Candidatos a prefeito de Petrolina participam de debate

Sem a presença de Perpétua Rodrigues (PSOL), que disse não ter recebido convite da TV Grande Rio, os outros quatro candidatos a prefeito de Petrolina – Odacy Amorim (PT), Miguel Coelho (PSB), Edinaldo Lima (PMDB) e Adalberto Cavalcanti (PTB) – não saíram do roteiro no último debate entre eles, promovido  pela emissora TV Grande Rio/afiliada Globo. Mediado pelo jornalista Paulo Roberto Soares, o debate foi dividido em quatro blocos. O que ainda rendeu certa polêmica foi justamente quando um teve direito de formular perguntas ao outro.
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Horário eleitoral custará meio bilhão e não sai de graça para a população

O horário eleitoral obrigatório exibido por emissoras de rádio e televisão foi criado para dar voz aos mais diversos candidatos, independente de seu poder econômico. Mas essa propaganda não sai de graça: ela é paga pelos contribuintes e também pelas emissoras privadas.

Segundo levantamento da ONG Contas Abertas, realizado no início do ano, o ciclo eleitoral de 2016 deve custar cerca de R$ 576 milhões aos cofres públicos em abatimento de impostos.

Isso porque apesar das cerca de 320 empresas de TV e 10 mil emissoras de rádio do Brasil veicularem o horário político gratuitamente, elas têm direito por lei a uma compensação fiscal.

Segundo o fundador do Contas Abertas, Gil Castello Branco, o valor de R$ 576 milhões corresponde a uma previsão orçamentária da Receita Federal. Isso significa que cada cidadão deve pagar indiretamente cerca de R$ 2,80 para ver o horário eleitoral.

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Assis Angelo: a batalha para digitalizar acervo cultural

Enquanto andava em direção ao centro do palco, a súbita cegueira apagava as últimas luzes de sua vida engolindo até vultos. A um passo do desespero, ele apegou-se a um livrinho de Gonzagão como se fosse Padre Cícero. Apalpou a capa e, antes de declamar o cordel de mote decassílabo que já sabia de cor, usou os olhos pela última vez para ver uma imagem de Luiz Gonzaga voando sobre um pássaro.

Assis Ângelo levou dois anos para conseguir dizer com todas as letras: “Eu estou cego”. Um dos maiores pesquisadores da cultura popular, nome de referência no setor cultural, jornalista e poeta, biógrafo e estudioso, radialista e escritor, ele luta contra as trevas desde a noite sem fim. Foram seis cirurgias no olho direito e três no esquerdo até que o diagnóstico de “descolamento de retina” o nocauteasse. “Cheguei a passar três noites sem dormir, sentindo a depressão e o desespero.”

Isso até que o paraibano de João Pessoa, 62 anos, resolveu colocar olhos nas mãos e na alma. “Seja bem-vindo ao mundo da cultura popular”, ele diz com simpatia e voz de trovão assim que o repórter chega ao seu apartamento de 120 metros quadrados, em Campos Elísios, São Paulo. Assis viveria só não fossem suas “150 mil coisas”, como ele chama, dentre elas discos de 78 rotações, LPs de raríssimas 10 e 33 polegadas, fitas cassete com gravações inéditas, fotografias e cerca de dez mil partituras que recolheu por cantos do Brasil e de outros países durante 40 anos.

Seu acervo parece prestes a expulsá-lo da casa. Os livros sobem pelas paredes e os discos rodeiam quartos e corredores. São oito toneladas de material, como ele diz: “Já fiz um estudo para saber se a estrutura do prédio suporta. Está tudo certo”.

Nada ali está catalogado. Na última prateleira de baixo de uma das estantes, dorme uma preciosidade. Um 78 rotações de 1953 gravado pela Capitol com a voz da cantora de jazz americana Peggy Lee. O selo informa que se trata da música Wandering Swallow, com orquestra conduzida pelo maestro Billy May. Assis ajusta o toca-discos para as 78 rotações e coloca o disco para girar. A música de Peggy Lee, em inglês, trata-se de uma antológica apropriação indevida de Juazeiro, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, de 1949. Um caso escabroso de plágio, sem nenhuma menção aos brasileiros. Um diamante de colecionador.

Outro canto guarda o disco que traz a primeira moda de viola gravada no Brasil, pelo produtor e cantor Cornélio Pires, de 1929. Jorginho (a música do outro lado é Moda de Pião) conta a história de um homem que, diante da paixão de três mulheres, decide partir.

Outro orgulho é um 78 rpm do cantor Bahiano, do início do século 20, cantando A Farofa e fazendo a primeira citação a Padre Cícero em áudio. “Este é o primeiro disco gravado no Brasil”, diz o pesquisador. Em mais pilhas aparecem um gravação original do hino do Corinthians, de 1954; um vinil feito para arrecadar dinheiro para a construção do Estádio do Pacaembu; LPs de 10 polegadas do violonista Laurindo de Almeida; originais de Inezita Barroso dos anos 50; uma música inédita de Paulo Vanzolini; e muitas gravações de Luiz Gonzaga cantadas pelo mundo em japonês, inglês e mesmo rapanui, o idioma da Ilha de Páscoa.

A cegueira deu um golpe no projeto de Assis de catalogar, digitalizar e criar um portal para tornar público seu acervo. Mesmo tendo criado em 2011 o Instituto Memória Brasil, ele não avançou. Sem mais poder encontrar títulos nas montanhas espalhadas pela casa, Assis é o capitão de um transatlântico à deriva.

Por considerar o caso de saúde (intelectual) pública, a reportagem do Estado procurou, à revelia de Assis, o Ministério da Cultura para saber como o poder público reage diante de um baú de pérolas transbordando. Um dia depois de receber o e-mail do jornal, assessores retornaram com as palavras do ministro então Juca Ferreira: “O Ministério da Cultura considera muito importante cuidar do acervo do pesquisador Assis Angelo, dada a sua relevância histórica e grandiosidade. O ministro já determinou à Fundação Nacional de Artes (Funarte) que entre em contato com o pesquisador e tome todas as providências necessárias para que o patrimônio acumulado por Assis Angelo seja preservado.”

O jornal voltou então a falar com Assis sobre o que parecia ser uma boa notícia não fosse a descrença do pesquisador embasada em argumentos contundentes. Assim como vários estudiosos proprietários de acervos robustos, Assis não acredita no poder público. “Juca Ferreira pode estar muito bem intencionado, mas é um homem que vai passar. Não posso deixar esse material que pesquisei por 40 anos nas mãos de um Estado que não investe em cultura, uma ‘pátria educadora’ que, na crise, faz seus primeiros cortes na educação. Eles não enxergam e dizem que o cego sou eu.”

No dia em que o jornalista conversava com Assis em seu apartamento, um homem chegou sem avisar. Ressabiado, passou pelo repórter e se sentou entre livros e discos. Quando ouviu a voz do amigo, Assis o reconheceu: “Tinhorão, é você!” O referencial pesquisador e crítico musical José Ramos Tinhorão foi impetuoso ao ouvir Assis falar sobre o sonho de ver seu material digitalizado por uma instituição pública ou privada: “Não vejo muita chance de isso dar certo”. E passou a dar exemplos de museus e institutos que perderam ou quebraram discos ao transportá-los até em caminhões de lixo e de homens públicos de altos cargos perguntando a Tinhorão qual era mesmo a importância de seu acervo.

O jogo se inverte quando o Estado, mesmo querendo, pode deixar de levar uma riqueza de memória cultural por uma questão de credibilidade. Qual a garantia a Assis de que seu patrimônio seria bem guardado? Qual a certeza de que, um dia, governantes vão entender que a pior cegueira se combate com cultura? Assis Ângelo adquiriu uma visão de longo alcance.

Fonte: O Estado de S.Paulo-Julio Maria
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Vazão do Rio São Francisco na barragem de Sobradinho, Bahia será reduzida

A vazão do Rio São Francisco a partir do reservatório de Sobradinho (norte da Bahia) será reduzida ainda mais. Após vários pedidos apresentados pelo setor elétrico, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitiu parecer que autoriza a diminuição do nível atual, de 800 metros cúbicos por segundo (m³/s), para 700 m³/s, com controles rigorosos.

O anúncio foi feito pela diretora de Licenciamento do Ibama, Rose Hofmann, durante reunião de monitoramento dos efeitos da vazão reduzida, promovida pela Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília (DF). A medida começará a ser aplicada a partir do dia 10 de outubro. Também ficou definido que a vazão no reservatório de Três Marias (MG) passará para 480m³/s, a partir de outubro, e para 280m³/s, em novembro.

Diante das exigências do Ibama para aplicação de controles rigorosos dos efeitos da vazão, o superintendente da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique Franklin, explicou que deverá ser aplicada a redução gradual, para 750 m³/s, a partir de 10 de outubro, e para 700 m3/s, uma semana depois, caso não haja grandes alterações na bacia. Vale frisar que o Lago de Sobradinho está com pouco mais de 10% de seu volume total de armazenamento, conforme dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
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Sensação térmica em Petrolina atinge mais de 45 graus

Para a ciência é uma grande massa de ar quente e seco que está atuando sobre o Petrolina. A temperatura está em torno de 40º na sobra durante o dia e à noite impressionante média de 28 a 30 graus.

Na prática os moradores tem a sensação térmica de uns 45 graus. Sensação insuportável, principalmente devido a baixa umidade do ar, que está em torno de 10%.

Com a chegada da Primavera e proximidade do verão, de acordo com os dados ClimaTempo, a tendência é o calor aumentar nos próximos dias. Os dias mais longos e noites mais curtas. Resultado: mais aquecimento.

Mesmo com um bom ar-condicionado é bom seguir algumas regras para conviver com o forte calor: mais do que se refrescar, você deve tomar alguns cuidados para impedir que as altas temperaturas e o tempo seco tragam complicações para o seu organismo. Uma das orientações mais importantes é ingerir bastante água, sucos naturais e água de coco. Os especialistas recomendam um consumo médio de 3 litros por dia.

Para combater a baixa umidade relativa do ar, espalhe por toda a casa toalhas de banho molhadas. Você pode colocá-las sobre as portas ou na cabeceira das camas. Outra alternativa para driblar este problema é colocar baldes cheios d’água nos quartos quando for dormir.
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Movimento dos Trabalhadores Sem Terra alerta para o golpe de privatizar a Educação

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vem a público reafirmar a luta permanente contra o golpe. Este governo ilegítimo, movido pelos interesses do capital em assegurar suas taxas de lucro durante este período de crises, vem implementando uma nova ofensiva neoliberal, tendo como linha de frente as instituições do estado, os poderes executivo, legislativo e judiciário e a mídia golpista.

A Constituição brasileira está sob ameaça, revelando a natureza antidemocrática e golpista desse governo, que promove grandes retrocessos constitucionais e acentua a crise social. Estamos vivendo na prática um verdadeiro Estado de Exceção.

Aumentam o uso da violência e repressão contra os movimentos populares, entidades de esquerda e democráticas, assim como a qualquer mobilização que se oponha a esse projeto.

A reforma do ensino médio anunciada pelo governo de Michel Temer já foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. O texto, que institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, será analisado primeiro por uma comissão mista e de lá enviado aos Plenários da Câmara e do Senado.

Com a medida provisória, a carga horária mínima anual do ensino médio deverá ser progressivamente ampliada para 1.400 horas, a partir das atuais 800 horas. A MP altera diversos trechos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB — Lei 9.394/1996). O texto tem efeitos imediatos, mas deve ser aprovado pelo Legislativo em 120 dias, sob pena de perder a validade.
Grade curricular

De acordo com a MP, o currículo do ensino médio continua abrangendo, obrigatoriamente, língua portuguesa, matemática, mundo físico e natural, realidade social e política — o mesmo vale para a educação infantil e para o ensino fundamental.

Temas transversais, como filosofia e sociologia, que até então eram disciplinas obrigatórias, poderão ser incluídos nesses currículos se previstos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), dependendo de aprovação do Conselho Nacional de Educação e de homologação pelo ministro da Educação. Tendo sido ouvidos o Conselho Nacional de Secretários de Educação e a União Nacional de Dirigentes de Educação.

A medida provisória determina que o ensino médio pode ser organizado em módulos e com sistema de créditos ou disciplinas, que poderão contar até para um futuro curso superior. Estabelece também que o ensino de arte e de educação física integram obrigatoriamente os currículos do ensino infantil e do ensino fundamental. O mesmo não ocorre no caso do ensino médio.

A MP permite que sejam professores da educação escolar básica profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino “para ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação”. O governo anunciou, também, que vai investir R$ 1,5 bilhão em políticas de escolas em tempo integral, para atender a 500 mil novos estudantes de ensino médio nesse regime até 2018.

Fonte: Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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Circo! Lua! Baião!

O interior do Nordeste foi marcado pela presença do circo. E o circo, pela presença litúrgica de um palhaço desbocado. Havia, porém, um ponto alto todos os dias. Era a segunda parte do espetáculo: a encenação de um drama. Vimos centenas de vezes a Paixão de Cristo. Além de sofrermos solidários ao Cristo crucificado, regozijavamo-nos com Judas se enforcando. Era uma limpeza de alma, uma calma para o espírito.

O circo ficava entre nós geralmente por um mês e nós, da cidade, terminávamos por conhecer as famílias circenses e participar de sua dura vida na perpetuação de sua arte. Muitos partiram com o circo e nunca mais voltaram. Tivemos essa vontade, mas vontade dá e passa. Os circos maiores traziam, de vez em quando, um cantor da moda, que tocava no rádio, e lotava a arquibancada.

Entre encenações de dramas, palhaços infames e cantores bissextos, vimos certa vez um negro vestido de cangaceiro, tocando sanfona e cantando “no gogó”, sem microfone, transformando o circo num arrasta-pé. Mais tarde saberíamos tratar-se de Luiz Gonzaga, fazendo o maior forró do mundo, preenchendo o nosso vazio, construindo o nosso itinerário. Aquela voz poderosa reside ainda hoje, fazendo eco, em nosso coração.

Foi a união da fantasia do circo e da música gonzagueana que deu-nos coragem de arribar e fazer o nosso verão. Foi com ela que embalamos nossos sonhos, malabaristas que somos na corda-bamba do tempo. Foi com ela que, como bons filhos, voltamos ao chão de onde brotamos e respiramos o ar de nossos tempos idos. Luiz Gonzaga é o arquétipo nordestino por excelência e o picadeiro é a vida a encenar-se.

 Hoje voltamos para dentro da lona e compreendemos o que vem a ser o círculo. Como naqueles antigos circos sertanejos, retornando sempre na mesma época do ano, cá estamos nós, esperançosos para ver a cortina se abrir e lá, de um misterioso e secreto lugar, ver o Lua surgir, crescendo e se fazendo vivo, abrindo a sanfona branca e arrancando do peito a voz mais terna e saudosa a cantar: — Eu vou mostrar pra vocês… como se dança o Baião!

Fonte> O texto de Aderaldo Luciano foi escrito para o programa do espetáculo Baião – a homenagem do circo a Luiz Gonzaga, encenado pela trupe do Circo Crescer e Viver, dirigido por Ernesto Piccolo, com roteiro de Rogério Blat e direção musical de Daniel Gonzaga.
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