Juazeiro do Norte, Ceará, terá Alemberg Quindins secretário de cultura

Alemberg de Souza Lima, mais conhecido como Alemberg Quindins, que criou em 1992 e mantém a Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, em Nova Olinda (Região do Cariri), será o secretário de Cultura de Juazeiro do Norte.

Entre os inúmeros serviços prestados a cultura e desenvolvimento criativo da cultura, Alemberg já recebeu o Prêmio Valores do Brasil, na categoria nacional Educação e Geração do Conhecimento. O Prêmio é concedido a profissionais e instituições que contribuem para o desenvolvimento do país.

“A escola de gestão cultural da meninada do sertão”, baseado no trabalho de formação de jovens gestores culturais realizado na Fundação Casa Grande, Nova Olinda-Ceará,  enfoca o protagonismo juvenil, conscientizando e dando ferramentas para que os alunos de todas as idades possam tomar conta de seu espaço e cidadania.

A Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri nasceu em 1992 com o intuito de resgatar a memória do povo da região, o Vale do Cariri, e ser um centro de memória: "Nós resgatamos a cultura local nas áreas de arqueologia, mitologia, artes e comunicação", conta Alemberg. Os alunos mantêm um canal de TV, de rádio, uma editora de gibis e um museu que conta com um rico acervo são mais de 2.600 HQs e 1.600 títulos de clássicos do cinema. 
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João Gonçalves, 80 anos de muito Forró,

Na parede ele guarda recordações e alimenta a alma para o futuro. Aos 80 anos, sendo 47 deles de carreira, João Gonçalves, mora em Campina Grande, Paraíba, é autor de clássicos da música brasileira, a exemplo de “Severina Xique Xique”, Firm Fim do Fole, Mariá, “Mate o véio”, “Galeguin dos zói azul”, sucessos na voz de Genival Lacerda. João é onsiderado o “rei do duplo sentido”.

Teve o talento reconhecido quando Luiz Gonzaga pediu (olha o pedido do Rei do Baião), que João fizesse umas músicas "limpinhas"-sem duplo sentido, com ritmo, melodia e harmonia, que ele gravava. João conta que fez porém já doente Luiz Gonzaga não gravou. "O destino então quiz que Dominguinhos gravasse. Dominguinhos gravou Um Lugar ao Sol. Tem reconhecimento maior. Sanfona e voz de Dominguinhos", ressalta João Gonçalves

Antes do reconhecimento João teve seu LP quebrado, na década de 1970, pelo apresentador de televisão, Flávio Cavalcante. O fato, ocorrido em plena ditadura, não só trouxe fama comoo colocou sob os olhares dos militares. Em João Pessoa, ao cantar na Festa das Neves, teve de se apresentar à Polícia Federal e a sua canção, “Pescaria em Boqueirão”, foi proibida.

É de autoria de João Gonçalves, o hino não oficial de Campina Grande, a bela canção “Campina de outrora”. Uma vida artística a caminho dos 50 anos, doze discos de vinil, quatro CD's, DVD e mais de mil músicas gravadas sintetizam a trajetória do compositor e cantor, João Gonçalves.

A vida artística começou em 1970, quando Joacir Batista, Messias Holanda, Genival Lacerda e Trio Nordestino despertaram para o grande talento do compositor.
Nesta época, um dos grandes sucessos de Genival Lacerda - "Severina xique-xique", letra de João Gonçalves, fez sucesso em todo o país, enfatizando a sua característica do duplo sentido.

João me contou que teve a generosidade de ter na maioria dos seus discos a sanfona de Dominguinhos.

João Gonçalves continua sendo uma lenda entre os forrozeiros e, pela temática de suas composições, constantemente procurado pelos empresários das bandas: "Do jeito que eles querem eu não faço não. Eles gravam as antigas. Catuaba com Amendoim gravou Mariá, Severina Xique-Xique. Tem até uma músicaque eu fiz para Tom Oliveira que a Aviões do Forró gravou, Locadora de mulher, mas não é de letra pesada, é só engraçada (cantarola o refrão): ’Eu descobri uma locadora de mulher/ Lá tem mulher do tipo que o homem quiser’".

João Gonçalves – Nasceu em 29 de Maio de 1936 em Campina Grande – Paraíba. Desde de criança cantava e inventava parodias. Gostava de cantar qualquer estilo e ritmo. Devido problemas de saúde, conta com "lágrimas nos olhos" das boas recordações de encontrar os amigos nas mesas de bar e tomar umas outras...

"Sinto saudades. Isto já é um bom motivo prá fazer música", diz João Gonçalves.

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Aderaldo Luciano na Rádio Globo, Rio de Janeiro

Na antiga Rádio Borborema de Campina Grande era assim: nós amanhecíamos com o Bom Dia, Nordeste, apresentado por José Bezerra. O prefixo era na voz de João Gonçalves: "Bom dia, Nordeste; bom dia, Brasil. Pelo som da Borborema, nesse céu azul anil. Zé Bezerra às suas ordens comandando o forró. Campeão de audiência..." Não era o sol quem anunciava o dia. Era Zé Bezerra. Com ele, nós sabíamos que o dia campinense estava nascendo e se alastrando pela vizinhança. Meu rádio Semp Toshiba, de válvulas, captava com brava amplitude a voz gostosa do mestre. 

O dia seguia e, na hora do almoço, a gente parava para ouvir Humberto de Campos, primeiro com sua coluna diária chamada Jogo Duro, depois com Os Filmes Do Dia. Todos que se interessavam pelo futebol paraibano ouviam atentamente as polêmicas palavras de Humberto, o "Moça Velha", goleiro do Estudantes. Embora eu sempre tivesse preferido a equipe de esportes da Caturité, o comentário era imperdível, todos os dias, de segunda a sexta. Como já me interessava por cinema, os Filmes do Dia entrava no pacote da escuta. Depois eu mudava para a concorrente. Ouvíamos a resenha enquanto nos preparávamos para a escola. 

À tarde, Zé Laurentino, poetamigo saudoso, enfeitiçava nossas vidas com seus poemas e trilha sonora maravilhosa. Depois vinha Retalhos do Sertão, no qual a verve dos cantadores nos iniciava nos intrincados caminhos da poesia de improviso e nos apresentava canções belíssimas inesquecíveis como Flor do Mocambo e O Velhinho do Roçado, clássicos do nosso cancioneiro. Mas às seis da noite, novamente, migrávamos no dial para a Caturité para ouvir A Hora do Ângelus: "Ave Maria, cheia de graça... é a hora do encontro da mãe com o filho... do marido com a esposa... da reunião em torno de uma mesa..." 

Entre sete e dez da noite eu entrava a procurar rádios de ondas curtas pelo mundo. Depois, era hora de ouvir os programas de saudade. Foi onde aprendi a gostar de Gregorio Barrios, Carlos Gardel, Nelson Gonçalves e as grandes vozes do Brasil de ontem. Para fechar a noite campinense, na Borborema, o primeiro programa de terror que ouvi no rádio brasileiro: Contos Que A Noite Conta, acho que ainda com Humberto de Campos.  
  
A Borborema, chamada agora de Rádio Clube, nos proporcionou grandes lições de comunicação, todavia, à meia-noite,, obrigatoriamente, sintonizávamos a Rádio Globo, do Rio, para ouvir O Seu Redator Chefe e entrar um pouquinho na madrugada com Adelzon Alves. Há um tempo, sento-me na bancada da Globo e todas essas lembranças acompanham-me definitivamente. 

Fonte: Aderaldo Luciano-professor, mestre e doutor em Ciencia da Literatura 
 
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Amigos a gente encontra o mundo não é só aqui repare naquela estrada que distância levará

"Amigos a gente encontra
O mundo não é só aqui
Repare naquela estrada
Que distância nos levará
Não diga que eu me perdi
Não mande me procurar
Cidades que eu nunca vi
São casas e braços a me agasalhar
Passar como passam os dias
Se o calendário acabar
Eu faço voltar o tempo outra vez, sim
Tudo outra vez a passar
Não diga que eu fiquei sozinho
Não mande alguém me acompanhar...

A belíssima música de Dominguinhos e Manduka, "Quem me levará sou eu". Fazer amigos, sem dúvida, é uma arte, quando o fazemos a felicidade se faz presente – brota universos. 

Andando pela região do cariri paraibano e seridó do Rio Grande do Norte, me lembrei com lágrimas nos olhos do amigo que já partiu para o "sertão da eternidade", Adelmar Paiva.

"Aldemar não quis saber do Rio de Janeiro, e preferiu ficar no Recife, de braços abertos para Pernambuco". Dos 89 anos, 63 deles foram vividos em Pernambuco, onde marcou a história da TV, do rádio e da música.

Mesmo que tivesse sido apenas compositor, Paiva seria sempre lembrado por ter sido co-autor do primeiro frevo-canção gravado com selo Mocambo/Rozenblit. Quando o empresário José Rozenblit, em 1953, entendeu de criar uma indústria do disco em Pernambuco, uma das duas músicas do 78 rotações da futura gravadora, tinha numa das faces, Boneca, interpretada por Claudionor Germano, e assinada por Aldemar Paiva e o maestro José Menezes (falecido em novembro de 2013).

Com o maestro Nelson Ferreira,  Aldemar Paiva compôs o clássico Pernambuco Você é meu, gravado na Rozenblit, em 1956, por Raimundo Santos, que seria depois utilizada como a música do seu programa homônimo, que apresentou durante 25 anos, na extinta Rádio Clube de Pernambuco, depois na Rádio Jornal do Commercio, sempre como campeão de audiência no horário.

Um programa pioneiro em tocar frevo o ano inteiro, e não apenas no período carnavalesco. Sua trajetória no rádio pernambucano foi iniciada em 1951, quando veio para a Rádio Clube por indicação do publicitário José Renato, que o conhecia de Maceió, onde Paiva dirigia a Rádio Difusora de Alagoas. 

Aldemar foi amigo de Chico Anysio e surgiria aí uma amizade para toda a vida. 

Aldemar Paiva foi o que em seu tempo se chamava “homem dos sete instrumentos” (resumido no termo "multiartista"), um desses instrumentos foi o de ator de monólogos, longos textos que interpretava como poucos no país, alguns deles registrados em livros. Foi também ator, com participações no programa do amigo Chico Anysio (que criou um personagem batizado de Aldemar Vigário).

Entre os muitos títulos que Aldemar Paiva recebeu o título de cidadão pernambucano, de certo modo desnecessário, já o havia adquirido como autor do hino Pernambuco você é meu.

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Caicó, Carnaval, Festa de Santana e a calamidade da Seca

Neste dia 25 dezembro, abri o livro Grande Sertão Veredas. Sempre releio para não esquecer que a  grande metáfora de Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa, junto com a do Sertão, é o Rio. Sabemos o quanto o rio, além de realidade geográfica, é uma realidade mítica e mágica.

Mítico e mágicos são meus amigos das bandas de Caicó, cidade cravada no seridó do Rio Grande do Norte.


"O sertão é dentro da gente". Prestando atenção a prosa de "Seu Arlindo" que conta angustiado a saga da Barragem dos Itans, que deveria abastecer o municipio de Caicó e está vivendo uma das piores secas dos últimos anos, vou pontuando mais uma história..


Caicó é uma palavra derivada da tribo de indio Cariris. Caicó promove duas das mais mais tradicionais festas brasileiras: Carnaval e Santana.

Mas o que me chama atenção é a atual situação do Açude Itans, reservatório de água artificial construído no leito do rio Barra Nova, no município de Caicó com a finalidade de abastecer aquela localidade.

A bacia ocupa uma área de 1340 hectares, com capacidade para 81.750.000 m3 de água. Porém a realidade é de calamidade. A barragem está no volume morto, ou seja, menos de 5 porcento da capacidade de armazenamento.

Os primeiros estudos para a construção do açude datam de 1907, sendo um projeto do Governo Federal em caráter emergencial, para socorrer o Seridó, região tradicionalmente submetida aos efeitos das condições climáticas adversas e que, na ocasião, sofria uma seca calamitosa.

O ministro paraibano José Américo de Almeida, nascido em Areia, autorizou a obra que  foi concluída no final de 1935 e inaugurada em 2 de fevereiro de 1936.

Com isso, Caicó foi a primeira cidade do interior do Rio Grande do Norte a ganhar um serviço de abastecimento de água, cujo atendimento nunca precisou ser suspenso por falta de capacidade hídrica.

Hoje, programas de Rádio e seus violeiros cantam a tristeza só vista no canto agourento do Acauã...A seca tudo mata...Só a Fé permanece assobiando uma canção nas veredas do Grande Seridó...A fé é dentro da gente...

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Triunfo: cachaça, café e frio! Sim frio!

O clima da montanha é um ponto que garante um frio que torna a cidade um diferencial. A cidade tem pontos de vista panorâmica da microrregião, inclusive o ponto mais alto de Pernambuco, o Pico do Papagaio, a 1.260 metros de altura. 

Falo da cidade de Triunfo, Pernambuco. Triunfo tem hotéis com vistas para as serras, manteve viva a resistente cultura de engenhos de rapaduras e cachaça e consegue ter uma pérola à beira do lago central, que é o Teatro Guarany, outro tesouro cultural da cidade. Triunfo tem um festival de cinema dentre as várias programações da cidade durante todo o ano.

Triunfo já teve mais de 200 engenhos quando a rapadura era o açúcar do Sertão, mas hoje tem cerca de 15 “resistentes”. O São Pedro foi incorporado ao roteiro turístico em 2001, quando a cachaça Triumpho apareceu como produto artesanal de alta qualidade. Hoje, é premiada nacionalmente e internacionalmente. O turista pode conhecer todo o processo de fabricação da cachaça e da rapadura, com degustação no fim do circuito. Quem quiser presentear, a embalagem da cachaça em cerâmica gera empatia imediata.

O Teatro Guarany vale a passagem, mesmo que rápida. Como Triunfo já foi muito rica, considerada a “Corte do Sertão”, possuía três teatros. O Guarany permanece vivo e é um xodó dos moradores. Atualmente, o espaço recebe o festival de cinema, no mês de agosto, mas é aberto durante o ano todo e tem vista, da sua varanda, para o açude central.

Na gastronomia, um detalhe que dá um charme extra ao município: os cafés das pousadas são de grãos originários de pequenas plantações da própria cidade, torrados em casa e vendidos nas propriedades rurais.
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Codevasf: artesão e famílias de agricultores apostam nas vendas Natalinas

Artesanato em argila, couro de tilápia, fibra de bananeira, kits à base de mel. Associações que desenvolvem atividades de economia criativa com apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) estão fechando dezembro com suas produções para atender à demanda das festas de final de ano.

“Estamos mandando produtos até para empresários de Miami, nos Estados Unidos”, celebra, o artesão sergipano João Batista, que no início do mês foi um dos expositores no 15º Feirão de Artesanato e Produtos Regionais do Baixo São Francisco, realizado pela Codevasf em Aracaju.

Batista é um dos artesãos do município de Santana do São Francisco, situado a 125 km da capital Aracaju e à beira do rio São Francisco, onde o artesanato em argila da Associação de Artesãos do Carrapicho tem atraído uma crescente clientela.

Entre os produtos confeccionados destacam-se peças figurativas, utensílios domésticos, vasos decorativos e vasos de plantas feitos com o barro. Um dos produtos mais procurados pelos clientes são as luminárias em formato de anjo.
“Elas custam entre R$ 12 e R$ 100. Estamos vendendo nossas peças no Centro de Artes da Orla de Atalaia, e também recebemos encomendas aqui na cidade. Nosso artesanato é referência, muitos turistas gostam do trabalho, e isso é motivo de honra para mim”, orgulha-se Batista, que tem 51 anos e faz artesanato desde os 12.

A Associação Cultural e Ambiental do Projeto Jaíba – Bananarte, no norte de Minas Gerais, também costuma apostar nas festas de final de ano para tirar uma renda extra e comercializar os produtos. Quatro integrantes da entidade que trabalham com artesanato em fibra de bananeira prepararam produtos especialmente para a data. São cestas, mandalas, bandejas, porta-joias, entre outros itens.

“A procura está muito grande por conta do período do Natal”, comemora Sirlene Soares, representante da Bananarte. “Nossas peças custam entre R$ 15 (porta-joias) e R$ 400 (baú para guardar roupa de cama) e podem ser encontradas em lojas localizadas no shopping Real de Janaúba e de Jaíba, como, também, na Casa Chic, situada na rua Gorutuba, em Janaúba”, explica.
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