Troféu Gonzagão 2017 homenageará Quinteto Violado, Abdias dos 8 baixos e o petrolinense Geraldo Azevedo

Jornalista Ney Vital e Chico Cesar. Troféu Gonzagão
A 9ª edição do Troféu Gonzagão, um dos eventos mais importantes da música regional, foi apresentado em João Pessoa para imprensa, artistas e convidados. A entrega do prêmio 2017 acontece no dia 10 de maio, em Campina Grande.

“Sempre fizemos o lançamento do Troféu em Campina Grande, antecedendo o Maior São João do Mundo. A partir deste ano, decidimos mudar. A nossa ideia é expandir cada vez mais e sair dos limites da cidade. O troféu parte da Campina Grande, mas ele é da Paraíba para o mundo”, explicou Ajalmar Maia, um dos organizadores do prêmio.

O grande homenageado deste ano será o cantor, compositor e músico Abdias dos 8 Baixos (In memoriam 1933-1991), nascido em Taperoá e ex-marido da cantora Marinês, um dos nomes mais importantes do forró. Além de Abdias, haverá homenagem ao Quinteto Violado, conjunto instrumental-vocal brasileiro formado em 1970, no Recife, e ao cantor e compositor pernambucano, nascido em Petrolina, Geraldo Azevedo.

O Troféu Gonzagão chega à 9ª edição e acontece sempre no mês de maio, antes do Maior São João do Mundo, reunindo nomes importantes da música.

Em 2016, o Troféu Gonzagão lembrou a imortalidade da obra do pernambucano Zé Dantas (in memorian) e à originalidade do baiano Carlinhos Brown. O evento reuniu ainda várias personalidades que contribuem para a cultura nordestina, como o compositor Xico Bizerra, o cineasta Bernard Robert Charrue, diretor premiado do filme ‘Paraíba, Meu Amor’ e o empresário Pierre Landol.


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Exu, terra de Luiz Gonzaga será o palco do Cariri Cangaço 2017

De 20 a 23 de julho de 2017, a cidade de Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga será o palco da  “Semana Cariri Cangaço 2017”.

Manoel Severo, Kydelmir Dantas, Ingrid Rebouças e Nerizangela Silva, membros do Grupo de Estudos Cangaço Cariri, participaram de uma reunião de trabalho como o Secretário de Cultura de Exu, Rodrigo Honorato e ficou definido que o evento constará de intensa agenda.

O evento é voltado para pesquisadores, escritores, professores, universitários, artistas e demais curiosos da temática. Cinco Estados integram as discussões do Cariri Cangaço, sendo Ceará; com Crato, Juazeiro, Barbalha, Missão Velha, Aurora, Barro, Porteiras, Lavras da Mangabeira e Brejo Santo; Paraíba, com Sousa, Nazarezinho, Lastro, Princesa Isabel e São José de Princesa; Alagoas, com Piranhas; Pernambuco, com Floresta e Sergipe com Poço Redondo.

"O carinho com a qual fomos recebidos pela família do Joquinha Gonzaga, sobrinho de Luiz Gonzaga e neto de Januário é a verdadeira magia da Alma Nordestina", disse o curador do Cariri Cangaço 2017, Manoel Severo.
 

O Conselheiro Cangaço Kydelmir Dantas ressaltou a responsabilidade do pequeno "bisneto de Januário", filho caçula de Joquinha. "Luiz Januário com esse nome a responsabilidade é muito grande, vamos ver se já segura uma sanfona de  oito baixos".
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Seu Bilino, afinador de sanfona de 8 Baixos

Andar pelos sertões sempre me proporciona encontros! Novos conhecimentos. Entre Exu e Serrita encontrei Bilino, bom proseador e afinador de sanfona de 8 Baixos.

Seu Bilino, Antônio Felizardo Alves, começou a tocar ainda era menino, em 1958, quando seu pai comprou uma sanfona de 8 Baixos pra ele. Naquela época os forrozeiros tocavam nos casamentos, nos aniversários, diz Seu Bilino. “Ele comprou uma sanfona pra eu tocar pra ganhar um dinheirinho. Nessa época o povo tocava a noite toda”, conta ele, que veio de uma família de  músicos.

Seu Bilino diz que não é tocador profissional, que sua profissão mesmo é afinar sanfona: “Meu ramo mesmo é ser afinador de acordeon, quando o fole se acaba eu também recupero”, diz ele.

Mas é com maestria que ele pega o instrumento e desliza os dedos, puxando o fole. Depois ele mesmo reconhece sua sabedoria: “Tem uma música que eu fiz que eu botei o nome Avessinho, um chorinho.

É um forró tão bom de dançar que quando eu tou tocando ele todo mundo pega o ritmo, quer dançar. O finado Dominguinhos quando tava vivo foi tocar na rádio em São Paulo, aí um senhor me chamou pra tocar nessa rádio e eu fui tocar mais Zé Onório, que era um tocador de 8 Baixos de São Paulo. Aí ele fez assim – porque eu falei de Exu – ‘esse caba de Exu é bom”, conta.

Bilino teve dois mestres, um foi seu pai, que lhe ensinou duas coisas, uma é que “a música é pra ser tocada com carinho e amor, bem feliz”. A outra é que tem músicas que devem ser guardadas pra momentos especiais. “Meu pai dizia ‘Num toque essa música atoa não. Toque num momento especial, que você fica feliz e eu também fico”, ensina.

O outro mestre de Bilino foi Severino Januário, irmão de Gonzagão.  “Eu tocava com Severino Januário, eu considero ele meu mestre. Eu toco as músicas dele, tem gente que até chora. Hoje eu tou tocando as letras dele por causa dele. É um xote tão bom de dançar que todo mundo arrupeia os cabelos”, brinca Bilino.

Ele só fica triste com a falta de reconhecimento do seu mestre “Severino dos 8 Baixos  num era mostrado na televisão. Eu fiquei desgostoso, o homem tocava um 8 Baixos daquele jeito e num era mostrado. Eu fiquei meio triste, andei um tempo sem tocar”, conta o tocador que também não tem a atenção dos holofotes, apesar de seu talento merecido.

O vínculo com a família de Luiz Gonzaga começou desde cedo, Seu Bilino conta que seu pai só afinava o instrumento com Januário: “Ele trazia o 8 Baixos dele porque ele era mestre, aí quando a sanfona dele quebrava.  Ele vinha pra aqui”. E, Bilino, criança, vinha dentro de um caçoá, de Serrita, sua cidade, para Exu.

Hoje, assim como grande parte dos nordestinos, Bilino tem veneração por Mestre Lua: “Pro futuro ele vai ser nosso santo dos músicos, o santo dos sanfoneiros. Vai ser que nem o Padre Cícero, que nem Damião. Asa Branca é como se fosse um hino, como se fosse uma reza”, profetiza ele. “Ele é uma raiz do Sertão que a gente não pode abandonar”, afirma o sanfoneiro.

Consciente de que está cada vez mais raro achar pelas bandas do Araripe um tocador de 8 Baixos, “Daqui a uns 50, 100 anos quem tocar 8 Baixos vai ser chefe majoritário do mundo inteiro”, Bilino sente prazer quando consegue passar seu conhecimento a alguém “A coisa que eu acho mais feliz no mundo é eu dar aula pra uma criança, de 8 Baixos, porque de acordeon tá cheio já de tocador”

“Eu num posso abandonar essa carreira até o fim da minha vida”, diz com veemência. “Eu tou feliz desse jeito, porque dinheiro num é tudo na vida não. Eu sou um cara da roça, do mato, eu tenho um sitiozinho que eu plantei, tem 16 pés de coco. As filhas vem do meio do mundo passear. Eu acho bom estar no meio da terra aqui escutando Gonzaga tocar, chega um amigo, conversa comigo, chega outro”, conta o humilde tocador do fole típico do Sertão que hoje se tornou preciosidade.

Fonte: www.cultura.pe.gov.br/canal/mergulhe/um-modesto-tocador-de-8-baixos-2
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18 horas. Oração do Rio São Francisco em tempos de poucos rios

Ás 18 horas, sempre guardo na correria da vida e do trabalho, a oração da Hora do Anjo. Estes dias olhando o Rio São Francisco ouvindo as canções de Padre Zezinho lembrei da Oração do Rio São São Francisco em tempos de poucos Rios. Assim escutei do amigo Aderaldo Luciano. Assim reproduzo:

O Rio São Francisco não nasce na Serra da Canastra. Digo isso porque a correria estressante das ruas do Rio de Janeiro me oprime. Os olhos dessas crianças nuas me espetam e essa população de rua dormindo pelas calçadas me joga contra o muro. Esse Cristo economiza abraços e atende a poucos.

Só uma coisa me alenta hoje: a saudade do meu santo rio. O Rio São Francisco, o Velho Chico, Chiquinho. Escuto o murmurar de suas verdes águas: — Deixai vir a mim as criaturas... E assim foi feito. Falar de desrespeito e depredação tornou-se obsoleto. Denunciar matanças e desmatamentos resultou nulo. Orar e orar. Pedir ao santo do seu nome a sua oração.

Lá do Cristo Redentor da cidade de Pão de Açúcar, nas Alagoas, um moleque triste escutou a confissão das águas. Segundo ele, o Velho Chico dizia: “Ó, Senhor, criador das águas, benfeitor dos peixes, escultor de barrancas e protetor de homens fazei de mim bem mais que um instrumento de tua paz. Se paz não mais tenho faz-me levar um pouquinho aos que em mim confiam. Paz para as lavadeiras que, em Própria, choram a sua fome de pão. Que, em Brejo Grande, soltam lágrimas pelos filhos mortos no sul do país. Que, em Penedo, já perderam a fé de serem tratadas como gente sã.

Onde houver o ódio dos poderosos que eu leve o amor dos pequeninos. O amor dos que cavam a terra a plantam o aipim. Dos que cavam a terra e usam-na como cama e lençol para sempre. Dos que querem terra para suas mãos, para os seus grãos, para a sua sede. O amor que não é submisso, mas escravizado. O amor que tem coragem de um dia dizer não. Coragem diante das balas e das emboscadas, das más companhias e da solidão.

Onde houver a ofensa dos governos que eu leve o perdão dos aposentados e servidores públicos. O perdão, nunca a omissão. A luta, porque perdoar não requer calar. Perdoar não quer dizer parar. Como minhas águas, tantas e tantas vezes represadas, mas nunca paradas e que, quando em minha fúria, carregam muralhas, absorvem barreiras e escandalizam Três Marias, Xingó e Paulo Afonso.

Onde houver a discórdia dos que mandam que eu leve a união dos comandados. A suprema união dos que sonham com as mudanças, dos que querem quebrar hegemonias e oligarquias. A discórdia dos reis contra a união dos plebeus. Um povo unido é força de Deus, dizia o velho bendito e sejais bendito, Senhor. A união das águas, a união das lágrimas, a união do sangue e a união dos mesmos ideais.

Onde houver a dúvida dos que fraquejam, que eu leve a fé dos que constroem seu tempo. Na adversidade, meio ao deserto e ao clima árido, a fé dos que colhem uvas e mangas em minhas margens. Dos que colhem arroz em minhas várzeas, dos que criam peixes com minhas águas em açudes feitos. A fé dos xocós lá em Poço Redondo. A fé que cria cabras nos Escuriais. Dos que colhem cajus e criam gado em Barreiras e outros cafundós.

Onde houver o erro dos governantes que eu leve a verdade de Canudos. O bom senso dos conselheiros de encontro à insanidade dos totalitários. Os canhões abrindo fendas na cidade sitiada e a verdade expondo cada vez mais a ferida da loucura na caricatura da História. O confisco da poupança e o rombo na previdência. O fim da inflação e o pão escasso, o emprego rarefeito, a dignidade estuprada em cada lar de nordestinos.

Onde houver o desespero das crianças da Candelária que eu leve a esperança das mães de Acari. E aqui, Senhor, te peço com mais fé. A dor dos deserdados, dos que perderam seus pais, filhos ou irmãos, seja de fome, doença ou assassínio, inundai-os com as águas esmeraldas da justiça. A justiça da terra e dos céus. Pintai de verde o horizonte das famílias daqueles que foram jogados mortos em minhas águas. Eles não foram poucos.

Onde houver a tristeza dos solitários que eu leve a alegria das festas de São João. Solitário eu banho muitas terras e em todas, das Gerais, do Pernambuco, das Alagoas e do Sergipe, não há tristeza ao pé da fogueira, nas núpcias entre a concertina e o repente, entre a catira e o baião.. Das festas do Divino ao Maior São João do Mundo, deixai-me levar, Senhor, o sabor de minhas águas juninas e seus fogos de artifícios.

Onde houver as trevas da ignorância que eu leve a luz do conhecimento e da sabedoria. A escuridão dos homens dementes que teimam em querer ferir-me de morte seja massacrada pela luz de um futuro negro, sem água potável, sem terra e sem ar.. Dai-me esse poder, de entrar nas mentes e nos corações, de espraiar-me pelos mil recantos dos que querem mal à nossa casinha, nossa pequena Terra. O homem sábio seja sempre sábio e contamine os povos com ensinamentos de preservação.

Ó, Senhor, dai-me vocação para consolar os que se lamentam de má sorte. Fazei-me compreender porque tanto mal há nos corações. Sobretudo, Senhor, não autorizeis que eu deixe de ser o Rio São Francisco, que há tantos anos não foge do seu leito, espalha e espelha vida em abundância. Que, embora tenha dado, quase nada recebo, que perdoando sempre, continuo sendo morto enquanto todos pensam que serei eterno.”
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Zé Lopes, o mestre do Mamulengo, Patrimônio Vivo da Cultura

José Lopes da Silva Filho, conhecido como Mestre Zé Lopes, nasceu no dia 21 de outubro de 1950 na cidade de Glória do Goitá, Zona da Mata Norte de Pernambuco. O primeiro contato com a brincadeira do mamulengo foi aos 10 anos de idade.

Mamulengo é uma das formas de teatro mais genuinamente brasileira, o Mamulengo consiste na manipulação de bonecos de madeira com um notável senso de improvisação. A brincadeira tem uma estrutura própria, da qual fazem parte histórias, lendas, linguagens próprias, personagens fixos, música e dança. Inspiradas na literatura de cordel,  as histórias são repassadas de geração para geração.

Reconhecido como um dos mestres mais representativos da tradição do mamulengo e um dos mais antigos em atuação, Zé Lopes foi agraciado pelo Iphan com o Prêmio Teatro de Bonecos Popular do Nordeste - Mamulengo, Cassimiro Coco, Babau e João Redondo e, recentemente,  com o Prêmio Ariano Suassuna de Cultura Popular e Dramaturgia.
 
Mestre Zé Lopes recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.  Zé Lopes já se apresentou e realizou oficinas em festivais em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Olinda, percorreu todo o território brasileiro com o  Bonecos do Mundo, além de ter representado o Brasil em países como Espanha, Portugal e Itália.

Hoje, com seus 66 anos, Mestre Zé Lopes continua repassando os seus saberes e sua vivência como Mestre Mamulengueiro, ministrando oficinas de confecção e manipulação de bonecos em escolas, associações, festivais e museus pelo Brasil e pelo mundo, além de ser objeto de estudo de inúmeros pesquisadores da arte popular, tendo contribuído diretamente com o trabalho de estudiosos de diversas instituições.

O seu trabalho também pode ser visto na minissérie global A Pedra do Reino, escrita por Ariano Suassuna e dirigida por Luiz Fernando Carvalho e no cinema, no filme Abril Despedaçado, de Walter Salles.
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Luiz Gonzaga e os conteúdos científicos presentes nas teses de Mestrado e Doutorado

Cento e quatro anos anos depois do seu nascimento, e quase 30 depois da sua partida para a eternidade, o pernambucano de Exu, Luiz Gonzaga do Nascimento, está cada vez mais "dentro" das universidades de ensino superior e salas de aula do ensino médio e fundamental.

Tenho lido diversas teses de Mestrado e Doutorado pautado na vida e obra de Luiz Gonzaga. Releio agora, a tese de José Farias dos Santos, autor do livro Luiz Gonzaga, a música como expressão do Nordeste (Editora Ibrasa), 

Este foi o 14º livro sobre a vida e obra do filho de dona Santana e seu Januário, que o povo todo imortalizou como “o rei do baião”. Este ano de 2017 os livros já ultrapassam os vinte e cinco escritos sobre a vida e obra de Luiz Gonzaga. 

Farias dos Santos, formado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), dedicou-se por três anos seguidos a estudos sobre a vida e obra de um dos criadores do baião, ao lado de Humberto Teixeira.

Desses estudos resultou o livro — tese de mestrado. A leitura esclarece e compreendemos  um pouco mais e melhor a importância de Luiz Gonzaga no panorama musical brasileiro, especialmente a partir dos anos 40, época de ouro, de grandes ídolos como Augusto Calheiros, Nélson Gonçalves, Chico Alves, Sílvio Caldas, Orlando Silva e Vicente Celestino. 

"Luiz Gonzaga, a música como expressão do Nordeste" mostra a relação da obra do rei do baião — e de seus parceiros, naturalmente — com a cultura, a sociedade e a política brasileira.

No livro também são ressaltados a presença do samba carioca, entre os anos 30 e 40, e o surgimento de movimentos musicais entre fins dos 50 (bossa nova) e 60 (jovem guarda, festivais de MPB e tropicália). 

O crítico musical e jornalista Assis Angelo aponta que no caso de Luiz Gonzaga, o período mais rico — musicalmente, falando —, situa-se entre os anos 40 e 50, quando é lançado o baião por seu autor, em parceria com o cearense Humberto Teixeira. Na época, esse gênero musical foi sucesso no Brasil e até no exterior (a portuguesinha Carmen Miranda chegou a gravá-lo no filme Nancy Goes to Rio — ‘Romance Carioca’), em 1950. 

A música por ela gravada na ocasião foi Baião, com o esquisito título de Caroom pa pa (versão de Ray Gilbert). Detalhe: em Portugal, na região do Entre-Douro e Minho com a Transmontana, há uma localidade com esta designação ocupando 15.571 hectares e 20 freguesias. O concelho (com c) de Baião, como é chamada a região — distrito do Porto —, tem limites com o Marco de Canavezes, onde nasceu Carmen (1909-1955). 

No Brasil, mais precisamente no Pará, às margens do Tocantins, há também uma cidade com esse nome desde o dia 30 de outubro de 1769, em homenagem ao português Antônio Baião, que recebeu do então governador e capitão-general Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho uma vasta sesmaria com o compromisso de criar ali um povoado. Curiosidade... No Pará, Baião existe desde 1833. Tem hoje uns 30 mil habitantes. Curiosidade...

É por tudo isto que  Luiz Gonzaga ganhou o título maior no Ensino Superior. A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) concedeu em 2012, ano do centenário,  ao cantor e compositor Luiz Gonzaga o título de Doutor Honoris Causa (in memoriam), maior honraria das instituições de ensino.

Este título, nestes tempos de inversões dos valores educacionais e culturais, onde prolifera nos meios de comunicação péssima educação, gritaria, letras que incentivam desunião, falta de amor; o título traz a oportunidade de valorizar o aprendizado e vontade própria de ser vencedor de um cidadão que não nasceu em berço de ouro.

Todo brasileiro sabe da condição de semi analfabeto de Luiz Gonzaga, mas cidadão que sempre sonhou em aprender e propagar o quanto é importante estudar na vida e ter um diploma universitário. O título concedido pela UFRPE é merecido e simboliza a valorização da leitura e do aprendizado.

A proposta foi formalizada e aprovada pelo Conselho Universitário da UFRPE. Na justificativa, a reitora da UFRPE e presidente do Conselho, Maria José de Sena, afirma que o cantor e compositor é um “autêntico representante da cultura brasileira, cujas canções envolvem ecologia e meio ambiente, enaltecendo a fauna da caatinga e referenciando a conservação da natureza”.

O Título de Doutor Honoris Causa é concedido a personalidades que tenham se distinguido pela sabedoria ou pela atuação frente a artes, ciências, filosofia, letras ou das relações com a sociedade.

 O título de doutor universitário proporciona a Luiz Gonzaga o mote de nós todos cantar e incentivar nossos jovens a estudarem e buscar o diploma que vai garantir liberdade. A educação é a única forma de libertação.

Afinal, o estudo de Luiz Gonzaga foi sua sanfona. E os josés, severinas e João, Antonio que não sabem tocar sanfona para ganhar o pão de cada dia?
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Jornalismo digital e mobilidade discutidos em e-book

A Editora da Universidade Estadual da Paraíba (EDUEPB) lançou o e-book “Transmutações no Jornalismo”, organizado pelo professor doutor Fernando Firmino da Silva, do curso de Jornalismo da Instituição e professor do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). 

O e-book é a obra de estreia da coleção “Jornalismo Digital e Mobilidades” e está dividido em três partes, sendo “Jornalismo para dispositivos móveis”, “Jornalismo em contexto sociotécnico” e “Narrativas, multimidialidade e personalização”.

Ao todo são 19 capítulos com a participação de 22 pesquisadores de várias universidades brasileiras, discutindo temáticas como Big Data, jornalismo móvel, convergência, midiatização, redes sociais, narrativas, bases de dados, mídias locativas, tecnologias wearables como relógios inteligentes, entre outros temas. 

Para o organizador do e-book, Fernando Firmino da Silva, “a obra apresenta várias camadas dos aspectos do jornalismo contemporâneo, centrado no contexto da mobilidade, da convergência, da tecnologia digital e da sociedade em rede, permitindo aos leitores adentrarem pelas mudanças e transmutações no jornalismo”.

Com as mudanças estruturais no jornalismo e com as novas Diretrizes Nacionais para os Cursos de Jornalismo do Ministério da Educação (MEC), esta obra contribui com a discussão a partir de múltiplas perspectivas. O e-book é resultado de disciplina no Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba e do Grupo de Pesquisa em Jornalismo e Mobilidade (MOBJOR). O e-book está disponível gratuitamente no endereço eletrônico http://www.uepb.edu.br/ebooks.
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