Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande, Paraíba, está desativado

Passado o mês de junho e já não vejo sinal de cutucar nossa gente para uma discussão que deve ir além do forró versus o sertanejo.

Programas de rádio e suas programações sem espaço para cantadores de viola! Museus a exemplo do Gonzagão lá em Exu, sempre ameaçado de fechar e o que já estão desativados. A cultura merecee uma reflexão...

A riqueza da vida cultural de uma cidade, muitas vezes medida apenas pela intensidade de seu show business e pelo sucesso dos seus eventos artísticos, deve ou deveria incluir, também, a sua vida literária, onde, mais que o brilho fugaz, se busca construir a memória e a permanência.

Destaco aqui o professor e pesquisador José Nobre, nascido em Currais Novos, no Rio Grande do Norte, mas com toda a trajetória vivida em Campina Grande, Paraíba. Ele é o criador, fundador do Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande. Um espaço que privilegia a arte mais bela, a musical. José Nobre reuniu ao longo dos últimos 30 anos uma produção constante, uma obra musical múltipla, de expressão e riqueza singulares.

Zé Nobre conta que o Museu reúne mais de 6 mil discos.  Foram publicados 70 livros lançados sobre a vida e obra de Luiz Gonzaga. São 4 teses de doutorado. Os visitantes tem a visão na entrada do museu de 3 estátuas em granito pesando em média 700kg.

O Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande, Paraíba,  está infelizmente fechado, não tem o reconhecimento do poder público e também não tem a proteção de uma Política Cultural que consiga dialogar com a sociedade a riqueza que possui a coleção de recortes de jornal, vinis, sanfonas e instrumentos e roupas usadas por Luiz Gonzaga. Enfim, o poder público não amplia as possibilidades educacionais que o Museu proporciona.

Campina Grande, cidade onde se realiza os maiores festejos juninos do país, o Maior São João do Mundo, sempre dedicou um carinho especial a Luiz Gonzaga, onde também ele era presença constante. Recebeu  inclusive, o Título de Cidadão Campinense em 1972, propositura do então vereador Manoel Joaquim Barbosa.

Mas Infelizmente a Política Cultural Brasileira não sabe retribuir o valor histórico do Museu!

Todos os objetos expostos no local foram adquiridos por José Nobre com recursos próprios. O espaço já foi considerado o maior museu fonográfico a abrigar a obra de Luiz Gonzaga– superando, inclusive, o Museu do Baião instalado em Exu, terra natal do do Rei do Baião – e uma referência nacional na preservação e divulgação do talento dos músicos de origem nordestina da MPB.

Além de discos, CDs, fitas cassetes e até discos de cera de carnaúba (antecessores dos discos de vinil), alguns pertences de Luiz Gonzaga, a exemplo de sanfona, também estão expostos, 250 pôsteres, livros, oito monografias, três dissertações de mestrado e 4 doutorados, mais de 200  entrevistas, 14 filmes e mais de 500 jingles. Enfim, são mais de 25 mil registros da vida e obra de Luiz Gonzaga e da Música Brasileira.
Nenhum comentário

Gravadora lança 15 albuns de Luiz Gonzaga na plataforma digital

A discografia de Luiz Gonzaga começa a ser retirada das estantes para ganhar luz novamente sob os aparelhos de som, através da plataforma digital. Em uma ação que segue o passo da valorização de um outro percursor nordestino da música popular brasileira, Jackson do Pandeiro, a Sony Music relançou 15 álbuns de Luiz Gonzaga nos serviços de streaming.

Os discos, lançados entre 1970 e 1988 em vinil, assumem facetas pouco conhecidas do sanfoneiro em duetos: Fagner, Alceu, Geraldo, Gonzaguinha, além de participações de músicos como Sivuca, Altamiro Carrilho e o afilhado musical Dominguinhos. São obras pouco conhecidas porque a discografia que ainda ouvimos nas rádios se restringe basicamente aos anos 1950 e 1960. O legado das décadas seguintes do Rei do Baião permanecia obscuro para as novas gerações, nos acervos dos selos RCA Victor e Camden.

O catálogo se inicia com o pouco conhecido Sertão 70, gravado dois anos após Luiz Gonzaga anunciar a aposentadoria, em 1968. Em O canto jovem de Luiz Gonzaga, de 1971, ele faz uma homenagem aos grandes nomes da cena musical brasileira comemorando, com nova sonoridade, e atesta o retorno na parceria com Humberto Teixeira: Bicho, eu vou voltar. "Bicho, com todo respeito/ Dá licença, eu vou voltar/Ô desafio pai dégua/Pra cabra macho enfrentar", canta, antes de reverenciar Caetano, Gil, Capinam, Chico (Buarque) e Tom (Jobim). Também apresenta um emocionante dueto com o filho Gonzaguinha, na música Asa branca.

São João quente, do mesmo ano, tem no "lado A" uma única faixa instrumental e inclui o clássico Xote das meninas, seguida pela composição da lenda do choro Altamiro Carrilho O coreto da pracinha. Em Aquilo bom, no ano seguinte, Lua grava o canto crítico e nacionalista da música do filho, Gonzaguinha, From United States of Piauí, em um disco que o faz se aproximar da juventude universitária, com novos arranjos. Dengo maior (1972) tem como destaque as participações de Sivuca e Glorinha Gadelha, em Serena do mar e Nunca mais eu vi esperança.

A participação de artistas renomados em trabalhos do sanfoneiro Luiz Gonzaga também é recuperada em A festa, de 1981. É uma celebração recheada de artistas tarimbados como Dominguinhos, Emilinha Borba, Gonzaguinha, Nelson Valença, José Marcolino e Milton Nascimento. Esse último divide os vocais com Gonzagão em Luar do Sertão. Dois anos depois, o pernambucano Alceu Valença se encontra com Luiz na faixa Plano piloto, do álbum 70 anos de sanfona e simpatia. Outro nome consagrado da música nordestina reviu canções emblemáticas do repertório de Gonzaga ao lado do Rei em dois álbuns: Luiz Gonzaga & Fagner, de 1984, quando o cearense tinha 35 anos, e Gonzagão & Fagner 2 - ABC do Sertão, que ganhou o mundo um ano antes da morte do sanfoneiro.

Iniciado pela bem-humorada pergunta "Sandoval, que chá é esse que tu bebe?", Chá Cutuba (1977) apresenta o belo arrasta-pé Onde tu tá neném, sucesso na voz de Elba Ramalho ao ser regravada em Leão do norte (1996). O disco também traz a faixa Chapéu de couro e gratidão, na qual Luiz Gonzaga agradece a Benito Di Paula, que o homenageou em 1975 com a música Sanfona branca.

Na época do lançamento de O canto jovem de Luiz Gonzaga (1971), Asa branca havia se tornado hino para exilados pelo regime militar. Uma aproximação com a nova geração, que brilhava nos festivais, o LP tinha arranjos leves e interpretações de canções como Procissão, de Gilberto Gil, Cirandeiro, de Capinam e Edu Lobo, Fica mal com Deus, de Geraldo Vandré, e No dia em que eu vim me embora, de Caetano Veloso e Gilberto Gil.

Em De fiá pavi (1987), Gonzaga homenageou o parceiro de uma vida de composições, Humberto Teixeira, coautor em Asa branca e Assum preto. As saudades do velho amigo foram cantadas em Doutor do baião: "Onde tá meu grande irmão/ Onde é que tá/ Quanto tempo, que saudade/ Que você me dá/ Quanta falta está fazendo, irmão/ Ao nosso baião".

Último disco do artista pela RCA, Aí tem Gonzagão (1988) comemorava os 75 anos de vida e 50 de carreira de Lua. Lançado um ano antes da morte, o disco carrega em duetos com Camélia Alves, em Vamos ajuntar os troços, Geraldo Azevedo, em Táqui pa tú, e com o sobrinho Joquinha Gonzaga, na faixa Dá licença prá mais um. Além das sanfonas de Chiquinho do Acordeon, Dominguinhos e Waldonis.
Nenhum comentário

Humberto Barbosa poesia, ritmo e harmonia no cd Estradar

Humberto Barbosa nascido em Petrolina no sertão pernambucano, a margem esquerda do rio São Francisco, celeiro de grandes nomes da música popular brasileira, a exemplo de Mestre Pedro, Ivonilson Cavalcante, Odésio Jericó, Aldy Carvalho, Geraldo Azevedo, e tantos outros, considerado essencialmente compositor, cujo envolvimento com a música aconteceu ainda no período estudantil, onde fez parte de um grupo que era espelhado em performances de grupos nordestinos e nortistas, que realizava shows alternativos e participava de festivais locais.

Buscando um aperfeiçoamento voltado para pesquisas sobre a música brasileira, realizou o sonho da gravação de músicas voltadas para a luta de preservação destas raízes.

1. ANAUÊ (2000) - Um apanhado de músicas antológicas onde se destacaram as músicas, Tavinho, No moinho do engenho, Anauê, Malaksuma e Pequeno de Uláia, que serviram como base para continuar a jornada.

2. QUINTAIS (2004) - Já mais estruturado, obteve junto ao público uma excelente aceitação, tendo inclusive a oportunidade de participar do projeto “Seis e meia” em 2004 ao lado da cantora Tânia Alves e em 2009 ao lado de Márcio Greyck, além de outros grandes projetos, como o Boca da Noite, Emcanta Piauí, Santo de Casa, Cidade arteira, MPB na Calçada, Feira Popular de Arte. A música título deste CD, faz parte da coletânea FESTIVAIS DO BRASIL VOL.3, lançada a nível nacional e também distribuída para outros países.

3. SERTÃO DE DENTRO (2008) - Onde conta com a participação especial de grandes nomes da nossa música, a exemplo de Soraya Castello Branco, Vanda Queiroz, James Brito e Geraldo Azevedo. Este, parceiro em alguns trabalhos, tem participação especial na música “Arte Belo Ser”, uma homenagem ao pintor e escultor Celestino Gomes, além da música “Sob o Céu de Teresina”, fazer parte de uma coletânea especialmente produzida pela SUVINIL em homenagem ao aniversário da cidade de Teresina.

4. ESTRADAR (2015) – Trazido ao público somente agora no final de 2015, este CD já bem mais estruturado, vinha sendo trabalhado em alguns festivais e apresentações realizadas no centro sul do país, cuja música “Moça Morena”, uma parceria com a poetisa paulistana Valéria Pisauro, teve destaque em vários festivais e, devido a isso, passou a integrar a coletânea FESTIVAIS DO BRASIL VOL.08, além da música “Lenha na Fogueira” que teve destaque em várias cidades do nordeste, como parte integrante de duas coletâneas, “Músicas da Jecana” e “Frevuca Forró III”.

Tendo a pretensão de englobar o que de melhor existe no que conseguiu adquirir em andanças, dando impulso para a continuação da jornada, já que tem como meta maior fazer parte do cenário cultural, procurando desenvolver uma música voltada para temas de cunho regional nordestino, como xotes, baiões, baladas, afoxés e frevos, tendo como grandes parceiros, Aldízio Barbosa, Aldy Carvalho, Bruno Farias, Elier Santos, Geraldo Azevedo, Valéria Pisauro, Wilson Bezerra e Zé Brasil.

Contato para realizar shows alternativos em outros Estados.
Contatos:
(086) 3234.1358 (OI Fixo) – (086) 3081.4340 (Claro Fixo)
(086) 98101.8187 (Fone e WhatsApp) – (086) 99987.8201 (TIM)
(086) 98862.0809 (OI) - (087) 98801.2513 (OI)
E-mail: humbertonsc@gmail.com – humbertohnt@gmail.com   

Sites de busca:
http://www.humbertobarbosa.com.br
Nenhum comentário

Filme Danado de Bom que mostra trajetória musical de João Silva, compositor de Luiz Gonzaga será exibido em Petrolina

Vencedor do Cine PE 2016 em quatro categorias, o documentário Danado de bom chega a Petrolina nesta terça-feira, 4 de julho, às 19hs no CineTeatro Dona Amélia , no Sesc Petrolina. O filme dirigido por Deby Brennand mostra a trajetória de João Silva, parceiro constante de Luiz Gonzaga e um dos principais compositores brasileiros.

O filme Danado de Bom foi o ganhador dos prêmios de Melhor Filme, Fotografia, Montagem e Edição de Som, o longa conta com a participação de músicos como Domiguinhos, Elba Ramalho, Gilberto Gil e Alcione em uma viagem com o compositor João Silva, em retorno à sua terra natal, Arcoverde, no Sertão pernambucano.

João Silva foi um dos compositores de Luiz Gonzaga(1912-1989). João Silva (1935-2003) passou grande parte da vida sem saber escrever muitas palavras além do próprio nome. Sua simplicidade, no entanto, é diretamente proporcional à sua grandeza como compositor. O pernambucano deixou nada menos que 3 mil canções, entre as quais pérolas como Pagode russo e Nem se despediu de mim, que renderam a Gonzagão milhões de discos vendidos.

O poeta que o Brasil conhece do rádio, na voz de Luiz Gonzaga e dos bailes de forró ganhou o documentário Danado de Bom, uma cinebiografia O longa faz um registro da trajetória profissional de João Silva, acompanhando a volta do artista a Arcoverde, Pernambuco sua terra natal, após mais de 30 anos distante do sertão nordestino.

Foram quase 10 anos até que o documentário fosse finalizado, dado o lento processo de captação de recursos para viabilizar o projeto. Tempo, contudo, que contou a favor de Deby para ganhar a confiança de João Silva,  que, segundo ela, era uma pessoa reservada. “O João tinha um jeito muito falastrão, muito extrovertido, mas não deixava que eu me aproximasse muito dele para falar de suas questões íntimas ou de vida pessoal. Com o tempo, fomos quebrando isso. Ficamos amigos, e ele acabou me entregando o ouro”, conta a cineasta.

A proximidade de fato rendeu belas cenas à produção, como aquela em que João fala sobre o momento em que Gonzagão o aconselhou a voltar para a escola, para que ampliasse seus conhecimentos e habilidades. “Contanto que não prejudique meu ‘sertanejívo’”, respondeu Silva ao convite do amigo. Referia-se a riquíssimo dialeto falado no sertão onde nasceu, fermento da verdadeira fábrica de palavras que ele mantinha na cachola, como ‘chililique’, entre outras preciosidades. Emocionado, emendou no relato: “Eu até aprendi um pouco mais de leitura, mas foi para me defender da violência do mundo”.

SONHO E o mundo não o tratou mesmo com muita cortesia. João Silva, por muitos anos, viveu na rua com o pai, que sofria de alcoolismo e era andarilho. O desejo de se tornar compositor veio da admiração por Luiz Gonzaga. Ainda garoto, decidiu correr atrás do sonho. Pegou um ônibus e foi atrás da mãe em Recife, onde ela trabalhava como empregada doméstica. De lá, partiu com a cara e a coragem para o Rio de Janeiro. A lendária cantora de forró Marinês (1935-2007), que mais tarde se tornaria sua amiga, foi quem o apresentou a Gonzagão. A amizade durou até o fim da vida do rei do baião e alavancou sua carreira.

“João não só compunha, como produzia Gonzaga. Chegou num momento em que ele passava por um período difícil. Daí ele surgiu e fez com ele o LP Danado de bom, que vendeu mais de 1 milhão de cópias. Foi a primeira vez que Gonzaga atingiu essa marca emblemática, relata Deby.

O documentário traz ainda depoimentos de alguns cantores e compositores sobre a obra de Silva, como Zeca Baleiro, Gilberto Gil, Mariana Aydar, Trio Nordestino e Elba Ramalho. “Nós queríamos ter incluído no filme mais elementos da vida pessoal do João, que, além de tudo, era uma pessoa encantadora. Depois que baixou a guarda, ele se abriu para nós sobre um monte de coisas, como seu problema com o alcoolismo, o tempo em que morou debaixo de uma árvore com o pai, alguns amores que ele teve. Mas, depois que ele morreu, fizemos essa opção de fazer um registro sobre o João compositor. Muita gente ainda não sabe da existência dele ou da relevância que ele tem para a cultura brasileira. Mas o material que ainda temos aqui dá para mais uns três filmes”, afirma Deby Brennand.

Aos 78 anos, João Silva morreu dormindo, ao lado de seu inseparável gravador e um caderninho de anotações, em 2013. Esboçava canções para um novo disco. Não pôde acompanhar o lançamento do documentário sobre sua vida. O que é uma pena, pois certamente merecia assistir ao momento em que o Brasil descobrirá que ele era mesmo “danado de bom”

Trio Nordestino, Marinês, Alcione, Lenina, Benito Di Paula, Joquinha Gonzaga, Calcinha Preta, Monobloco, Elba Ramalho, Domiguinhos, Gilberto Gil, Gaby Amarantos, Frejat, Thiaguinho, Zeca Baleiro, Targino Gondim, Mariana Aydar e até mesmo o grupo nova-iorquino de gypsy punk Gorgol Bordelo já tiveram músicas de João Silva em seu repertório.

Danado de bom também está sendo lançado em circuito não comercial, em parceria com cineclubes, universidades, escolas, centros culturais e outros espaços. O documentário está disponível para qualquer pessoa ou instituição que queira organizar uma exibição coletiva em seu espaço, por meio da plataforma de distribuição alternativa Taturana Mobilização Social (www.taturanamobi.com.br), bastando o exibidor proponente se cadastrar e agendar a sessão.
Nenhum comentário

Larissa Lins: Humberto Barbosa, Jorge de Altinho, no compasso da zabumba

A valorização do forró de raiz, com a combinação tradicional de triângulo, zabumba e sanfona, e a homenagem a ídolos do cancioneiro nordestino, como Luiz Gonzaga e Dominguinhos, permeiam a nova safra de discos lançados no mercado. Pelo menos dez álbuns orquestrados por pernambucanos ESTÃO nas prateleiras dotados de expressões populares da região, referências ao folclore pernambucano, cenários e costumes sertanejos. Propagam letras cuja missão é propagar ritmos pouco empregados fora do calendário junino, como o xaxado, o baião e o xote.

Cearense radicado em Pernambuco, o cantador Santanna é um dos que aproveita a proximidade do São João, celebrado no dia 24, para ofertar ao público o novo O forró nosso de cada poesia (R$ 20). “É um disco de forró, xote, baião e arrasta-pé, inspirado na cultura nordestina. Comecei a cantar as novas músicas no fim do ano passado, pois é necessário que o povo conheça, se familiarize com as letras, antes de me apresentar”, explica o artista. O DVD Frutificando, lançado pelo pernambucano Flávio Leandro neste mês, endossa a lista, com tributo a Petrolina, município do Sertão pernambucano onde o artista começou a ganhar fama. Nos próximos dias, Jorge de Altinho, Liv Moraes, Assisão, a banda Som da Terra, Humberto Barbosa e o Trio Sabiá sobem aos palcos do Recife, do Agreste e Sertão com composições inéditas e melodias de raiz.

Forrozança  
Som da Terra
Com show marcado no Alto do Moura, em Caruaru, no dia 23 deste mês, a banda pernambucana Som da Terra compilou sete faixas autorais e três parcerias - A natureza das coisas (Accioly Neto), Expresso 2222 (Gilberto Gil) e Bagaceira (um arrasta-pé encomendado a Rogério Rangel) - no recém-lançado Forrozança. O encarte do disco tem formato de sanfona, idealizado pelo vocalista Rominho Pimentel. As sete autorais foram escritas no último ano e predominam os xotes românticos. “Recomeço, que abre o disco, é nossa nova música de trabalho. O disco é inspirado em histórias de amor, as letras são mais românticas e universais do que voltadas às tradições da região”, conta Rominho.

Os dois doido de pedra 
Assisão e os Cabras de Lampião
O cantor e compositor serratalhadense Assisão se une ao grupo Os Cabras de Lampião no novo disco, com o qual embarcaram em turnê pelo Agreste e Sertão pernambucanos. Os dois doido de pedra homenageia o cangaço e, em ritmo de xaxado, narra histórias folclóricas da região. Para os músicos, o xaxado é um ritmo pouco gravado nos últimos anos, que merecia resgate no mercado fonográfico. Curiosidades em torno da história de Serra Talhada também permeiam o álbum.

Meu forró  
Accioly Neto
Lançado originalmente em 2001, o disco do cantor e compositor natural de Goiana, na Zona da Mata Norte, ganha nova roupagem e o acréscimo de música inédita neste ano - Veneza, veneza, que encerra o repertório. Entre as canções mais conhecidas e incluídas no CD, estão Espumas ao vento, Me diz amor e Lembranças de um beijo. Accioly Neto é conhecido por assinar letras popularizadas nas vozes de Fagner, Elba Ramalho, Flávio José, Nando Cordel, Roberta Miranda e Fábio Junior.

Coletânea Forrozeiros 
Vários intérpretes
Pelo quarto ano, o site Forrozeiros PE lança coletânea de sucessos regionais de diversos intérpretes. Os pernambucanos Dominguinhos e Ivan Ferraz têm canções compiladas no álbum, que contempla, ainda, os paraibanos Genival Lacerda e Novinho da Paraíba, além de outros músicos nordestinos. O disco tem 21 faixas e está disponível para download gratuito no site Forrozeiros PE.

Estradar 
Humberto Barbosa
O forrozeiro natural de Petrolina lança Estradar. Além da faixa homônima, Lenha na fogueira, Moça morena, Cheiro no cangote e Saga do amor estão no disco. Barbosa é conhecido por defender o pé-de-serra e seus cruzamentos com a MPB. O músico se declara influenciado pelo xote e baião tradicionais do Nordeste brasileiro, mas também pela obra de Zé Ramalho, Geraldo Azevedo e Lenine. Em Estradar, Humberto Barbosa faz ode aos ritmos nordestinos.

Trio Sabiá - 30 anos 
Trio Sabiá
Celebrando três décadas de estrada, o Trio Sabiá lança disco comemorativo com faixas que marcaram a carreira do grupo, dedicado desde o início da trajetória ao forró de raiz. Pernambucanos como Maciel Melo e a dupla Caju e Castanha participam do disco, que reúne, ainda, parceiros como Trio Nordestino, Joquinha do Acordeon, Anastácia e Falamansa. Lançado neste mês, o álbum aproveita as festividades juninas e inclui as canções Pra te dar amor, Flor de açucena, De João para João, Tu e eu e Sem não, nem talvez.

Forró da beira da linha 
Severino Araújo
Conhecido por assinar marchinhas de carnaval, o compositor pernambucano Severino Araújo lança neste mês Forró da beira da linha, com 12 faixas autorais. As canções são interpretadas por convidados, entre Dudu do Acordeon, Cristina Amaral, Rogério Rangel, Ivanildo Silva e Cezzinha, com arranjos do maestro Fábio Valois. A composição que dá nome ao disco é inspirada em conversas de Araújo com um amigo taxista, a quem ele dedica a música, uma das dez inéditas do disco. “É meu segundo álbum dedicado ao forró. Se um camarada dá uma cusparada na rua, me inspira a fazer uma letra cômica. Em algumas faixas, homenageio Zé Limeira e Dominguinhos”, conta.

Nativo  
Jorge de Altinho
Com 12 faixas, sendo dez inéditas e duas regravações, Jorge de Altinho resgata proposta com a qual deu início à carreira, somando arranjos de sopro e guitarra ao forró de raiz. As letras envolvem romantismo e referências à cultura popular pernambucana. “Estou retomando o começo da estrada, sobretudo para lembrar de quem somos herdeiros e que herança vamos deixar para as próximas gerações”, diz o músico sobre o novo trabalho, no qual zabumba, sanfona e triângulo são protagonistas. No álbum, disponível para download gratuito no site do artista, Altinho faz parceria com Jorge Silva (em Apagando fogo) e Marquinhos Maraial (em Abençoado e Minha Maria).

É você 
Gravado há seis anos, o disco traz à tona composições pouco conhecidas de Dominguinhos, pai de Liv Moraes. Eles registraram as músicas em estúdio, juntos, quando o sanfoneiro ainda estava vivo. É você, Oi lá vou eu, Teu carinho, São João Bonito/Fogueira no quintal e Doce princípio têm participação de Dominguinhos. “Embora gravado há muito tempo, o disco foi lançado neste mês, em show no Clube das Pás. O disco segue o estilo de Dominguinhos, gravado de improviso, reunindo músicas com as quais tenho afinidade”, conta Liv.

Toró de alegria 
Naturais de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, Sérgio Feitosa, Natalício Sales, Andre Zinho, Zé Urbano, Mestre Lua e Charle Brown lançam Toró de alegria com composições e melodias inspiradas em Luiz Gonzaga, ídolo do grupo. Além de canções autorais, eles dão voz a letras de Xico Bizerra, Sérgio Feitosa, Duda Ferraz, entre outros. São 12 faixas. 

Fonte: Diário de Pernambuco- Larissa Lins
Nenhum comentário

Turistas visitam Campina Grande e elogiam arte das estátuas de Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga

Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, dois dos mais míticos músicos brasileiros, têm recebido muita visita durante o São João em Campina Grande, na Paraíba. Mas não espere uma palhinha da dupla. Trata-se, na verdade, de duas estátuas de bronze em tamanho real. Várias pessoas se desloquem até as margens do Açude Velho, um dos cartões postais da cidade, para conhecer a obra de arte.

As estátuas de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro tem feito sucesso entre as pessoas que estão em Campina Grande, Paraíba, para os tradicionais festejos de São João. Os ídolos da música nordestina estão representados em duas estátuas de bronze, que ficam às margens do Açude Velho. As duas estátuas encantam pela riqueza de detalhes. Jackson do Pandeiro, por exemplo, aparece com os trajes elegantes com os quais costumava se apresentar. Já Luiz Gonzaga aparece sorridente, usando as tradicionais roupas nordestinas, que foram sua marca registrada.

Uma mesa, também em bronze, oferece itens tradicionais da cultura nordestina, como o cordel, a tapioca, a buchada e a cachaça. Este simbolismo tem atraído turistas e visitantes que vieram passar alguns dias na cidade e acabam levados pelos parentes e amigos para conhecer e fotografar ao lado das estátuas. 

Os paraibanos radicados em Petrolina Italo Lino, Neto Tintas elogiaram o trabalho rico em detalhes, feito pelo artista Joás Pereira dos Passos. De Belo Jardim, o também empresário Jadiel Santos avaliou que em cada município do Brasil deveria ter uma homenagem a Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga motivado pelo serviço prestado à cultura musical brasileira que os dois dispuseram para o mundo.

Sentado em um tamborete, a estátua de Luiz Gonzaga, o rei do baião, segura uma sanfona e passa uma impressão de movimento. Ele usa o tradicional gibão e o chapéu de couro semelhante aos usados pelos cangaceiros, reproduzido em todos os seus mínimos detalhes por Joás Pereira, que é membro da Academia Brasileira de Belas Artes. Ao lado, está o rei do ritmo, Jackson do Pandeiro, em pé, empunhando o seu pandeiro e com as vestes elegantes com as quais costumava se apresentar - gravata borboleta e o inseparável chapéu.

Uma mesa, em forma de pandeiro, colocada entre os dois artistas, tem objetos também em cobre que fizeram e fazem parte da história dos dois artistas, e também de muitos outros nordestinos: a quartinha, vaso de barro utilizado para servir água, cordéis e comidas típicas da região como tapioca e buchada, além da tradicional cachaça.

É impossível contabilizar quantas pessoas posaram para fotos ao lado das estátuas que imortalizaram o encontro de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro desde 2003, mas com certeza muitas sentaram no tamborete deixado vazio, de forma estratégica, pelo autor da obra, que batizou o conjunto de esculturas como a "Farra de Bodega".

Nenhum comentário

Programação do Cariri Cangaço em Exu e Serrita

PROGRAMAÇÃO CARIRI CANGAÇO EXU 2017
QUINTA-FEIRA
Dia 20 de Julho de 2017
19h – Noite Solene de Abertura
Escola Bárbara de Alencar - Centro, Exu
 Apresentação da Orquestra
SONATA DE EXU
19h20min – Formação da Mesa de Autoridades
19h30min – Hino Nacional
19h35min – Apresentação do Cariri Cangaço
Por Conselheiros
CRISTINA COUTO e WESCLEY RODRIGUES
19h45min - Fala das Autoridades
MANOEL SEVERO
RODRIGO HONORATO
RAIMUNDINHO SARAIVA
20h10min – Entrega do Título de Cidadão Florestano a Luiz Gonzaga
BIA NUMERIANO
20h20min - “Personalidade Eterna do Sertão”
Por Conselheiros
JULIANA PEREIRA e KYDELMIR DANTAS
20h30min – Lançamento
"Aboio Poesia Improviso Cantoria, Origens"
JOÃO MONTEIRO NETO
20h50min – Conferência de Abertura
"A Influência do Cangaço na Obra de Luiz Gonzaga"
WILSON SERAINE DA SILVA FILHO
21h30min - Lançamento
“Cordéis Gonzaguianos - Antologia"
"A Festa da Asa Branca”
WILSON SERAINE e REGINALDO SILVA
22h - Coquetel de Abertura
ORQUESTRA DE SANFONA DOMINGUINHOS

*SEXTA-FEIRA
Dia 21 de Julho de 2017
8h30min – Saída para Serrita

9h30min – Capela da Vila de Ipueira dos Xavier
Entrega de Diploma à Família Xavier
Por Conselheiros
JOÃO DE SOUSA LIMA e PROFESSOR PEREIRA

Conferência “O Fogo da Ipueira”
EIMAR XAVIER

14h - Fazenda Caiçara - Exu
14h10min – Marco da Casa de Luiz Gonzaga

14h20min - Casa Museu de Dona Bárbara
AMPARO ALENCAR

14h40min- Entrega de Diploma Museu de Dona Bárbara
Por Conselheiros
RAUL MENELEU e MANOEL SERAFIM

14h50min- Homenagem a Dona Bárbara
HUBERTO CABRAL

15h30min – Fazenda Araripe
15h35min - Visita a Casa de Januário

15h50min - Igreja de São João Batista do Araripe
AMPARO ALENCAR
16h – Saudação pelo Cariri Cangaço a Exu e à Família Nordestina
DIMAS MACEDO

16h30min - Visita a Casa do Barão de Exu

17h - Trio Pé de Serra no Araripe
CECÍLIA DO ACORDEON

Entrega de Diploma Por
NARCISO DIAS e FRANCIMARY OLIVEIRA

19h30min – Escola Bárbara de Alencar

19h40min - ICC - Instituto Cultural do Cariri
Lançamento da Parceria ICC - Cariri Cangaço
Revista 10 anos do Cariri Cangaço
HEITOR FEITOSA MACEDO
EMERSON MONTEIRO

19h50min – Segunda Noite de Lançamentos
“Cem Anos – Luiz Gonzaga”
JOÃO DE SOUSA LIMA

“Padre Cícero, Lampião e Coronéis”
DANIEL WALKER

“A Maior Batalha de Lampião - Serra Grande “
LOURINALDO TELES

“Considerações sobre a Invasão Lavras por Quinco Vasques em 1910”
JOÃO TAVARES CALIXTO JUNIOR

20h30min – Posse no Conselho Cariri Cangaço
Por Conselheiros
ANA LÚCIA GRANJA SOUZA e LUIZ RUBEN

21h – Conferência
 “Exu ; Tres Séculos de História”
THEREZA OLDAM ALENCAR PEIXOTO

MESA
MODERADOR: LEANDRO CARDOSO FERNANDES
GIVALDO PEIXOTO
ALVENIR PEIXOTO TENÓRIO
 
*SABADO
Dia 22 de Julho de 2017
8h30min - Parque Aza Branca, Exu
9h - Os Desafios do Cariri Cangaço
CONSELHO ALCINO ALVES COSTA
9h10min – Apresentação do Projeto
"Lampião do Inicio ao Fim de Aderbal Nogueira"
MANOEL SEVERO
9h20min - Entrega de Comendas pela
SBEC-Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço
BENEDITO VASCONCELOS MENDES
9h30min - Lançamento CARIRI CANGAÇO “TRILOGIA”
CELSINHO RODRIGUES – Conselheiro, Município de Piranhas
PADRE ERALDO – Prefeito Município de Delmiro Gouveia
MACIEL SILVA – Vice-Prefeito de Água Branca
EDVALDO FEITOSA - Conselheiro, Município de Água Branca
10h - Lançamento CARIRI CANGAÇO FLORESTA
MANOEL SERAFIM – Conselheiro, Município de Floresta
MABEL NOGUEIRA – Comissão Organizadora, Nazaré do Pico
ANA  GLEIDE SOUZA LEAL – Comissão Organizadora, Floresta
10h30min -Lançamento CARIRI CANGAÇO “POÇO REDONDO 2018”
RANGEL ALVES DA COSTA
MANOEL BELARMINO
11h - Xaxado com os Meninos da APAE de Serra Talhada
11h30min - Roda de Conversa
"A Importância das Redes Sociais na Promoção dos Destinos Turísticos"
MODERADOR: HELENILDA MOREIRA
PAINELISTA: SÉRGIO BRAYNER
DEBATEDORES: KIKO MONTEIRO E IVANILDO SILVEIRA

EXU
15h – Inauguração da Estátua de Luiz Gonzaga
Por: PREFEITURA MUNICIPAL DE EXU
PREFEITO RAIMUNDINHO SARAIVA
SECRETÁRIO RODRIGO HONORATO
FAMÍLIA DE LUIZ GONZAGA
15h45min – Parque Aza Branca
Mausoléu de Luiz Gonzaga
Museu de Luiz Gonzaga
Casa de Luiz Gonzaga
EQUIPE PARQUE AZA BRANCA
Entrega de Diploma ao Museu Luiz Gonzaga
CARLOS ALBERTO e CAMILO LEMOS
16h45min - Entrega de Comendas Cariri Cangaço a Personalidades
ARQUIMEDES MARQUES, JORGE REMIGIO e CELSINHO RODRIGUES
17h - Terceiro Dia de Lançamentos
“O Rei do Baião e a Princesa do Cariri”
RAFAEL LIMA
“As Mulheres de Luiz Gonzaga”
MARCELO LEAL
“Lampião na Historiografia de Sergipe”
ARQUIMEDES MARQUES
“Dominguinhos – O Neném de Garanhuns”
ANTONIO VILELA
18h - Conferência
Luiz Gonzaga: O Homem e o Mito
 MODERADORA - JULIANA PEREIRA
JOQUINHA GONZAGA
FAUSTO LUIZ MACIEL "PILOTO"
REGINALDO SILVA
19h – Museu de Luiz Gonzaga de Dom Quintino
PEDRO LUCAS FEITOSA
Entrega de Diploma ao Museu - Luiz Gonzaga de Dom Quintino
NOÁDIA COSTA e JOSÉ BEZERRA LIMA IRMÃO
19h20min – Conferência:
O Legado e a Espetacular Obra de Luiz Lua Gonzaga
MODERADOR: MÚCIO PROCÓPIO
PAULO VANDERLEY
JOSÉ NOBRE
KYDELMIR DANTAS

20h30min - Lançamento de Documentário
 “O vaqueiro, a missa e o couro”
LAINA RAMOS
DALILA CARLA DOS SANTOS
 
*DOMINGO
Dia 23 de Julho de 2017
8h – Saída para Serrita
 Parque Raimundo Jacó
 Missa do Vaqueiro de Serrita
Entrega do Diploma
“Personalidade Eterna do Sertão”
Padre João Câncio in memoriam
CONSELHO DO CARIRI CANGAÇO
10h
MISSA DO VAQUEIRO DE SERRITA
Fundação Padre Joao Câncio
HELENA CÂNCIO

Cariri Cangaço Exu 2017
Realização:
INSTITUTO CARIRI DO BRASIL
PREFEITURA MUNICIPAL DE EXU
Patrocínio:
PROGRAMA A HORA DO REI DO BAIÃO
Apoio Institucional:
SBEC- SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DO CANGAÇO
FUNDAÇÃO PADRE JOÃO CÂNCIO
GECC-GRUPO DE ESTUDOS DO CANGAÇO DO CEARÁ
GPEC-GRUPO PARAIBANO DE ESTUDOS DO CANGAÇO
GFEC-GRUPO FLORESTANO DE ESTUDOS DO CANGAÇO
PREFEITURA MUNICIPAL DE SERRITA
ICC - INSTITUTO CULTURAL DO CARIRI
GRUPO LAMPIÃO, CANGAÇO E NORDESTE
GRUPO O CANGAÇO
GRUPO OFICIO DAS ESPINGARDAS
GRUPO HISTORIOGRAFIA DO CANGAÇO
Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial