Joquinha Gonzaga: neto de Januário e sobrinho de Luiz Gonzaga e a saga de manter vivas a tradição da sanfona

Apesar da invasão das bandas eletrônicas nos festejos juninos ainda mais evidente neste ano de 2017, principalmente, nos contratos envolvendo prefeituras, o legítimo herdeiro musical de Luiz Gonzaga, o sobrinho Joquinha Gonzaga arruma o chapéu de couro, afina a  sanfona, zabumba e triangulo e ganha a estrada para fazer forró do bom.
 
A filha de Joquinha, Sara Gonzaga é a atual produtora empresária do sanfoneiro que traz a humildade e o sorriso de Luiz Gonzaga estampado  em cada abraço. Sara diz que durante todo o ano a vida do pai e sanfoneiro Joquinha Gonzaga "é andar por este Brasil, percorrendo os sertões para manter a tradição dos verdadeiros sanfoneiros".
 
No período das festas juninas, de maio até julho, a agenda de Joquinha Gonzaga ganha outro ritmo. É mais acelerada! O sobrinho do Rei do Baião e neto de Januário, considerado até hoje o  mais afamado tocador de sanfona de 8 Baixos viaja e mostra o valor da herança do tio e avô.
 
"É é assim que vou pelejando! Alô Exu, meu moxotó e cariri tô chegando prá tocar ai", brinca Joquinha Gonzaga, ressaltado que "todo ano é uma peleja pra levar o verdadeiro forró prá frente e mostrar o baião e xote, forró para o povo, como pediu "meu tio Luiz Gonzaga".
 
Se a sanfona de Dominguinhos, discípulo maior de Luiz Gonzaga, cabia em qualquer lugar, a sanfona de Joquinha Gonzaga tem a herança original do pé de serra. Joquinha traz com sua sanfona o tom cada vez mais universal divulgado por Luiz Gonzaga.

Na obra do sanfoneiro herdeiro do ritmo de Luiz Gonzaga vai Joquinha com seu chapeu de couro cumprindo sua agenda. Dia 5 de Junho soltou a voz e puxou a sanfona em Barbalha-Ceará, na Festa de Santo Antonio, Patrimônio da Cultura. Pega poeira e chuva se preciso for e toca nas margens do Rio São Francisco, Paulo Afonso e Delmiro Gouveia-Bahia. Vai alegrar os festejos de Teresina-Piauí. Caruaru, Pernambuco...
 
Seguindo o estradar e os sinais da vida do viajante vai Joquinha sendo viajante do tempo e cumprindo os compromissos de agenda puxando o fole e soltando a voz, valorizando a tradição e mostra para as novas gerações a contemporaneidade, modernidade dos acordes da sanfona modulada no ritmo, melodia e harmonia.

João Januário Maciel, o Joquinha Gonzaga é hoje um dos poucos descendentes vivos da família. Dos nove filhos de Santana e Januário, todos eles, ja morreram. Joquinha Gonzaga, nasceu no dia 01 de abril de 1952, filho de Raimunda Januário (Dona Muniz, segunda irmã de Luiz Gonzaga) e João Francisco Maciel.

Sara conta que Joquinha Gonzaga é o mais legítimo representante da arte de Luiz Gonzaga. Mora em Exu, Pernambuco.  "Sempre está  contando histórias. Não foge da tradição, das características do forró,  xote, baião. Procura sempre a melhor satisfação do público que tem uma admiração especial a família, a cultura de Luiz Gonzaga, Zé Gonzaga, Severino e Chiquinha também tocadores de sanfona e já se foram. O estilo musical não pode ser diferente. É gonzagueano", diz Sara, na vitalidade da juventude.
 
Joquinha conta que quando completou 23 anos começou a viajar com Luiz Gonzaga e foi aprendendo, conhecendo o Brasil inteiro. "Ele não só me incentivou, como também me educou como homem. Era uma pessoa muito exigente, gostava muito de cobrar da gente pelo bom comportamento. Sempre procurando ensinar o caminho certo. Tudo que ele aprendeu foi com o mundo e assim eu fui aprendendo", revela Joquinha.
 
Luiz Gonzaga declarou em público que Joquinha é o seguidor cultural da Família Gonzaga. Com Luiz Gonzaga cantou em dueto a música "Dá licença prá mais um'. Em 1998 Joquinha Gonzaga participou da homenagem "Tributo a Luiz Gonzaga", em Nova York, no Lincoln Center Festival.
 
“É emocionante a devoção que todo nós ainda hoje temos por Luiz Gonzaga e Dominguinhos e isto cresce a cada ano, mesmo com a invasão dessas bandas. Mas o importante é que o verdadeiro forró não morre”, diz Joquinha Gonzaga.
 
Contato para shows de Joquinha Gonzaga: (87) 999955829 e watsap: (87)999472323
Nenhum comentário

Reconhecer Cerrado e Caatinga como patrimônio nacional é forma de salvá-los, dizem debatedores

A aprovação pela Câmara dos Deputados de uma proposta que reconhece o Cerrado e a Caatinga como patrimônio nacional foi apontada por defensores desses biomas como uma forma de preservá-los e salvá-los da devastação.

Atualmente, a Constituição de 1988 considera como patrimônios nacionais a Amazônia, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal e a Zona Costeira, deixando de fora o Cerrado e a Caatinga. Os dois biomas juntos englobam 14 estados e 33% do território brasileiro. Mais da metade da mata nativa do Cerrado e 46% da Caatinga já foram desmatados.
Nenhum comentário

Deputado Federal Gonzaga Patriota defende que águas do rio Tocantins devem ser usadas para abastecer municípios em situação de seca no Nordeste

Com a redução de águas em praticamente toda a Bacia do Rio São Francisco, agravada pela seca severa nas nascentes em Minas Gerais, o deputado federal Gonzaga Patriota é autor do Projeto para viabilizar a Transposição do Rio Tocantins, onde o objetivo é levar águas do Tocantins para garantir abastecimento para os municípios em situação de seca no Nordeste.  

O deputado federal Gonzaga Patriota e o ministro da Integração Nacional Helder Barbalho, tem reunião na próxima segunda-feira 5. Em pauta o projeto de interligação das Bacias do Rio São Francisco e Tocantins. Gonzaga Patriota ressaltou que já existe cerca de R$ 600 milhões no Orçamento da União deste ano, oriundo de emenda nacional. 

Na avaliação de Gonzaga Patriota essa seria uma solução para resolver com mais rapidez o problema da seca no Nordeste. As novas águas aumentariam a vazão do rio São Francisco, cujos níveis estão baixos em decorrência de um longo período de estiagem.

De acordo com parlamentar o custo deste projeto de águas do Rio Tocantins para o Velho Chico será de aproximadamente R$ 2 bilhões.

A crise da falta de água é tão severa que mais de 200 municípios da Bacia do Rio São Francisco já decretaram situação de emergência e calamidade pública devido à seca. 

"A seca tornou urgente a discussão sobre o rio São Francisco. Com os eventos climáticos, a tendência é que o semiárido fique ainda mais seco, por isto nosso empenho em defender a viabilidade dessa transposição", finalizou Gonzaga Patriota.

Nenhum comentário

Aderaldo Luciano: História Crítica do Cordel Brasileiro

Durante os últimos 40 anos os estudos sobre o cordel brasileiro ficaram estáticos. As poucas tentativas de pensá-lo caíram no fácil caminho da repetição. Para muitos esse produto cultural vive paralisado na primeira metade do século XX, como um fóssil. Repetem-se os mesmos chavões nos quais ele foi sendo sepultado.

O professor, doutor em Ciência da Literatura aponta com o livro História Crítica do Cordel Brasileiro um caminho diferente para esses estudos. O autor, respaldado por vasta pesquisa, busca saída para os labirintos que lhe acompanharam desde a infância: terá realmente o cordel vindo de Portugal? Qual a verdadeira relação entre o cordel e o universo dos cantadores repentistas? É verdade que os cordéis sempre foram vendidos pendurados em um barbante, nas feiras livres? O cordel é poesia brasileira?

Aderaldo Luciano é doutor em Ciência da Literatura e este livro representa uma parte de sua tese de doutoramento na Universidade Federal do Rio Janeiro. Procura responder as perguntas questionando as respostas corriqueiras e apresentando elementos comprobatórios para a formação de um novo olhar sobre o cordel brasileiro, fruto de longos anos de averiguação.

"O nosso objetivo maior é, depois desse trabalho embrionário, conduzir os estudos sobre o cordel, norteando-os por sua filiação ao todo poético brasileiro. O cordel é poesia e técnica. O encontro da técnica e da poesia, do engenho e da arte, fará brotar a obra prima do cordel", diz Aderaldo Luciano, ressaltando que não cabe mais a miopia, injustiça dos manuais de literatura brasileira não apresentarem Leandro Gomes de Barros, aos estudantes de letras, além de ignorar por completo sua obra.

 Os cordéis de Leandro Gomes de Barros viraram clássicos. Além de O Cachorro dos Mortos, Vida de Cancão de Fogo e seu Testamento, História da Donzela Theodora, Vida de Pedro Cem. Alguns deles temperaram a obra do dramaturgo e romancista Ariano Suassuna.

“A minha peça mais conhecida, o Auto da Compadecida, é fundamentado em três folhetos da literatura de cordel. O primeiro ato é baseado em um folheto chamado O Enterro do Cachorro", explicava Ariano Suassuna.

Aderaldo Luciano também escreveu O Auto de Zé Limeira (Confraria do Vento, 2008, poesia). Co-autor em Violência simbólica e estratégias de dominação: produção poética de autoria feminina em dois tempos (Editora da Palavra, 2010, ensaios) e Quem Conta um Conto – Estudos Sobre Contistas Brasileiras Estreantes Nos Anos 90 e 2000 (Tempo Brasileiro, 2009, ensaios) ambos organizados pela professora Dra. Helena Parente Cunha. Até 2008 foi um dos editores e colunistas da Revista Confraria on line.

Foi coordenador editorial da Editora Luzeiro LTDA, especializada em cordel. Coordena o projeto Roda de Cordel – Círculo de estudos sobre o cordel brasileiro, em São Paulo-SP, e Roda de Cordel – leituras, projeto de leitura de cordéis em escolas e comunidades rurais brasileiras. Como músico tem se dedicado a pesquisar a música formadora do Brasil profundo, notadamente a oriunda do nordeste brasileiro.

Pedidos: edicoes.adaga@gmail.com
Nenhum comentário

Dia Mundial do Meio Ambiente será comemorado no Sertão do São Francisco

O Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna Caatinga) inaugurará no próximo dia 05 de junho, às 14h no Museu de Fauna da Caatinga a exposição ‘Meu Ambiente que você respeita’ em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente.

A Organização das Nações Unidas (ONU), durante uma conferência sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo no ano de 1972, instituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, que passou a ser comemorado todo dia 05 de junho. A data visa uma conscientização mundial e faz mais um alerta sobre os problemas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais, que até então eram considerados, por muitos, inesgotáveis.
Nenhum comentário

Na enchente Rivânia Silva, 8 anos "salva" os livros e leitor questiona a falta de vontade política e descaso dos governantes com os mais pobres

Fonte:  Válter Rodrigues/ Blog Tenório Cavalcanti
A foto de uma menina de 8 anos sendo resgatada de uma enchente no interior de Pernambuco em uma jangada e agarrada a uma mochila está comovendo as redes sociais. Quando a enchente invadiu a casa da criança, Maria Rivânia Rogéria dos Ramos Silva, a avó recomendou que ela salvasse das águas o mais importante.

“Naquela hora a menina fechou os olhos e rezou pedindo proteção a Deus”. O relato foi feito por ela ao padre Jerônimo de Menezes, que a visitou.

A menina correu e colocou todos os seus livros dentro de uma mochila colorida, deixando para trás brinquedos e roupas. Ajoelhada na jangada, Rivânia aparece nas fotos abraçada com a mochila.

Criada pelos avós Maria Ivânia e Eraldo Luís, Rivânia mora no distrito de Várzea do Una, no município de São José da Coroa Grande, Zona da Mata Sul de Pernambuco. Às margens do Rio Una, essa é uma das das 24 cidades do estado em situação de emergência devido às chuvas que estão caindo sobre o Nordeste.

"Fiquei realmente comovido. Também me sinto um educador, mesmo que meu conteúdo seja a fé cristã. Dei graças a Deus por saber que ainda há crianças que, embora tão sofridas, estão tão atentas ao mundo do estudo", contou Padre Jeronimo.

Segundo informações a família já voltou para a sua residência, mas está em situação precária. Nas redes sociais, várias pessoas elogiam a atitude da menina e ainda falam em ajuda: “Que Deus possa iluminar os caminhos dessa criança. Ela já é uma guerreira. E a lágrimas não para de cair . Aqui o cenário é desolador.”

Ainda assustada com a grande repercussão de seu ato, Rivânia trata com naturalidade sua paixão pelos livros. "Minha avó mandou eu pegar rápido as coisas mais importantes, e eu peguei a bolsa com meus cadernos e livros. Eu gosto de ler e quero ser professora quando crescer", confessou, afirmando que sua matéria preferida é matemática. A estudante esta matriculada na 3ª série do Fundamental I. "Meu futuro está dentro dos livros", completou Rivânia.

O leitor do Blog www.neyvital.com.br, Robert Ferreira,  questiona: "A última enchente na Mata Sul de Pernambuco foi em 2010. Em 2011 o então Ministro da Integração Nacional era Pernambucano, Fernando Bezerra Coelho, hoje senador. Politicamente faltou o que para a liberação dos recursos e a construção das barragens, necessárias para impedir ou amenizar mais uma tragédia como veio ocorrer?. Faltou Vontade política? Compromisso com o povo? Agora, com medidas emergenciais vão investir valores que daria para construir as barragens e vamos continuar sem as mesmas"...

Fonte: Foto: Válter Rodrigues/ Blog Tenório Cavalcanti
Nenhum comentário

É junho! Uma fogueira me fez lembrar de Dominguinhos

É junho! E hoje pela madrugada senti a presença de Dominguinhos! Sim! No balanço da rede despertei ouvindo "Seu Dominguinhos" cantando no Rádio.

Numa recente conversa com a cantora e compositora Anastácia, ela que é uma das parceiras mais talentosas de Dominguinhos disse que o sanfoneiro "deveria ser um Grande Espírito", tamanha a genialidade, humildade em criar melodias e arranjos.

Dizem que Dominguinhos criava melodias fácil e “Todas surgiram tão rápido, de forma tão mágica que pareciam psicografadas”, conta Alceu Valença, parceiro de Lava mágoas e Estrela somos nós, ambas de 1982.

O dom para a criação foi despertado por Anastácia, com quem Dominguinhos viveu junto durante 12 anos e assinou mais de 200 músicas. Ela conta que, certa vez, em Sergipe, durante uma turnê pelo Nordeste, Dominguinhos começou a tocar pela manhã e ela, mesmo de outro quarto, inspirou-se para escrever. Ainda no início de namoro, em 1969, fizeram De amor eu morrerei e Um mundo de amor.

“Era uma declaração de amor, sem perceber”, confessa. A partir de então, o gravador era item obrigatório. As melodias registradas em fitas cassete, algumas vezes, demoravam anos para ganhar letras, como no caso de Tantas palavras (1983), parceria com Chico Buarque. “O músico pernambucano já não se lembrava da fita e muito menos da melodia, quando se encontraram para terminar o trabalho”, conta o biógrafo Wagner Homem, no livro Histórias de canções. Mais de dez anos depois, a fita rendeu ainda Xote de navegação (1998).

Djavan não esperou tanto, mas demorou um ano para devolver Retrato da vida (1998). “Eu encontrei Dominguinhos e ele me perguntou: ‘Dja, se eu te mandar uma musiquinha, você faz uma letrinha?’ Ele me enviou oito! A primeira que eu ouvi já era maravilhosa”, recorda. As outras sete permanecem “brutas”.

Outro parceiro da música popular brasileira foi o baiano Gilberto Gil, fã declarado de Luiz Gonzaga, influência direta no início da carreira musical.

Antes de escrever com ele os clássicos Lamento sertanejo (1975) Abri a porta (1979), Gil gravou Só quero um xodó (Dominguinhos e Anastácia), a primeira composição de sucesso de seu Domingos, em 1974. “Quando Xodó tocou no rádio, Luiz Gonzaga disse ‘eita, Neném, tu és danado mesmo’. E chorou copiosamente”, recorda a prima, Maria Lafaete Gonzaga. Ela o viu chorar duas vezes. A segunda foi com o arranjo do Quinteto Violado para Asa branca.

Dominguinhos, aliás, chegou a ser conhecido como sexto membro do Quinteto Violado, durante turnê de A feira, no início da década de 1970. Nessa época, ele e Toinho Alves compuseram Sete meninas (1975), gravada também por Jackson do Pandeiro. Também na estrada, quando se encontrava com João Silva, sempre saía uma música. “Uma vez, eu vi uma moça beijando um retrato várias vezes. Achei que era um santo, mas era o namorado dela. Quando contei a Dominguinhos, ele perguntou ‘e a música já está pronta?’”. Não estava, mas virou Retrato redondinho, umas das mais de 20 parcerias da dupla.
Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial