Carnaval Juazeiro-Bahia, Targino Gondim e o legado da sanfona de Luiz Gonzaga

O carnaval de Juazeiro-Bahia terá início nesta sexta-feira, 10, e se estenderá até o próximo domingo, 12. O evento é realização da Prefeitura Municipal, através da Superintendência de Eventos e da Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes. O tema é "Tropicália na Terra da Alegria", numa homenagem aos 50 anos do Tropicalismo.

A organização do Carnaval de Juazeiro valoriza mais uma vez a cultura a partir do legado de Luiz Gonzaga e a sanfona:. Targino Gondim, Flor Serena, Joao Sereno vão soltar a voz mostrando que é carnaval.

Em tempos de tanta música ruim, onde a porcaria musical impera, será uma riqueza ouvir Targino Gondim e sua sanfona em pleno carnaval. Cabe aqui citar que a identidade cultural no mundo globalizado é fator de atração turística. O forró, baião, xaxado sempre será um fator de desenvolvimento econômico e social.

Louvável a atitude da Prefeitura de Juazeiro-Bahia  ter na programação sanfoneiros. Meu incentivo para que todos os eventos isto seja repetido na busca de repensar as relações entre cultura e discurso oficial. A atitude representa um exercício da cidadania cultural.

Luiz Gonzaga, diga-se, poucos sabem,  na década de 40 e 50 derrubava todos os preconceitos já "cristalizados" pelo tempo e puxava sua sanfona em pleno carnaval. Em 1947 o maior sucesso do carnaval foi "Quer ir mais eu?", frevo regravado até os dias de hoje.

Também na sanfona de Luiz Gonzaga foram gravados para o carnaval "Bia no Frevo", Ao Mestre Capiba, Arrasta Frevo.

No carnaval da Bahia, décade de 80,  o Brasil e o mundo tomou conhecimento do primeiro forró trio eletrizado:  "Instrumento Bom", autoria de Morais Moreira na voz de Luiz Gonzaga,  gravado com Trio Eletrico de Armandinho, Dôdo e Osmar. O Brasil canta até hoje...

Portanto é necessário criar uma expectativa de reorganização da política cultural, mesmo com a descrença no aparelhamento público (o Estado ainda é necessário quando a serviço da coletividade).

Cultura, sanfona e diversão. Tenho dito: Viva o Nordeste. Viva o carnaval com sanfona!Viva o forró!

*Ney Vital-Jornalista
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O Frevo completa 110 anos

A palavra Frevo foi publicada pela primeira vez na imprensa no Jornal Pequeno, no dia 9 de fevereiro de 1907. Em 04 de dezembro de 2012 o ritmo recebeu um dos seus maiores presentes, o título de Patrimônio Imaterial da Humanidade, concedido pela Unesco. “Um viva para a cultura pernambucana”.

Em comemoração ao terceiro ano de sua fundação, o Paço do Frevo, no Centro do Recife, preparou uma programação especial, a partir desta quinta-feira (9), quando é celebrado o aniversário de 110 anos do surgimento do gênero musical. A programação segue até março, com oficinas, palestras, lançamento de livro e visitas programadas.

“O frevo é essa imensa variedade de símbolos. Não há coreografia, o ritmo é quem dita a dança. O Paço do Frevo é muito mais que o lugar, que a estrutura, que a beleza do ambiente. Nos faz sentir vivos e está a serviço de uma ideia, uma causa".

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Flavio Leandro: "Meu parceiro Zé Alberto pegou a sacola cheia de sonhos e saiu, de mansinho"

Meu parceiro Zé Alberto pegou sua sacola cheia de sonhos e saiu, de mansinho. Foi ali, logo ali, na dimensão dos sonhos, tocar seus sonhos com as mãos...Cá, ficamos nós! Nesse mundo cão! Atordoados, com o seu novo caminhar... Descanse em paz, poeta sonhador! Nossa associação ficará capenga sem suas pernas, mas, encontrará forças para continuar o seu pensar; nossa música ficará mais triste sem os seus acordes, mas, a festa da vida não aceita dança sem ritmo; temos que cantar...ainda que doa...sempre...até que chegue a hora de recolhermos nossas sacolas de sonhos e irmos ao seu encontro nos palcos do céu para cantarmos essa eterna melodia! Deus te acolha e proteja os teus aqui na terra. Valeu pela parceria na música "Pra Você Voltar" que tão brilhantemente engrandeceu meu álbum ACÚSTICO em 2002. Paz!!!

Fonte: Flávio Leandro - poeta, cantor e compositor.
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Triunfo, Pernambuco: Serras, Frio, Cachaça e Café

Triunfo, Pernambuco é um cenário coberto de serras e vales, um paraíso em plena região da seca. A cidade ainda preserva casario colonial imponente e prédios centenários.

Triunfo fascina turistas. Mais uma vez comprovei o feitiço da cidade! Há muito o que descobrir. No Pico do Papagaio, ponto mais alto de Pernambuco, com 1,2 mil metros de altitude, há um mirante mais do que privilegiado da natureza. Além da vista deslumbrante do Planalto da Borborema, há outra raridade em Triunfo: a temperatura é bem mais amena do que no restante do sertão.

A cidade tem os seus sabores, doces caseiros e rapaduras de café. No centro da cidade tem o único teleférico de Pernambuco. E a vista do alto é privilegiada. E Triunfo possui também cachaça!

Histórias não faltam. Uma delas é que Lampião deve ter se encantado quando passou pela cidade. Dizem que o rei do cangaço se refugiou no Sítio das Almas, que guarda histórias de assombração e uma curiosidade: a construção fica entre dois estados, Pernambuco e Paraíba. Basta ir da sala para o quarto que se chega à Paraíba. A divisa fica exatamente no ponto mais alto da casa, na cumeeira que divide o telhado.

Para o carnaval a chamada é para "os caretas", personagens do folclore, que estalam seus chicotes pelas ladeiras há mais de cem anos. É uma brincadeira cheia de cor e mistério que só existe em Triunfo.
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Pesquisa aponta a cidade de Areia, Paraíba, um dos melhores destinos turísticos

O Ministério do Turismo indicou a cidade paraibana de Areia como um dos destinos para os turistas que desejam fugir do calor neste verão. O MTUR ressaltou que para quem não é fã de sol, mas quer curtir o verão pode desbravar lugares com climas frios no Brasil, inclusive no Nordeste do país e entre as cidades nordestinas com estas características, o Ministério do Turismo destaca Areia como o primeiro destino.

Na lista aparecem Gramado, Canela, Petrópolis, Teresópolis, Foz do Iguaçu, Serra da Mantiqueira, Campos do Jordão e Blumenau. No Nordeste as sugestões são Areia (PB), Gravatá, Garanhuns e Triunfo (PE), Vitória da Conquista e Piatã (BA), Guaramiranga (CE) e Martins (RN).

A cidade de Areia fica no Brejo da Paraíba, rodeada de matas verdes e uma serra que promovem clima frio e brisa perene. A cidade tem mais de 170 engenhos de cana de açúcar catalogados e é forte também na produção de cachaça. A região é permeada de açudes e fontes de água limpa. É possível explorar o turismo de aventura em trilhas na Mata do Pau Ferro, a única georreferenciada da Paraíba.

?Areia é Patrimônio Nacional Histórico e Cultural. Foi em Areia que nasceu Pedro Américo, pintor do quadro Independência ou Morte, também conhecido como O Grito do Ipiranga. Os turistas podem conhecer um pouco da história do artista na Casa Museu de Pedro Américo.

A cidade histórica tem muito para mostrar como a Igreja do Rosário dos Pretos, já que o local cheio de engenhos vivenciou a escravidão. Areia foi a única cidade da Paraíba a ter execuções na força em praça pública.

O lugar também foi o primeiro do estado a contar com um teatro, o Teatro Minerva, preservado até os dias atuais nos mesmo moldes de antigamente, com um pequeno espaço para o público em poltronas de madeira e camarote circular em dois andares em volta da assembleia.

A cidade tem hotéis, pousadas e na zona rural há hotéis fazendas para os turistas. São dezenas de restaurantes e produção de pratos e produtos típicos da região como as guloseimas da Casa do Doce. A cidade é forte produtora de cachaça e rapadura e os museus locais resgatam a história da produção da cachaça e da rapadura.

 
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Campanha para ajudar no tratamento de câncer do Palhaço Gasparito tem início em Petrolina

Ele criou um projeto social em Petrolina para acolher crianças e jovens no Bairro Dom Avelar e comunicadas vizinhas, se dedicando com afinco a sua missão. Agora é ele, Fagner Bezerra Cabral – ou Palhaço Gasparito – quem precisa de ajuda e apoio dos petrolinenses, e de todos que o conhecem, para custear um tratamento de saúde. Fagner tem 24 anos e foi diagnosticado recentemente com um câncer, já tendo iniciado tratamento.

Para ajudar Fagner, um grupo intitulado ‘Amigos do Palhaço Gasparito’ está se mobilizando para conseguir recursos para tratamento deste jovem, que criou um dos personagens mais queridos do Vale do São Francisco. O tratamento depende de muitos despesas: exames, consultas e medicamentos.

 A família de Gasparito não possui condições financeiras suficientes, por isso o apelo dos amigos para quem já fez tantas campanhas pelo próximo e que precisa ficar bem para voltar a alegrar ainda mais crianças e jovens de bairros carentes de Petrolina.

Quem quiser colaborar pode depositar o valor que puder numa conta da Caixa Econômica Federal, que foi aberta para doações. A agência é 2991, operação 013, conta poupança número 19.713-7, em nome de Fagner Bezerra Cabral. Conforme amigos de Gasparito que estão à frente dessa campanha, qualquer quantia depositada será bem vinda.
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Revolução Cultural usando o Baião e o Frevo

O aniversário de cem anos do frevo foi em 2007. O centenário de Luiz Gonzaga Rei do Baião em 2012. Dominguinhos, Sivuca e Jackson do Pandeiro valorizam o Frevo.

O frevo possui o título de patrimônio cultural e imaterial da humanidade. Luiz Gonzaga ainda no início de sua trajetória musical, poucos sabem, divulgou e cantava Frevo. Em 1946 gravou "Cai no Frevo". Detalhe: usou sua majestosa sanfona. Puxou a sanfona também no Frevo "Quer Ir mais Eu?", este regravado várias vezes até os dias de hoje e executado pelas orquestras de frevos nas ruas e bailes Brasil afora. 

Luiz Gonzaga gravou nos ano 80 "Bia no Frevo" e "Forrobodó Cigano". Homenageou o genial Capiba-Lourenço Fonseca Barbosa, tocando o frevo "Ao mestre com carinho".

Luiz Gonzaga em parceria com João Silva, já no final da carreira, anos 80, grava "Arrasta Frevo". Ainda Na seara do carnaval o Rei do Baião  participou do primeiro forró trio-eletrizado junto com Dôdo e Osmar, Instrumento Bom. Viva a Bahia. 

Toda esta trajetória faz Luiz Gonzaga atual...basta ouvir a letra de "Eu quero dinheiro, saúde e mulher. É isto mesmo e vice e versa Mulher Saúde e Dinheiro e o resto é conversa. Eu quero ser deputado, senador, vereador. Eu quero ser um troço qualquer para mais fácil arranjar Dinheiro Saúde e Mulher"...Impressionante, visionário, Luiz Gonzaga, gravou essa façanha em marcha-frevo no ano de 1947.

Como se vê, o frevo deveria sempre ficar em alta. O frevo e o baião deveriam ser tocados nas Rádio o ano inteiro. Mas frevo para quê? Por que frevo? Para que Baião? Por que Baião?

A resposta está na conexão de estudos e reflexões sobre a cultura brasileira que conduzindo-me à constatação: vivemos num país que reluta em aceitar-se integralmente. Não se valoriza o Frevo e o Baião!

Antonio Nobrega é multi-instrumentista, argumenta que nossa tarefa está em amplificar, dinamizar, trazer para a órbita de nossa cultura contemporânea os valores, procedimentos e conteúdos presentes nessa Revolução cultural.

Essa ação amplificadora poderia abranger escolarização musical – por que não se estuda frevos e baião em nossas escolas? a riqueza lúdica e criadora proporcionada pelo seu multifacetário estoque de movimentos–; a valorização de modelos de construção e integração social advindos do mundo-frevo... Tudo isso ajudaria ao Brasil entender-se melhor consigo mesmo e com o mundo em que vivemos.

O frevo e o baião são duas representações simbólicas mais bem-acabadas e representativas que o povo brasileiro construiu. Assim como o samba, o choro, uma entidade transregional cuja imaterialidade poderemos transmudar em matéria viva operante se tivermos a suficiente compreensão do seu significado e alcance sociocultural.

Fonte: Antonio Nobrega é multi-instrumentista, dançarino e cofundador do Instituto Brincante de cultura e dança popular.

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