistas como Gilberto Gil, Junio Barreto e Maciel Melo.

Entre outras raridades, o filme produzido pela pernambucana Viu Cine e com som finalizado pelo Estúdio Carranca, recupera, ainda, imagens de arquivo e canções inéditas, das cerca de 600 composições que Onildo Almeida criou ao longo da vida artística.

Radialista, poeta, músico e compositor, Onildo Almeida, nasceu a 13 de agosto de 1928 em Caruaru, filho de José Francisco de Almeida e Flora Camila de Almeida.

Autor da música “Feira de Caruaru” (composta em 1955 e imortalizada em 1957 na voz de Luiz Gonzaga), desde criança Onildo demonstrou interesse pelas artes, tendo composto suas primeiras canções quando ainda tinha 13 anos de idade.

Até 1991 (quando passou a se dedicar apenas à música evangélica), já havia composto um total de 530 músicas gravadas por grandes nomes da MPB, entre os quais Agostinho dos Santos, Maysa, Luiz Gonzaga, Gilberto Gil, Marines, Trio Nordestino, Jorge de Altinho e outros.

No início de sua carreira, integrou vários conjuntos musicais, entre eles o Cancioneiros Tropicais. Como compositor, o seu primeiro grande sucesso foi “Linda Espanhola”, marchinha vencedora de festival de música para o carnaval pernambucano de 1955.

Onildo Almeida iniciou a profissão de radialista em 1951, na Rádio Difusora de Carauru, instalada na cidade pelo Grupo F. Pessoa de Queiroz. Ele começou como operador de som e depois exerceu outras funções, entre as quais repórter e publicitário.

No rádio, Onildo participou da criação de programas de auditório como o “Expresso da Alegria” e o “Vesperal das Quintas”, grandes sucessos à época. E, de empregado passou a empresário, fundando, com um irmão, a sua própria emissora: a Rádio Cultura do Nordeste.

Só para Luiz Gonzaga, Onildo compôs 21 canções, sendo que com a mais famosa delas, “Feira de Caruaru”, o Rei do Baião conquistou o primeiro Disco de Ouro de sua carreira. A música vendeu mais de um milhão de cópias e também foi gravada em outros 34 países.

Ao longo de sua vida de compositor, Onildo Almeida conquistou dezenas de prêmios: foi vencedor de festivais de músicas, recebeu Discos de Ouro e outros troféus. È citado entre os grandes nomes da música pernambucana e do Nordeste.
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"Tudo caminha para desaparecer": Como salvar o Rio das Velhas afluente do Rio São Francisco

Ao longo de seus 850 quilômetros de extensão, o Rio das Velhas se encontra em estado de penúria. Situação que se repete em outras regiões de Minas Gerais, onde córregos, ribeirões e riachos estão secos ou secando

Todos os dias, ao olhar para o Rio das Velhas, o aposentado Marcos Antônio Diniz tem dois sentimentos: tristeza, pela transformação de um afluente do Rio São Francisco em canal de esgoto, imundo e gosmento; e agonia, pela possibilidade de, no futuro, a água secar completamente e deixar à míngua milhões de pessoas que precisam dela para matar a sede, molhar as lavouras ou simplesmente contemplar o recurso natural de 850 quilômetros de extensão.

“Acabou-se tudo. O Rio Vermelho, que deságua no Velhas, já está seco. É uma pena, tudo caminha a passos largos para desaparecer”, diz o morador da comunidade de Pinhões, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O Velhas vai serpenteando ao longo rodovia MG-020 e é impossível não acompanhar o estado de penúria. A dramática situação se repete em outras regiões de Minas Gerais e, segundo dirigentes e especialistas de comitês de bacias hidrográficas, em Minas, de 70% a 80% de córregos, ribeirões e pequenos riachos estão secos ou secando.

Izabel sabe muito bem do que está falando, pois participou da recente expedição “Rio das Velhas que te quero vivo”, promovida pelo Projeto Manuelzão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e que percorreu das nascentes na Serra das Andorinhas, em Ouro Preto, na Região Central, até a foz, em Várzea da Palma, na Região Norte.

Fonte: Em.com Minas Gerais)

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Não mate a árvore, pai, para que eu viva. Esta árvore, meu pai, possui minha alma

Em Campina Grande,  Paraíba, o cine Capitólio capitulou, é um navio fantasma e caolho reivindicando a paz. Do lado esquerdo de quem o encara, passados os camelôs e o ponto de mototaxi, está a Praça Severino Procópio. Nela sentamos várias vezes para ler algum livreto comprado no Sebo. A praça é bela e está bem adornada de árvores. Para o lado da antiga Lobras, nas cadeiras fixas dos engraxates, sinto falta de José Avelino, o enciclopédico musical, historiador natural. Dentro de um dos canteiros, grafados em concreto, estão lá os dois quartetos do soneto A Árvore da Serra, de Augusto dos Anjos. Vaguei, procurando os tercetos com sua chave de ouro, em vão. Não os encontrei. Mas, deixo-vos o soneto inteiro: A árvore da serra

"As árvores, meu filho, não tem alma!
E esta árvore me serve de empecilho...
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice mais calma!
- Meu pai, por que sua ira não se acalma?!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!
Deus pôs almas nos cedros... no junquilho...
Esta árvore, meu pai, possui minh'alma!...
- Disse - e ajoelhou-se, numa rogativa:
"Não mate a árvore, pai, para que eu viva!"
E quando a árvore, olhando a pátria serra,
Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra".

Fonte: Aderaldo Luciano-professor doutor em Ciência da Literatura
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Luciano Peixinho, Luiz Gonzaga e Título de Cidadão Petrolinense

Luciano Peixinho Campos, diretor de programação da TV Grande Rio Afiliada da Rede Globo receberá o título de Cidadão Petrolinense. O Título foi aprovado por unanimidade e o dia da entrega será marcado. A proposta foi do vereador Gabriel Menezes.

Nas redes sociais Luciano Peixinho disse ser "este o maior sonho de qualquer pessoa que chega nessa linda e maravilhosa terra para somar. Muito obrigado a câmara de vereadores de Petrolina e em especial o poeta e vereador Gabriel Menezes autor do projeto. Viva o Sertão, viva a nossa cultura".

Luciano Peixinho é sertanejo, natural de Canudos na Bahia. Veio para Petrolina em 1990. Sempre foi encantado pela cultura brasileira, principalmente a ligada ao cancioneiro de Luiz Gonzaga. 

Na justificativa o vereador conta que Luciano Ingressou na TV Grande Rio em 1991, onde adquiriu o desejo de registrar as manifestações culturais pelo sertão pernambucano e, de mostrar ao mundo, que a região não era de vacas magras e solo rachado, e sim, de crescimento e desenvolvimento social, economico, cultural e turístico.

Formado em Marketing e Propaganda e pós-graduado em Metodologia do Ensino na Educação Superior, Luciano Peixinho foi professor de Câmera e Iluminação no SENAC de Petrolina. Atualmente, é Gerente de Programação, Operações e Produção da TV Grande Rio, uma das afiliadas da Globo. 

Recentemente Luciano Peixinho esteve na Europa. Na oportunidade fez a direção de um clipe com artistas brasileiros, como o cantor e ex The Voice Brasil, Del Feliz, Flávio Leandro, Elisson Castro e Fabio Carneirinho.

Um dos destaques na carreira profissional de Luciano Peixinho foi em 1999, deu início ao Grande Rio Comunidade, programa que mostrava as belezas e cultura do sertão, ao lado da repórter Mônica Carvalho, produtores Samuel Brito e Ney Vital produzindo diversos documentários que retratavam as manifestações culturais presentes no sertão de Pernambuco.

"Luciano merecidamente receberá o titulo de cidadão petrolinense por ser um apaixonado por Petrolina e região, pelos serviços prestados a cultura e ao vale do São Francisco", finalizou Gabriel Menezes.

Luciano Peixinho em 2006, ganhou o prêmio 'Rede Globo de Jornalismo', na categoria Telejornalismo Comunitário, com a exibição da série “Amor Imperfeito”, que trouxe  à tona, casos de violência contra as mulheres e, com o mesmo trabalho, recebeu no ano seguinte, o “5º Prêmio Tim Lopes”, no Rio de Janeiro, na categoria Direitos Humanos.

Luciano também recebeu o prêmio 'Destaques de Ouro 2016', que homenageia personalidades que se destacaram pela prestação de serviços em suas respectivas áreas. Teve o trabalho tambem reconhecido pelos trabalho na produção da minissérie 'Amores Roubados', gravada nos Sertões da Bahia, Alagoas e Pernambuco e, fez parte do núcleo de produção de arte de Velho Chico, novela com um dos maiores índices de audiência da emissora nos últimos anos.

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Xangai o cantador de brasilidades

O escritor José Lins do Rego, escreveu para um jornal,  na sua coluna "Homens, Coisas e Letras", que "Luiz Gonzaga trouxe uma novidade á música brasileira. Trouxe o sentimento melódico das extensões sertanejas de léguas tiranas, da asa branca, do gemer dos aboios. As tristezas dos violeiros se passaram para sua sanfona"...A alma brasileira está em Luiz Gonzaga.

Lembrei isto ao escutar um baião na voz de um dos seguidores de Luiz Gonzaga: Xangai. O nome de batismo é Eugênio Avelino, um ex-vaqueiro que nasceu no trecho baiano do Vale do Jequitinhonha. Conhecido por Xangai –nome ele recebeu dos freqüentadores da sorveteria que trabalhava em Minas Gerais de propriedade do pai –tem na inspiração a sua própria realidade e gosta de cantar músicas também de Cartola, Dorival Caymmi e Jackson do Pandeiro.

O artista aprendeu a cantar com vaqueiros e cantadores da região, influência que permeou sempre a sua obra. Filho e neto de sanfoneiros teve seu primeiro disco foi lançado em 1976 pela gravadora CBS, mas depois seguiu uma carreira independente, desvinculada das grandes gravadoras.

Cantador, trovador e violeiro, Xangai, com sua voz interpreta composições próprias e adaptações do folclore nordestino, em ritmo de xote, coco e toada.

Xangai é um dos melhores cantores da música brasileira. José Carlos Capinam diz que Xangai tem "canto e voz que parecem ter estudo que não tiveram. Foi ouvindo rádio e auto-falante, aboios, riachos e acauãs que ficou com esse afino de voz". 

Xangai é nosso cantador de brasilidades.
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Instituto Federal de Petrolina realizará Workshop Sanfona com Ivan Greg

O Núcleo de Música do IF-Sertão, Campus de Petrolina, promoverá na próxima terça-feira 22, o Workshop Sanfona com Ivan Greg. O evento acontecerá das 10h às 12hs.

Ivan Greg é um dos músicos mais talentosos da atualidade da música brasileira. Nascido em Petrolina aos 9 anos já tocava teclado e sanfona. Em 2006 mudou-se para a Europa e trabalhou na divulgação e valorização da música brasileira e a cultura nordestina. Gravou e realizou shows na Alemanha, Holanda, Espanha, Itállia, França, Suécia e Bélgica. A música também o levou aos Estados Unidos onde desenvolveu vários projetos.

Ivan Greg atualmente cursa licenciatura em Música, no Instituro Federal do Sertão. Aponta que tem inflência musical de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Sivuca, Gilberto Gil, Djavan. O samba é outra referência na trajetória de Ivan Greg.

As inscriões devem ser feitas às 9hs no local do evento, no IF-Sertão Campus Petrolina Zona Rural.
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Luiz Gonzaga e a defesa pela cultura do plantio de umbuzeiros

"Umbuzeiro velho
"Veio" amigo quem diria
Que tuas folhas caídas
Tuas galhas ressequidas
Íam me servir um dia/
Foi naquela manhãzinha
Quando o sol nos acordou
Que a nossa felicidade
Machucou tanta saudade
Que me endoideceu de amor/
Indiscreto passarinho solitário cantador descobriu nosso segredo acabou com nosso enredo/ Bateu asas e vou/ Hoje vivo pelo mundo tal o qual o vem-vem assobiando o dia inteiro quando vejo um umbuzeiro me lembro de você  meu bem"...

Luiz Gonzaga, numa composição de João Silva homenageou o pé de Umbu! Ouvindo esta música na madrugada aqui em Petrolina, que mais surgere ser dia, temperatuda 30 graus, me reportei que nessa época de seca, a salvação de muitas famílias no Nordeste é o umbuzeiro - árvore símbolo de resistência da caatinga.

No cenário de vegetação quase sem vida, sem comida, o umbuzeiro exibe fartura.  Nada é mais alegre para os catadores de umbu do que encontrar o chão de um único jeito: forrado de frutas.

O umbuzeiro é a única árvore verde no meio da caatinga arrasada.  O segredo está embaixo da terra. As raízes têm batatas que funcionam como uma caixa d’água. A água fica dentro da batata. E como são centenas de batatas enterradas, elas vão irrigando a árvore. As pesquisas calculam que um umbuzeiro grande chega a acumular 1.500 litros de água. É por isso que ele atravessa todo o período de seca verde e dando frutos.

Fonte de vitamina C e até de inspiração para os poetas nordestinos. Nesta época o umbu é a salvação.
Mas até o umbuzeiro está sofrendo com a seca extrema. Segundo um estudo da Embrapa, em algumas regiões do Nordeste, como no sertão pernambucano, de cada quatro umbuzeiros, apenas um consegue sobreviver.
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