Somos Todos Beatriz: Polícia mostra video do suspeito crime

A Polícia Civil divulgou, mostrou um vídeo com imagens do homem suspeito de matar a menina Beatriz Angélica Mota, assassinada a facadas no dia 10 de dezembro do ano passado, durante uma festa no colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina. Nas filmagens é possível ver o suspeito andando ao redor do colégio e entrando na quadra onde acontecia a festa, 20 minutos antes de Beatriz ser vista pela última vez.

Beatriz foi morta com 42 facadas dentro de um dos mais tradicionais colégios de Petrolina.  Segundo as investigações, foram identificados dois perfis de DNA, distintos, do sexo masculino. Um deles foi encontrado na faca utilizada no crime e o outro nas unhas da mão direita da criança.  A última imagem que a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59, quando ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do colégio, localizado na parte inferior da quadra.
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Congresso de Psicologia do Vale do São Francisco acontecerá em outubro

Estão abertas as inscrições para o 1º Congresso de Psicologia (Congrepsi) do Vale do São Francisco realizado pelo Colegiado de Psicologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O evento acontecerá entre os dias 31 de outubro e 2 de novembro, no Complexo Multieventos, no Campus Juazeiro (BA). O tema do congresso será “A prática da psicologia no Vale do São Francisco: aspectos teóricos, éticos e políticos”.

As inscrições on-line poderão ser realizadas até o dia 24 de outubro, com valores diferentes conforme a data e a categoria (estudante de graduação, estudante de pós-graduação e profissionais). Os valores e as datas estão disponíveis no site do evento. O prazo para quem deseja submeter trabalhos vai até o dia 23 de setembro, nas modalidades: relato de pesquisa; relato de experiência e vivências.
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Leo Rugero e Galvão do Juazeiro do Ceará: 8 baixos que clareiam a Alma

Na madrugada recebi notícias do bom amigo professor e sanfoneiro, guardião da cultura de tocar sanfona de 8 baixos. Transcrevo as notícias de Leo Rugero:

"Hoje, fechando com chave de ouro minha passagem por Juazeiro do Norte, estive pessoalmente com Galvão de Juazeiro, cavaleiro sertanejo, ancestralidade da cultura do sertão nordestino personificada.

O que motivou nosso encontro foi nossa devoção mútua por este instrumento, o fole de oito baixos, instrumento matricial na cultura nordestina, que se encontra em processo de extinção na microrregião do Cariri cearense. De acordo com Galvão, ele é o mais jovem remanescente desta tradição sonora, no alto de seus 68 anos.

Galvão de Juazeiro ficou maravilhado com meu livro, "Com Respeito aos Oito Baixos". De acordo com suas palavras, foi o livro que ele esperou ser escrito por uma vida inteira. Maior elogio não poderia ser recebido, vindo deste profundo conhecedor da história oral nordestina.

Nesta tarde de fole e prosa, também fui presenteado pela sabedoria de Galvão de Juazeiro, que conhece em detalhes, nomes de personagens que constituem a história do fole de oito baixos no sertão nordestino. Também é um profundo conhecedor da história do fole, revelando dados que nem mesmo os livros de historiadores europeus como o notório Pierre Monichon, descreveram, pois tratam de vestígios históricos no processo migratório e na colonização nordestina que passaram desapercebido por historiadores e etnógrafos do passado.

Outro ponto de contato que alimentou nossa conversa, foi a maestria do fole de oito baixos paraibano, centro irradiador da afinação "transportada"e da soberba influência da família Calixto como uma dos principais genealogias desta tradição sonora. Sabendo de minha estreita relação de aprendizado e pesquisa com Zé Calixto, o mestre Galvão ficou embevecido ao ouvir minha interpretação de algumas músicas do repertório de Zé Calixto, observando como o mestre foi cuidadoso na transmissão de detalhes de técnica, postura, dedihado e articulação. Se meu repertório não se esgotasse, creio que a audição se prolongaria por horas.Nunca senti tamanho orgulho por ter um dia encontrado Zé Calixto e, através dele, ter conhecido a fundamentação técnica do fole paraibano.

Também conversamos sobre a técnica suprema de Luizinho Calixto, assim como do talento de Bastinho Calixto e João Calixto. Galvão discorreu sobre os tempos de Seu João de Deus Calixto e de tempos que nem mesmo Seu Dideus conheceu, de quando se concebeu a afinação e técnica do estado da Paraíba, admirada por todos.

Tocou seu fole Koch centenário, exemplar raro entre os primeiros foles alemães que alcançaram o solo nordestino. Também se encantou com meu fole Todeschini de 1967 e seus botões de acrílico, outrora confeccionados por Zé Aragão, sob o desenho e especificação de Zé Calixto, no início da década de 1970.

Galvão do Juazeiro mantém um museu no interior do município, que contém, entre outras coisas, uma das maiores coleções de acordeões diatônicos do Brasil e, seguramente, do mundo, totalizando 23 foles em diferentes procedências, épocas e afinações.

Criticou algumas instituições, petrificadas pelo "apadrinhamento" de resquício colonialista, impedindo, muitas vezes,que a cultura seja contada e cantada pela perspectiva nativa e encontre vitalidade para superar as imposições de cunho midiático.

Também revelou seu pendor às questões mais sensíveis da cidadania, em seu trabalho de cuidado com a saúde e o bem estar de animais abandonados no sertão, onde, desde que as motocicletas e os automóveis substituíram o papel de condução e tropa,despedidos de suas funções de serventia, foram soltos, muitas vezes velhos e enfraquecidos, pelas estradas de terra do sertão.

Enfim, Galvão do Juazeiro é uma daquelas pessoas iluminadas que clareiam com sua luz por onde passa, trazendo-nos conforto ao coração e alimentando nossa alma com sua sabedoria e conhecimento.

Voltando ao Rio de Janeiro, eis que senti meu velho fole de oito baixos ressignificado, e a história de meu aprendizado e pesquisa, faz-se novamente refortalecida com a benção deste encontro.

Até logo Galvão do Juazeiro, que os bons ventos permitam que possamos nos encontrar em breve!!! Os oito baixos agradeçem".

Fonte: Leo Rugero-professor e sanfoneiro 8 Baixos
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Grito dos Excluídos Vida em Primeiro Lugar


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Encontro dos Gonzagueanos acontecerá em Caruaru, Pernambuco

A coordenação do Encontro dos Pesquisadores, Admiradores da vida e obra de Luiz Gonzaga, o tradicional Encontro dos Gonzagueanos de Caruaru, Pernambuco será realizado no dia 12 de novembro.

O encontro tem o objetivo de manter viva a memória de Luiz Gonzaga. O grupo de amigos se reúne todos os anos onde compartilham os saberes e dividem experiências e falam sobre a vida e obra do Rei do Baião – são os chamados Gonzagueanos.  O diretor presidente e fundador do Espaço Cultural Asa Branca, Luiz Ferreira disse que o encontro já produziu através dos alunos do curso de Jornalismo do UNIFAVIP um filme documentário sobre os Gonzagueanos.

O coordenador do evento, Luiz Ferreira, é um exemplo do que essa paixão por Luiz Gonzaga  é capaz. O espaço foi criado por Luiz Ferreira, um dos gonzagueanos, a partir da coleção que guardava em um cômodo de sua casa.
 
“Estamos ansiosos para o encontro 2016 e já estamos fazendo os contatos com os homenageados desse ano que receberão o Troféu Luiz Gonzaga Orgulho de Caruaru”, revelou Luiz Ferreira.
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Projeto Sinfonia no Parque tem programação para o mês de setembro todos os domingos



O  Projeto ‘Sinfonia no Parque’, idealizado pela Secretaria de Educação e Secretaria Executiva de Petrolina, consiste em concertos ao ar livre realizados pela Philarmonica 21 de Setembro no Parque Josepha Coelho, todos os domingos a partir das 10h.

A programação será aberta neste domingo 4,  com o concerto ‘Rock 21’, que terá a regência de Hélio Lima; no dia 11/09 será a vez de ‘Trilhas Inesquecíveis’, cuja regência será de Ozenir Luciano; no dia 18/09, ‘Nordestinês’, também regido por Ozenir; e fechando o mês, no dia 25/09 será apresentado ao público ‘Uma Brasileira’, que terá Hélio Lima como regente.
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Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Banda Cabruêra e Aderaldo Luciano

A banda paraibana Cabruêra desceu ao sul e instalou-se no Rio de Janeiro em setembro de 2001. Lá, fundou a Cabrahouse, primeiro em Copacabana, depois em Santa Teresa, tradicional bairro de artistas. Ao chegar, debutou na TV Brasil e lançou disco no palco da resistência cultural carioca, o Teatro Rival, e assim seguiu arrebanhando um cordão de adoradores. 

Zé Guilherme, o Munganzé, um dos melhores percussionistas do Brasil, um dos pilares da Cabruêra, vindo aqui em casa, incitou-me a explicar a origem do termo “forró” para uma oficina de percussão no Festival de Inverno de São João del Rey, em Minas Gerais, onde a banda tocaria.

Pois bem. Discutíamos a gênese da palavra a partir de duas explicações para o que se passou a chamar de forró. A primeira está ligada à construção da malha ferroviária no interior de Pernambuco por engenheiros ingleses que, em suas horas de folga, patrocinavam pequenas rodas nas quais a liberdade, municiada pelo consumo de álcool, pontuou a descontração e a dança. Essas rodas eram “for all”, para todos, no idioma nativo dos ingleses. Daí a pronúncia aberta “forró”. Sem registro que legitime tal origem, fica-se no âmbito da lenda.

A segunda é apresentada pelo folclorista Rodrigues de Carvalho, em seu Cancioneiro do Norte de 1903, aponta uma associação entre forró e forrobodó, festa popular das pontas de rua, baile popular aberto para toda a população pobre. Câmara Cascudo registra a mesma origem fazendo um levantamento da aparição do termo desde 1833, para encontrar uma variante datada de 1952, num semanário chamado A Lanceta, sem indicação de local. O termo é forrobodança, uma espécie de dança chula popular.

Acredito que essas duas teses sejam insuficientes, mesmo porque fica difícil determinar data para surgimento de qualquer palavra. Respeitando a pesquisa, talento e autoridade dos dois folcloristas, lanço uma terceira via. Quero aproximar o termo português forró, ao termo árabe alforria, liberdade dada aos escravos. 

Quando um destes era alforriado a palavra “fôrro” servia-lhe de epíteto, recebendo, inclusive um par de sapatos, se para dançar, não sabemos. Elomar, em sua cantiga O Violeiro, canta “Deus fez os home e os bicho tudo fôrro...”. De forria para fôrro, de fôrro para forró, celebração da liberdade, da quebra do jugo e dos grilhões. Não é isso que o forró faz?

Os testemunhos populares na diferenciação entre as festas de São João, festa popular, marca indelével das tradições nordestinas, e Natal, tradição européia, servem de esteio para minha tese. Enquanto a festa de Natal é descrita como uma festa formal, o São João prega a liberdade, é festa livre e comunitária, não requer roupa nova, nem champanhe para comemorar. E todas as classes e raças são chamadas ao arrasta-pé, criando um valor fundamental para a miscigenação de raças e culturas, no dizer de Darcy Ribeiro, e imprescindível para a construção do humanismo, segundo Jorge Amado.

O que nos interessa, também, é a divulgação desse ritmo propagada pelo pioneiro Luiz Gonzaga, primeiro nordestino a assumir compromisso com esse suposto novo estilo musical, depois de fazer o caminho do sul. Falar de Gonzaga é repetir-se, sempre. Sua história e sua vida estão na boca do povo e dos artistas, transformado em ícone institucional na etno-musicalidade brasileira. Muito embora construindo uma realidade folclórica do Nordeste, com seus vaqueiros e cangaceiros, plantou a semente da música popular regional nordestina em todo o Brasil. Asa Branca transformando-se na bandeira, estandarte dessa visão.

Gonzaga sofre, entretanto, críticas oriundas de um outro mito: Jackson do Pandeiro. O ritmista paraibano apregoava que o baião originou-se do coco e que o feito do Rei do Baião não passava de um novo invólucro para um velho ritmo. Zé Guilherme me diz que o jornalista Rômulo Azevêdo, de Campina Grande, numa tentativa de conciliação entre os pilares formadores do forró, um paraibano e o outro pernambucano, defende o império imaginário de Parabuco, um híbrido situado entre Caruaru, a capital do forró, e Campina Grande, terra do Maior São João do Mundo. Essa, para mim, a melhor opção, o lúdico, a criatividade, a liberdade, a alforria.

Fonte> Aderaldo Luciano-professor. Doutor em Ciência da Literatura
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